Duas mulheres e um homem integram lista de Helder para escolha do vice de Igor Normando

Governador bate martelo dia 3 de agosto entre Úrsula Vidal, Karla Bengtson e Cássio Andrade, não necessariamente nessa ordem.

18/07/2024, 11:18
Duas mulheres e um homem integram lista de Helder para escolha do vice de Igor Normando
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ntre domingo e terça-feira, o anúncio de Úrsula Vidal como possível companheira de chapa de Igor Normando, candidato do MDB à Prefeitura de Belém, foi o assunto mais comentado nas redes sociais no Estado. Superou os carros afogados no final de semana em Salinópolis, as separações de influencers provocadas por prevaricações de verão e outros temas candentes de um quase final de julho em Belém.


A escolha de Helder: MDB define companheiro de chapa do candidato à Prefeitura de Belém no começo de agosto, a partir de três nomes/Fotos: Divulgação.

Majoritariamente favoráveis à presença de uma mulher e associada às pautas cultural e ambiental, os comentários e compartilhamentos mostraram a relevância em ter Úrsula Vidal, jornalista de origem, como par de Igor em uma disputa que tem, como pano de fundo, o protagonismo ou não dos setores do centro-democrático no controle da agenda climática e nos temas relacionados à COP30, que se avizinha.


Em férias nos Estados Unidos, o governador não se pronunciou ainda de modo derradeiro sobre o tema, mas o mundo político ficou de fato impactado com o evento de pré-campanha do União Brasil para lançar Úrsula Vidal como nome do partido na chapa do MDB.

 

Dever cumprido

 

Mais de 7 mil pessoas se aglomeraram no espaço A Barca, no Reduto, em um sábado de sol em pleno verão amazônico. É preciso força política para produzir esse movimento. E Celso Sabino, que acolheu Úrsula Vidal em sua legenda a pedido de Helder, saiu do evento com a sensação de dever cumprido.

 

“A decisão final será do governador, que é o líder desse projeto, e estamos confiantes de que ele escolherá o melhor para Belém, garantindo ao União Brasil e a Úrsula Vidal o lugar de destaque que merecem”, comentou Censo Sabino na saída do ato.


Úrsula Vidal, por sua vez, conforme a Coluna Olavo Dutra destacou, foi cautelosa. Evitou o tom autoproclamatório e emitiu uma nota objetiva, em que esclarece o status da situação:

“O anúncio da minha pré-candidatura à vice na chapa capitaneada pelo MDB foi uma iniciativa do União Brasil, partido que divide com o MDB e o PT grandes responsabilidades no governo Lula e que possui a terceira maior bancada no Congresso Nacional. Estou me colocando à disposição para esse desafio. Já disputei uma eleição municipal, em 2016, e acumulei, de lá para cá, experiência como gestora, à frente da Secretaria de Cultura do Estado e do Fórum Nacional de Dirigentes e Secretários de Cultura, o que me coloca em condições de contribuir para o debate da cidade e para o redesenho de nossa política pública em Belém. No entanto, como é de conhecimento geral, a decisão final caberá ao governador Helder, que tem a liderança sobre o bloco político que sustenta a candidatura de Igor Normando e ao qual me integro. Tenho todo o interesse em caminhar nesta direção”.


Questão de gênero

O governador vinha trabalhando com duas hipóteses desde a apresentação de Igor como pré-candidato. Úrsula Vidal, que sempre apresentou elevada pontuação em aceitação popular na capital, se filiou a uma legenda grande a pedido do governador e era a opção com maior potencial de agregação.

 

Por não ser uma política de carreira, habituada aos convescotes dos corredores legislativos, Úrsula tem preferência popular, mas tem encontrado resistência entre caciques políticos, para quem a melhor alternativa na chapa seria um “semelhante”, no caso, o ex-deputado Cássio Andrade, que até o ano passado era dono do PSB no Pará, mas perdeu o comando da legenda para Daniel Santos, prefeito de Ananindeua.


A terceira via

No final do prazo de desincompatibilização, contudo, surgiu um novo nome, também feminino, na mesa de apostas: a ex-presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade, o Ideflor-bio, Karla Bengtson, integrante da família do ex-deputado federal e pastor Josué Bengtson.

