ransparência não é necessariamente uma prática comum em alguns órgãos da administração pública no Pará - e em Belém parece que caiu em desuso definitivo, apesar do custo moral que possa representar para os gestores. Pior: apesar da gravidade, ninguém se apressa a esclarecer.
A Coluna Olavo Dutra recebeu
denúncia sobre a forma de como se dá o pagamento de ingressos no Planetário do
Pará, que é de responsabilidade do governo, sob gestão da Universidade do
Estado, a Uepa. Segue o peixe pelo preço que foi vendido.
“Eu, como cidadão paraense, venho
registrar minha profunda indignação e perplexidade diante de uma clara irregularidade
que presenciei no Centro de Ciências e Planetário do Pará, também conhecido
como Planetário do Pará, sábado, dia 23 de novembro.
Ao visitar a instituição, constatei
que os valores arrecadados com a venda de ingressos não são destinados a uma conta
oficial vinculada à instituição ou ao Estado, como seria o esperado em uma
entidade pública ou de utilidade pública. Em vez disso, os pagamentos são
direcionados a uma conta pessoal do diretor da instituição,
o senhor José Roberto Alves da Silva.
No local, há um QR Code Pix
afixado para facilitar os pagamentos, mas sem qualquer indicação clara de quem
é o beneficiário. Ao realizar uma transferência de teste, o comprovante indica
que a conta pertence ao diretor. Além disso, a atendente do caixa, questionada, foi
categórica ao afirmar que os valores arrecadados vão diretamente para a conta
pessoal do diretor.
Essa prática levanta sérias
preocupações, pois: não há transparência sobre a utilização desses
recursos; tal conduta aparenta ser incompatível com os princípios da
administração pública, como legalidade, impessoalidade e moralidade, conforme
previsto no artigo 37 da Constituição Federal; e pode configurar apropriação
indevida de recursos públicos, ou mesmo improbidade administrativa”.
Olhando estrelas
O planetário fica localizado na
rodovia Augusto Montenegro, sem número, km 3, ao lado da
Arena Mangueirinho, e funciona aos sábados, com visita
pública, das 8h30 às 11h30; e às quartas-feiras, com visita
gratuita, das 14h30 às 17h30. Aos sábados, a entrada
inteira custa R$ 10 e meia-entrada a R$ 50, sendo
que os ingressos são vendidos somente no local, na data da visitação,
sem agendamento prévio.
Difusão da educação
O Centro de Ciências e Planetário do
Pará “Sebastião Sodré da Gama”, o primeiro da Região Norte do Brasil, foi
fundado em 30 de setembro de 1999. É vinculado à Universidade do Estado e tem a
missão de criar possibilidades de melhorias no ensino e aprendizagem de
Ciências e da Astronomia.
O nome do espaço homenageia o
cientista paraense Sebastião Sodré da Gama (1883-1951), diretor do Observatório
Nacional do Rio de Janeiro de 1929 até sua morte, em 1951. O planetário, a
partir de sua implantação, tem a finalidade de geração e difusão da educação,
cultura e turismo, com grande repercussão municipal e
regional. Atualmente, é dirigido pelo professor e doutor José Roberto
Alves da Silva.
Sem respostas
A coluna não conseguiu
contato com o diretor do Planetário, mas solicitou
posicionamento sobre a denúncia à Assessoria de Comunicação da UEPA e aguarda
resposta.
Papo Reto
· Essa querela envolvendo
pastores que circulam em volta da gravidade da Catedral da Família, no bairro
do Guamá, em Belém, está prestes a ganhar torcida organizada.
· Evangélicos a favor do pastor
Lourival Pereira (foto) defendem que ele não deve entregar sua
obra à direção nacional, que só agora quer se apresentar como “pai da criança”.
· A Catedral da Catedral da
Família é um dos maiores templos do País, graças ao trabalho do pastor, dizem
seus seguidores.
· Aliás, falando em querela, o
caso envolvendo o escritor e imortal pela APL, Flávio Quinderé, marquês de
Gotland, encontra explicação, ao menos em parte, em consulta a um especialista
na UFPA.
· Segundo ele, a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação trata apenas sobre a emissão do título de
"Notório Saber", mas não de "Honoris Causa".
· Isso implica que as
universidades públicas ficam com a missão de definir, por normas internas -
normalmente resoluções aprovadas por conselhos superiores -, os critérios para
quem pode ou não receber a honraria.
· Por outro lado, como a
legislação federal não define os critérios, outras entidades acabam por entrar
nesta seara que supostamente deveria ser uma prerrogativa das universidades.
· Quem souber que responda: quem
será que está por trás dos condomínios de luxo que não param de surgir em
Marituba?
· O Brasil
perdeu 58 milhões de vacinas contra covid-19, um prejuízo estimado em cerca de
R$ 2 bilhões. A quantia expressiva bem poderia ter sido utilizada para
fortalecer as campanhas de vacinação, hoje relegadas ao quarto plano.