ue o vídeo do deputado Nikolas
Ferreira destrinchando a fiscalização do PIX pela Receita Federal foi um baque
no governo é fato, inclusive atestado pela caprichada decisão do ministro
Fernando Haddad, na tarde de ontem, 15, do recuo do governo federal ao revogar
a portaria que estabeleceu o monitoramento a partir de 1 de janeiro.
A decisão foi anunciada pouco mais de
24 horas após a publicação do vídeo de Nikolas, do PL de Minas Gerais, que
nesse intervalo ultrapassou 120 milhões de visualizações somente da rede
Instagram, em tese a mais difícil de viralizar. Somando todas as redes, como o
Tik Tok, o vídeo de Nikolas ultrapassou 200 milhões de visualizações.
Tombo no governo
O bom resultado para o deputado foi
péssimo para o governo do presidente Lula, que nos exatos dez dias de crise
instalada publicou, na última sexta-feira, 10, um vídeo em seu perfil na mesma
rede desmentindo a taxação futura das movimentações do PIX. No vídeo, o
presidente faz uma doação para pagar o estádio do Corinthians, e mesmo assim
até ontem o vídeo contava “apenas” 15 milhões de visualizações em cinco dias,
um fiasco batido pelo vídeo de Nikolas em algumas horas.
Mais do que falar em números, esse
resultado tem um efeito prático: levanta novamente a direita bolsonarista, com
falas como a do vídeo do parlamentar do PL - não como propaganda de A ou B, mas
para ilustrar o resultado de uma breve busca nas redes sociais, distribuídas em
falas semelhantes.
O próprio deputado Nikolas, após a
decisão, voltou ao Instagram e publicou outro vídeo falando da ‘vitória do povo
contra o governo’ e que, em 12 horas após a publicação, já tinha 1,5 milhão de
visualizações só na rede de origem.
Tiro certeiro no pé
Nessa hora todos os analistas do
cenário político nacional se levantaram e, enquanto alguns tentam reforçar a
narrativa do governo de questionar o vídeo do deputado como fake news,
um consenso entre alguns desses analistas chama a atenção: o jogo das eleições
é jogado antes, mas o presidente Lula conseguiu antecipar bastante, em quase
dois anos, as eleições de 2026. Foi o famoso tiro no próprio pé. Tiro que
ameaça abater a esquerda, mas que com certeza levanta a direita, acuada desde
os atos do 8 de janeiro de 2024.
Agora, ferido de morte, o governo
federal tem o grande desafio de mudar essa imagem de gastador - e de mandar o
povo pagar a conta. Missão quase impossível que caiu na mão de um novo agente
com nome e sobrenome: Sidônio Palmeira. É ele o ministro de Comunicação da
Presidência da República que substituiu Paulo Pimenta, este, como se diria por
aqui, que foi tão fraco na área quanto “caldo de gó”, com todo respeito à
receita que, ao final das contas, tem lá seu valor.
Desconfiança geral
Observadores de plantão dão conta de
que não foi do ministro Fernando Haddad, o “principal” de Lula, mas de Sidônio,
a decisão do recuo do governo, levando Haddad a arcar com o custo disso. Para
não ficar ainda mais feio, ele não foi o porta-voz.
Diante da desconfiança geral dos
brasileiros, que foi dos grandes empresários até o vendedor de picolé da praia,
a notícia da revogação da fiscalização do PIX foi dada pelo secretário da
Receita Federal, Robinson Barreirinhas, que teve Haddad ao seu lado para fazer
aquela parte do “sorria e acene”.
Derrota política
O ministro da Fazenda, claro, não
sorriu, nem acenou diante da decisão que é tida pelos analistas, de forma quase
unânime, como uma grande derrota política para Fernando Haddad.
Para ter o que dizer ao lado do chefe
da Receita, o ministro anunciou uma medida provisória a ser enviada pelo
governo para equiparar os pagamentos em PIX e em dinheiro, mas já adiantando
que é apenas para reforçar os princípios tanto da não oneração e da gratuidade
do uso do PIX, mas garantindo todas as cláusulas de sigilo bancário em torno
dessa modalidade de pagamento.
Que seja, pois.
Papo Reto
·Pegou feio - muito feio
- para o vice-prefeito de Belém e atual Secretário de Esporte e Lazer do Pará,
Cássio Andrade (foto), comemorar efusivamente a conquista da Taça
Grão-Pará pelo Paysandu, após vitória sobre a Tuna Luso, no último domingo, no
Mangueirão.
· Cássio não só pulou
muito com o elenco como ainda entregou o troféu ao vencedor usando uma camisa
do Paysandu, seu time de coração, todos sabem.
· Acontece que, na
condição de gestor e consequente incentivador do esporte no Estado, não cabe ao
secretário escolher cor ou bandeira. Caso contrário, como fica o Remo, que este
ano também está na Série B? Ou a própria Tuna, derrotada no domingo?
· Seria
interessante a Cássio pegar umas aulas com o chefe, o governador Helder
Barbalho, assumidamente remista, mas que, quando o assunto envolve Leão e
Papão, usa a camisa do ‘Sobrenatural Futebol Clube’ para ir ao Mangueirão.
· Os espertinhos não
perdem tempo. Durante a ocupação da sede da Seduc por indígenas e professores,
surgiu um pedido de ajuda “para colaborar com alimentação e água” para os
manifestantes.
· A rede social do Some
desmentiu a informação, informando que a postagem não tinha nada a ver com o
movimento, sendo um golpe. O verdadeiro PIX para doações é o CNPJ do Conselho
Indígena Tapajós Arapiuns.
· Perguntar não
ofende: o governo do Estado continua financiando o programa Asfalto por todo o
Pará?
· É que, em Marituba,
até os postes estão sendo “informados” sobre a suposta retomada do asfaltamento
de ruas pela prefeitura da cidade, o que remete a outra pergunta:
· Será a retomada do
programa ou a reparação do serviço de R$ 1,99, que se desmilinguiu em vários
trechos antes da chegada das chuvas?