 

Ligada à Igreja Quadrangular, Karla Bengtson tem um perfil mais conservador em uma eleição onde o voto decisivo, no segundo turno, será justamente o voto progressista. Considerando que seria improvável Eder Mauro não estar na segunda volta, é razoável imaginar que, ou Igor Normando ou Edmilson se enfrentarão com ele. No caso de Igor, a luta no segundo turno seria atrair os votos de Edmilson para derrotar Eder Mauro. Nesse caso, Úrsula Vidal e Cássio Andrade levam vantagem sobre Karla Bengtson, que tem contra si também o peso das demais congregações.

 

Lição do passado

 

A experiência da chapa Priante e Patrícia Queiroz nas eleições de 2020 mostrou que a presença de um evangélico na chapa não é o suficiente para atrair votos majoritários. Também a presença de uma das congregações, no caso, a Quadrangular, não necessariamente atrai eleitores das demais congregações.

 

“Fé e voto têm mais interações nas eleições proporcionais do que nas majoritárias”, já dizia Chico Santa Rita, um decano do marketing político brasileiro. “Priante teve apenas os votos dele em 2020. A vice evangélica não pesou a favor do candidato do MDB, ou o teria levado ao segundo turno”, disse à coluna um dos coordenadores da campanha de Priante em 2020. “Foi a maior de nossas frustrações. Priante ficou apenas com os seus votos, com o seu peso. Essa soma zero dos evangélicos nos tirou do jogo”.


Jogo está aberto

O certo é que, até agora, o jogo para a escolha do vice na chapa do MDB ainda está aberto, pelo menos para o grande público, mas todos põem fé que no dia 3 de agosto Helder Barbalho fará o anúncio final. E terá em sua mesa dois nomes femininos e um nome masculino para compor uma chapa que disputará uma cidade onde a maioria do eleitorado é composto por mulheres.

 

Dono da bola

 

Manda a lógica de quem quer ganhar eleições trilhar o caminho das maiorias. Diante dessa máxima, Úrsula e Karla são, de fato, as alternativas reais de Helder para essa composição decisiva.

 

Papo Reto

 

·  O PL Belém fará sua convenção na próxima quarta-feira, 24, na sede do Casota, situada na avenida Pedro Álvares Cabral, em Belém, a partir das 17 horas, mas o nome do vice de Eder Mauro é um mistério insondável.

 

· Em uma plenária realizada ontem, a direção municipal do Cidadania aprovou o indicativo de apoio à pré-candidatura do prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol.

 

·  Em vídeo que circula em Bragança, o ministro das Cidades e presidente do MDB no Pará, Jader Filho (foto), convoca a população a comparecer à convenção que vai ungir o candidato do partido a prefeito, sábado.

 

·  Só faltou combinar, dizem:  o prefeito Raimundo Oliveira vetou a presença do deputado estadual Renato Oliveira, do mesmo partido

 

· Por essas e por outras é que os DAS e temporários da prefeitura estão sendo "convidados" a comparecer para garantir o quórum e as famosas fotos.

 

·  O tema eleição suplementar no Pará vem disseminando, dizem, verdadeiro pavor em um concorrido gabinete político.

 

·  O Pará fechou o semestre com um acumulado de US$ 10.754.043.353 bilhões em exportações provenientes de 981 produtos, crescimento de 4,5% em relação ao desempenho no mesmo período do ano passado.

 

· No contexto da Região Norte, onde as exportações no período foram de US$ 14.540.245.219 bilhões - +1,41% em comparação com 2023 -, o Estado permaneceu como o principal exportador, contribuindo com 6,42% do total.

 

· No comparativo com os demais Estados da Amazônia Legal, o Pará ocupou a segunda posição nas exportações, atrás apenas do Mato Grosso.

 

· No ranking nacional, a participação nas exportações passou de 6,2% para 6,4%, crescimento que manteve o estado como o sexto maior exportador nacional.  

 · Os resultados observados no primeiro semestre mostram ainda um saldo de US$ 9.855.394.614 bilhões, valor que manteve o Pará na terceira colocação no país, atrás de Mato Grosso e Minas Gerais.

 

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