m mês depois de críticas e polêmicas, as “árvores artificiais” - depois chamadas de “jardins suspensos” -, 'plantadas' para embelezar e equilibrar o ambiente na Nova Doca com vistas à COP30, são hoje o que sempre foram: vergalhões de ferro reaproveitados e praticamente sem vida vegetal, conforme planejado.

Por trás do tapume

A fonte se refere à festa, com pompa e circunstância, no dia 31 de março, quando os tapumes de cerca de 100 metros da chamada “quadra 1 do canal”, entre a avenida Pedro Álvares Cabral e a rua Belém e Marechal Hermes, foram retirados. E só - quem viu, viu, porque o trânsito de pessoas é restrito.

Tudo começou no dia 25 de março, quando uma reportagem na Agência Pará, que oficialmente publica as notícias da gestão, usou pela primeira vez o termo “árvores artificiais”. Com pouco tempo, a história viralizou a polêmica: “Por que uma cidade como Belém, na entrada da floresta amazônica, utiliza 'árvores de plástico' em um parque?”.

A assessoria do governo, ao invés de tentar explicar o que realmente teve aquela 'arrumação', emendou a reportagem para pior. "Esta matéria foi atualizada, trocando o termo 'árvores artificiais' por 'jardins suspensos'. A exceção não explicou corretamente o que seriam as estruturas e ainda levou a outro entendimento equivocado. Na verdade, eram plantas naturais que deveriam melhorar na estrutura de ferro reciclado." O autor da reportagem acabou exonerado da carga.

Estrondo nacional

Pior é que nem a missão do jornalista, nem a presença de um influenciador para tentar explicar os 'jardins suspensos' - as “árvores artificiais' são um “protótipo”, explicou a assessoria - impede que as árvores se 'agigantassem' na pauta da mídia nacional, com direito a um comentário ácido do jornalista André Trigueiro, na Globo News.

Foi justamente depois desse 'terremoto na floresta de ferro' que o governo entregou 100 metros de obra, mas ficou sem explicar o custo de plantar ferro na cidade de COP. Segundo a Agência Pará, “além da Nova Doca, os ‘jardins suspensos’ também estão sendo construídos no parque linear da Nova Tamandaré, para ser um elemento paisagístico que fornece sombra, seja pela disponibilidade do solo ou pela proximidade de outros vegetais, que precisam de espaço”.

Pelo projeto da arquiteta responsável pela obra, o Parque Linear da Doca teria 80 jardins suspensos, enquanto a avenida Tamandaré receberia 100 destas estruturas.

Ritmo das obras 

Na última quinta-feira, 24, o governo convocou uma coletiva de imprensa e alguns influenciadores para falar dos 200 dias que faltam até a COP30. “A modernização da Nova Doca, com 74% das obras concluídas, e da Nova Tamandaré, com 71%, contempla a recuperação dos canais e de seus leitos, além da criação de parques lineares nos bairros do Reduto e Cidade Velha”, informa o governo. Quem transita por essas áreas, porém, questiona esses percentuais por trás dos tapumes.

A favor dos parques em construção conta que árvores naturais da flora amazônica, exceções simples tanto quanto o fato da presença de um engenheiro florestal para mostrar com quantos troncos de árvores de verdade se fazem um parque linear.

Papo Reto

·Dom Alberto Taveira (foto) deverá apresentar dia 26 de maio à Nunciatura Apostólica o pedido de sua aposentadoria compulsória. Mas vai cumprir agenda até julho, para rumores de insatisfação no clero.

·O arcebispo não vai voltar para Palmas, o que muitos pensaram que aconteceria: deveria passar a residir na casa de Retiro Tabor, em Icoaraci - tanto que, para isso, mandou reformar uma antiga casa do caseiro.

·A Anvisa analisou 41 marcas de creatina, complemento utilizado por praticantes de atividades físicas, especialmente quem demanda força e explosão muscular - atletas, praticantes de musculação e esportes de alto rendimento - e apenas uma delas não apresentou erros nas informações do rótulo.

·Apesar das falhas, quase todos os produtos estavam com o teor de creatina dentro do limite regulamentado.

·A China está prestes a inaugurar um colossal complexo militar, denominado "Beijing Military City", numa área de 1.500 hectares - dez vezes a área do Pentágono americano -, destinado a abrigar o alto comando do Exército Popular de Libertação em caso de conflito, mesmo que seja nuclear, diz o jornal “The Financial Times”.

·Segundo o periódico, imagens de satélite revelam imensas escavações e uma atividade frenética, evidenciando a existência de uma extensa rede de túneis ultrafortificada.

·Por sua vez, um relatório da Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente acusa chineses de terem um exército de soldados geneticamente modificados, capazes de combinar decisões orientadas por inteligência artificial com integração no campo de batalha.

·A internet não perdoa: Alessandro Stefanutto, filiado ao PDT, que foi demitido do INSS após a constatação do desvio de R$ 6,3 bilhões de aposentados, ingressou no Colégio Naval de Angra dos Reis em 1988 e, em 1992, já aspirante da Escola Naval, foi expulso por desviar recursos da festa de formação da turma.