ntre domingo e terça-feira, o anúncio de Úrsula Vidal como possível companheira de chapa de Igor Normando, candidato do MDB à Prefeitura de Belém, foi o assunto mais comentado nas redes sociais no Estado. Superou os carros afogados no final de semana em Salinópolis, as separações de influencers provocadas por prevaricações de verão e outros temas candentes de um quase final de julho em Belém.

Majoritariamente favoráveis à
presença de uma mulher e associada às pautas cultural e ambiental, os
comentários e compartilhamentos mostraram a relevância em ter Úrsula Vidal,
jornalista de origem, como par de Igor em uma disputa que tem, como pano de
fundo, o protagonismo ou não dos setores do centro-democrático no controle da
agenda climática e nos temas relacionados à COP30, que se avizinha.
Em férias nos Estados Unidos, o governador não se pronunciou ainda de modo
derradeiro sobre o tema, mas o mundo político ficou de fato impactado com o
evento de pré-campanha do União Brasil para lançar Úrsula Vidal como nome do
partido na chapa do MDB.
Dever cumprido
Mais de 7 mil pessoas se aglomeraram
no espaço A Barca, no Reduto, em um sábado de sol em pleno verão amazônico. É
preciso força política para produzir esse movimento. E Celso Sabino, que
acolheu Úrsula Vidal em sua legenda a pedido de Helder, saiu do evento com a
sensação de dever cumprido.
“A decisão final será do governador,
que é o líder desse projeto, e estamos confiantes de que ele escolherá o melhor
para Belém, garantindo ao União Brasil e a Úrsula Vidal o lugar de destaque que
merecem”, comentou Censo Sabino na saída do ato.
Úrsula Vidal, por sua vez, conforme a Coluna Olavo Dutra destacou,
foi cautelosa. Evitou o tom autoproclamatório e emitiu uma nota objetiva, em
que esclarece o status da situação:
“O anúncio da minha pré-candidatura à
vice na chapa capitaneada pelo MDB foi uma iniciativa do União Brasil, partido
que divide com o MDB e o PT grandes responsabilidades no governo Lula e que
possui a terceira maior bancada no Congresso Nacional. Estou me colocando à
disposição para esse desafio. Já disputei uma eleição municipal, em 2016, e
acumulei, de lá para cá, experiência como gestora, à frente da Secretaria de
Cultura do Estado e do Fórum Nacional de Dirigentes e Secretários de Cultura, o
que me coloca em condições de contribuir para o debate da cidade e para o
redesenho de nossa política pública em Belém. No entanto, como é de
conhecimento geral, a decisão final caberá ao governador Helder, que tem a
liderança sobre o bloco político que sustenta a candidatura de Igor Normando e
ao qual me integro. Tenho todo o interesse em caminhar nesta direção”.
Questão de gênero
O governador vinha trabalhando
com duas hipóteses desde a apresentação de Igor como pré-candidato. Úrsula
Vidal, que sempre apresentou elevada pontuação em aceitação popular na capital,
se filiou a uma legenda grande a pedido do governador e era a opção com maior
potencial de agregação.
Por não ser uma política de carreira,
habituada aos convescotes dos corredores legislativos, Úrsula tem preferência
popular, mas tem encontrado resistência entre caciques políticos, para quem a
melhor alternativa na chapa seria um “semelhante”, no caso, o ex-deputado
Cássio Andrade, que até o ano passado era dono do PSB no Pará, mas perdeu o
comando da legenda para Daniel Santos, prefeito de Ananindeua.
A terceira via
No final do prazo de
desincompatibilização, contudo, surgiu um novo nome, também feminino, na mesa
de apostas: a ex-presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da
Biodiversidade, o Ideflor-bio, Karla Bengtson, integrante da família do
ex-deputado federal e pastor Josué Bengtson.
