Estatuto é complicador nas eleições da Uepa e ameaça comprometer reeleição do atual reitor

Dispositivo legal sugere que candidatura de Clay Chagas representaria um terceiro mandato, mesma configuração aplicada nas eleições pela Justiça Eleitoral do País, mas há divergências.

17/01/2025, 12:00
Estatuto é complicador nas eleições da Uepa e ameaça comprometer reeleição do atual reitor
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campanha para escolha dos nomes que irão compor a lista tríplice para os cargos de reitor e vice-reitor nem bem começou, mas o burburinho nos corredores da Universidade do Estado aponta que o processo corre o risco de “começar” pela Justiça. A resolução aprovada pelo Conselho Universitário da instituição dispondo sobre o regimento eleitoral foi publicada no dia 20 de dezembro.


Reitor Clay Chagas vai disputar mais uma eleição, mas estatuto deixa dúvidas sobre essa possibilidade e processo pode ser judicializado/Fotos: Divulgação.
 

De acordo com o cronograma, as inscrições das chapas deverão ocorrer de 27 de janeiro até 7 de fevereiro, com a votação marcada para o dia 2 de abril.   

 

Informações encaminhadas à Coluna Olavo Dutra dão conta de que, com a proximidade das eleições, o atual reitor da Uepa, professor Clay Chagas, decidiu “atropelar” o processo democrático. A decisão vem causando forte burburinho na comunidade acadêmica, que “condena a ruptura do processo eleitoral” e levará o pleito a uma possível, com consequências danosas à imagem da instituição. 

 

E o vento levou...

 

Segundo as informações, o reitor não cumpriu grande parte das promessas de campanha, como o novo plano de cargos e salários dos servidores, a reforma do Estatuto da universidade, datado de 1993 e já bastante defasado, e a reformulação da tabela de salários dos técnicos da instituição. 

 

As promessas não cumpridas afetam também os alunos, uma vez que o reitor também ignorou a promessa de manter o "bolsa monitoria", que está com valores congelados, assim como a Lei de Assistência Estudantil, situações que vêm se refletindo negativamente no final de mandato.  

 

Números estranhos

 

As denúncias também apontam que o professor Clay Chagas mostra números favoráveis na gestão, mas a comunidade acadêmica está insatisfeita com o "estado de abandono da universidade e o desrespeito aos servidores e professores”.  A fonte da coluna considera que, “talvez, as inúmeras viagens do reitor ao exterior tenham feito com que ele desconheça a instituição que deveria cuidar” por isso alardeia que não terá oposição - embora os corredores digam o contrário.

 

Há concorrência

 

Anderson Maia e a professora Niele são dos quadros da Uepa e estão no páreo para a disputa e devem “tirar o sono do reitor até as eleições”, em 2 de abril, até porque, avalia, “o reitor é fraco” como candidato e quem o sustentaria em nova campanha seria a atual vice-reitora, professora Ilma Pastana. “Ilma é uma potência”, acrescenta a fonte, e ainda por cima recebeu o prêmio Anna Nery 2021, maior honraria da Enfermagem brasileira. 

 

Entrelinhas do Estatuto

 

O estatuto da Uepa, de 1993, e atualizado pelas Resoluções 2910/15 e 2911/15 do Consun de 18 de novembro de 2015, manteve uma deliberação interessante para a comunidade acadêmica, mas, o que está causando polvorosa nos planos de Clay Chagas em sua caminhada para a recondução ao cargo são os detalhes pertinentes, como o artigo 30: “O reitor e vice-reitor serão nomeados pelo governador do Estado dentre os docentes indicados em lista tríplice para o mandato de quatro anos, permitida uma única recondução, por igual período”.   

 

A interpretação do artigo parece clara, pois se iguala às regras eleitorais brasileiras, impedindo um terceiro mandato, sendo um ponto pacífico na democracia brasileira. O que se difere de países como Venezuela, em que o presidente pode ser “eleito democraticamente” e indefinidamente.  No entanto, o parágrafo único do Artigo 30, embora pareça acessório, permite e exige uma leitura mais acurada.  

 

“Mandatos amarrados”

 

Diz o parágrafo único: “O mandato do vice-reitor deverá coincidir com o do reitor”. Ou seja, os mandatos estão amarrados. Logo, se Clay Chagas foi vice-reitor, poderia ser eleito, mas não ser reeleito reitor, o que caracterizaria como um terceiro mandato.

 

Há divergências, mas essa dúvida paira como uma nuvem de chuva sobre o prédio mais vistoso da rua do Una, no Telégrafo.

 

Papo Reto

 

·  O prefeito de Pau D’Arco, Domingos Enfermeiro (foto), do MDB, fez questão de gravar e publicar vídeo no exato momento em que uma funcionária da concessionária de energia elétrica lhe apresentava a fatura de mais uma "herança maldita": R$ 400 mil em contas de energia não pagas por seu antecessor, Fredson Pereira da Silva.

 

·  A Confederação Nacional de Municípios alerta prefeitos e secretários de Educação sobre a necessidade de cadastrar ou atualizar dados no novo Sistema Habilita - Cadastro Base dos Programas Educacionais.

 

·  A plataforma passa a ser o canal de entrada para acesso aos programas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e, na primeira etapa, aberta no último dia 6, cadastrará gestores, secretários, reitores, presidentes e diretores de organizações não governamentais.

 

·  A partir de 1º de fevereiro, o Habilita começará a cadastrar equipes e cada gestor precisará alimentar o cadastro e acompanhar a situação de habilitação da entidade a ele vinculada.

 

· O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, provocou enorme irritação em membros da cúpula do governo ao criticar os baixos salários dos militares das Forças Armadas no Brasil.


· Olsen também escancarou que as transferências para a reserva aumentaram oito vezes na Marinha após o início do debate sobre mudanças na aposentadoria dos militares.

 

· Faz sentido que a produção de gado siga as mesmas normas ambientais que a caça? Ou que a produção de sal siga a mesma legislação que o garimpo de ouro?

 

·  As indagações são do senador Marcos Rogério, de Rondônia, ao defender que pesca e aquicultura - embora tenham como produto final o pescado -, precisam ser tratados com normativas específicas, cada qual respeitando suas peculiaridades de produção.

 

·  O que rola, na verdade, é que os armadores de pesca e piscicultores nacionais entraram em uma tremenda rota de colisão depois que uma liderança expôs, em entrevista considerada "antiética", os porquês de a União Europeia não comprar pescado brasileiro.

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