Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) viu sua diretoria eleita retornar ao cargo ontem, por volta das 16h30, depois de um mandado de segurança determinar o restabelecimento da gestão original. Alex Carvalho, presidente da entidade, e sua diretoria foram recebidos com entusiasmo e celebração pelos colaboradores do Sistema Fiepa.
Indústria firme e forte
O presidente também enfatizou que a decisão do Tribunal
Superior do Trabalho (TST) restabelece a estabilidade necessária para dar
continuidade ao trabalho desenvolvido pela Fiepa em prol da indústria do Pará,
preservando a autonomia sindical que tanto defende. "Agora, com a decisão
do TST, nossa casa da indústria está firme e pronta para seguir com os projetos
coletivos que contribuem para o desenvolvimento do setor", acrescentou.
Processe segue o curso
Apesar da vitória, Alex Carvalho reconhece que o processo
ainda não chegou ao fim. O julgamento do processo eleitoral continua no
Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e o presidente da Fiepa reafirmou a
confiança na imparcialidade e transparência da Justiça. "Nosso compromisso
é recuperar o tempo perdido e focar nas oportunidades e desafios que se
apresentam para a indústria. Sabemos que há muito trabalho pela frente,
especialmente diante da realização da COP30, em Belém, um evento histórico que
coloca o Pará no centro das discussões sobre desenvolvimento sustentável",
destacou.
Superar desafios
Alex Carvalho fez um apelo à união de todos os envolvidos
no Sistema Fiepa, incluindo colaboradores, sindicatos filiados, empresas e
parceiros para superar os desafios. "Com fé em Deus, vamos transformar as
adversidades em força e coragem para fazer mais e melhor", concluiu.
Deputados querem ter
poder de veto em
empréstimos do Brasil
para outros países
Uma Proposta de Emenda à Constituição tem gerado debates,
absolutamente ideológicos, na Câmara Federal.
Num tempo em que
direita e esquerda se assemelham em posicionamentos diversos, o que causa os
embates é um possível acréscimo ao inciso XVIII do art. 49, que estabelece
"competência ao Congresso Nacional para autorizar operações de crédito por
instituições financeiras controladas pela União, sempre que o objeto da
operação vier a ser executado fora do País".
Em resumo, o Congresso quer ter o poder de veto em
empréstimos do BNDES para outros países.
Linha do tempo
Esse tema já tumultuou eleição presidencial no
Brasil, pelo histórico do governo petista de emprestar dinheiro para Cuba e
Venezuela, por exemplo - países de regime socialista e ditatorial,
respectivamente. E como os temas são transversais, até a operação lava jato
veio à baila.
Nesse cenário, o deputado federal Eder Mauro, do PL,
fez um discurso aplaudido pelos seus pares de direita na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
A favor da PEC e sem papas na língua, como é o seu
perfil, o parlamentar paraense acusou o governo federal de "lavar
dinheiro" fora do Brasil. E
não parou por aí: Eder chamou o governo de irresponsável por investir recursos
em países que não têm capacidade para pagar o empréstimo. E o pior. "Este
governo afundou o Brasil pagando obras em países vizinhos, enquanto os nossos
Estados estão afundados na educação, com os hospitais com pessoas jogadas nos
corredores sem ter sequer esparadrapo, com a nossa infraestrutura e estradas
ruins, com pontes a serem feitas", declarou.
Nunca vai ter
O deputado citou pontes e metrôs, construídos com dinheiro
brasileiro em outros países, e disparou. "Enquanto isso, temos capitais
que sequer têm metrô, porque o dinheiro é enviado para fora do Brasil para
lavagem de dinheiro. As empresas usadas (nestes projetos estrangeiros) são as
mesmas que estavam na lava-jato".
Metrô é um sonho distante para o Pará, Estado de Eder
Mauro. Belém, a capital, tem um fatídico projeto do BRT, que deveria interligar
a cidade. Deveria, pois a obra é interminável.
Mais embates
O deputado paraense ainda mandou recado para a
oposição. "Acho engraçado o colega da esquerda falar que não temos que
votar a PEC porque temos coisas mais importantes. Ora, o dinheiro do povo
brasileiro não é importante?", questionou.
Em tramitação
A PEC, cuja autoria é do deputado Mendonça Filho, do
União Brasil-PE, foi aprovada na CCJ e vai tramitar para o plenário da Câmara.
Provavelmente, provocando outras discussões acaloradas. Se conseguir 3/5 de
votos favoráveis no plenário, seguirá para o Senado.
A aprovação na CCJ já foi considerada uma derrota
para a base governista, em meio ao placar apertado: 31 a 27.