Ligada à Igreja Quadrangular, Karla
Bengtson tem um perfil mais conservador em uma eleição onde o voto decisivo, no
segundo turno, será justamente o voto progressista. Considerando que seria
improvável Eder Mauro não estar na segunda volta, é razoável imaginar que, ou
Igor Normando ou Edmilson se enfrentarão com ele. No caso de Igor, a luta no
segundo turno seria atrair os votos de Edmilson para derrotar Eder Mauro. Nesse
caso, Úrsula Vidal e Cássio Andrade levam vantagem sobre Karla Bengtson, que
tem contra si também o peso das demais congregações.
Lição do passado
A experiência da chapa Priante e
Patrícia Queiroz nas eleições de 2020 mostrou que a presença de um evangélico
na chapa não é o suficiente para atrair votos majoritários. Também a presença
de uma das congregações, no caso, a Quadrangular, não necessariamente atrai
eleitores das demais congregações.
“Fé e voto têm mais interações nas
eleições proporcionais do que nas majoritárias”,
já dizia Chico Santa Rita, um decano do marketing político brasileiro. “Priante
teve apenas os votos dele em 2020. A vice evangélica não pesou a favor do
candidato do MDB, ou o teria levado ao segundo turno”, disse à coluna um
dos coordenadores da campanha de Priante em 2020. “Foi a maior de
nossas frustrações. Priante ficou apenas com os seus votos, com o
seu peso. Essa soma zero dos evangélicos nos tirou do jogo”.
Jogo está aberto
O certo é que, até agora, o jogo para
a escolha do vice na chapa do MDB ainda está aberto, pelo menos para o grande
público, mas todos põem fé que no dia 3 de agosto Helder Barbalho fará o
anúncio final. E terá em sua mesa dois nomes femininos e um nome masculino para
compor uma chapa que disputará uma cidade onde a maioria do eleitorado é
composto por mulheres.
Dono da bola
Manda a lógica de quem quer ganhar
eleições trilhar o caminho das maiorias. Diante dessa máxima, Úrsula e Karla
são, de fato, as alternativas reais de Helder para essa composição decisiva.
Papo Reto
· O PL Belém fará sua
convenção na próxima quarta-feira, 24, na sede do Casota, situada na avenida
Pedro Álvares Cabral, em Belém, a partir das 17 horas, mas o nome do vice de
Eder Mauro é um mistério insondável.
· Em uma plenária
realizada ontem, a direção municipal do Cidadania aprovou o indicativo de apoio
à pré-candidatura do prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol.
· Em vídeo que
circula em Bragança, o ministro das Cidades e presidente do MDB no Pará, Jader
Filho (foto), convoca a população a comparecer à convenção que vai
ungir o candidato do partido a prefeito, sábado.
· Só
faltou combinar, dizem: o prefeito Raimundo Oliveira vetou a presença do
deputado estadual Renato Oliveira, do mesmo partido
· Por essas e por
outras é que os DAS e temporários da prefeitura estão sendo
"convidados" a comparecer para garantir o quórum e as famosas fotos.
· O tema eleição
suplementar no Pará vem disseminando, dizem, verdadeiro pavor em um concorrido
gabinete político.
· O Pará fechou o
semestre com um acumulado de US$ 10.754.043.353 bilhões em exportações
provenientes de 981 produtos, crescimento de 4,5% em relação ao desempenho no
mesmo período do ano passado.
· No contexto da
Região Norte, onde as exportações no período foram de US$ 14.540.245.219
bilhões - +1,41% em comparação com 2023 -, o Estado permaneceu como o principal
exportador, contribuindo com 6,42% do total.
· No comparativo com
os demais Estados da Amazônia Legal, o Pará ocupou a segunda posição nas
exportações, atrás apenas do Mato Grosso.
· No ranking
nacional, a participação nas exportações passou de 6,2% para 6,4%, crescimento
que manteve o estado como o sexto maior exportador nacional.
· Os resultados observados no primeiro semestre mostram ainda um saldo de US$ 9.855.394.614 bilhões, valor que manteve o Pará na terceira colocação no país, atrás de Mato Grosso e Minas Gerais.