m meio às denúncias de precariedade e alta taxa de mortalidade no Hospital Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, o PSM da 14 de Março, em Belém, o clima entre pacientes, familiares e profissionais é de incerteza e apreensão.
Informações de bastidores apontam que a Prefeitura de Belém planeja uma reforma no hospital - o mais antigo de Belém -, mas, não há transparência, nem comunicação clara à população que depende da unidade.
O cenário já era muito grave desde a vistoria realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Pará, o CRM, em abril passado. A inspeção ocorrida há dois meses constatou sérias deficiências na infraestrutura, como camas enferrujadas, goteiras e insalubridade no ambiente. Além disso, revelou média de 80 mortes por mês, taxa considerada "acima do permitido" pelo próprio Conselho.
Cenário de colapso
Relatório divulgado pela Secretaria de Saúde de Belém mostrou que, só no primeiro bimestre de 2025, o hospital realizou mais de 21 mil atendimentos e registrou 165 óbitos - um índice de mortalidade em torno de 0,78% dos casos atendidos. Embora a Secretaria alegue que a demanda é ampliada por acolher pacientes de toda a Região Metropolitana e de outros municípios do Pará, a situação evidencia o colapso de uma rede de urgência e emergência que deveria ser referência.
Não bastasse a precariedade, agora surgem relatos de desinformação que ampliam a angústia de quem já vive o drama de ter um familiar hospitalizado no PSM da 14. Mãe de um menino de 11 anos internado na unidade foi surpreendida por uma psicóloga do próprio hospital, que teria orientado a transferência da criança porque o prédio "será fechado" em função da suposta reforma.
Desgaste desnecessário
Tal conduta, além de expor a mãe a um desgaste emocional desnecessário, aponta para uma gestão desarticulada e um grave problema de comunicação institucional. “Não cabe a servidores de linha de frente repassar informações não oficializadas aos pacientes, sobretudo em situações tão delicadas. Pior: se há riscos à segurança dos internados ou condições sanitárias insustentáveis, é papel dos próprios profissionais acionar os órgãos competentes e garantir providências - não jogar a responsabilidade para as famílias”, afirmou uma fonte ligada ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Pará, o Sindsaúde.
Perguntas sem resposta
A fonte ressalta a urgência devida pela Prefeitura de Belém e pela Secretaria de Saúde a fim de que sejam esclarecidos, de forma oficial, quais são os planos para o PSM da 14 de Março: haverá ou não fechamento temporário? Qual o cronograma da reforma? Para onde serão transferidos os pacientes durante as obras? E, acima de tudo, como será assegurada a assistência a uma população que já enfrenta um sistema sobrecarregado e precarizado?
A crise na saúde pública de Belém pede mais do que notas defensivas ou promessas genéricas: exige transparência, planejamento, responsabilidade e, principalmente, respeito aos cidadãos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) para sobreviver.
Apoio desmontado
Um agravante nessa crise é que Belém não conta mais com a retaguarda que em outras gestões servia para dar suporte durante reformas e ampliações de seus hospitais de urgência.
Inaugurado em 8 de março de 2019, o Hospital de Retaguarda Dom Vicente Zico foi concebido justamente para essa função. Localizado na travessa Lomas Valentinas, esquina com a avenida João Paulo II, no bairro do Marco, o hospital dispunha de 60 leitos de internação, nove leitos de UTI - sendo um de isolamento -, um bloco cirúrgico com duas salas, consultórios e enfermarias, além de especialidades como clínica médica, traumatologia e pós-cirúrgico.
O espaço era fruto da reconstrução do antigo Hospital Samaritano, adquirido pela prefeitura e pelo governo do Estado em 2016. À época, o investimento municipal foi de cerca de R$ 600 mil em reforma, ampliação e aquisição de equipamentos.
Retrato do abandono
Durante as últimas grandes reformas realizadas no PSM da 14 de Março e no Hospital de Pronto-Socorro Humberto Maradei, o PSM do Guamá, foi o Hospital Dom Vicente Zico que garantiu o suporte necessário, evitando a interrupção total dos atendimentos à população.
Infelizmente, durante os últimos quatro anos da gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues, o hospital foi completamente abandonado e hoje está fora de operação. Ou seja, se a Prefeitura de Belém realmente fechar o PSM da 14 para reforma, como indicam os rumores nos corredores da unidade, não há uma estrutura de apoio pronta para absorver os pacientes - o que só agravaria a crise na rede de saúde pública municipal.
Papo Reto
•Dizem que a mais nova baixa no secretariado do prefeito de Belém, Igor Normando, o engenheiro civil Euler Sizo (foto), da Secretaria de Obras e Infraestrutura, atende pelo nome de “inaptidão política e incapacidade técnica da equipe” da prefeitura, que inviabilizam a gestão.
•Euler Sizo teria confidenciado não estar disposto a macular seu currículo profissional, na iniciativa privada ou na gestão pública, por tropeços de jovens inexperientes e amadores.
•Em seis meses, o secretariado de Igor aparece como “sem equipes com capacidade técnica sequer em comissões de licitação, tanto que, a rigor, nada foi licitado até agora.
•O prefeito de Dom Eliseu, Silon Gama, do União Brasil, nomeou o ex-vereador cabo Alécio, do PL, novo Secretário de Meio Ambiente.
•A indicação aceita por Silon Gama, dizem, teria partido do deputado federal Éder Mauro, do PL, e do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, PSB.
• Alécio Carvalho era presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Dom Eliseu. O imbróglio está formado, mas a população aplaude.
•Sua gestão é culpada pela população pela crise hídrica na cidade, com bairros sem água potável há mais de mês.
• Equipamentos e bombas danificados e sem as manutenções alimentam o caos. Cabo Alécio é ligado aos caciques estaduais do PL e PSB.
• A Ordem dos Advogados dos Estados Unidos abre processo para bloquear os ataques do presidente Trump a escritórios de advocacia.
•A organização jurídica considera inconstitucionais, de ponta a ponta, as ordens executivas de Trump contra os escritórios de advocacia do País.
•De acordo com a denúncia, essas ordens executivas foram usadas para “coagir advogados e escritórios de advocacia a abandonar clientes, causas e posições políticas das quais o presidente não gosta”.
• “Sem advogados qualificados para apresentar e argumentar casos, o Judiciário não pode funcionar como um controle significativo sobre o poder Executivo”, diz a associação.