á mais semelhanças entre o governador Helder Barbalho - curtindo o carnaval no Rio de Janeiro - e a prefeita de Marituba, Patrícia Alencar - curtindo o carnaval que chama de seu - do que sonha a vã filosofia eleitoral. A maior semelhança talvez seja a falta de rumo: Helder não sabe o que fazer com a falta de um nome à altura da sua sucessão, enquanto a prefeita espera um comando para o caminho a tomar politicamente, já que está no segundo mandato como prefeita e não poderá se reeleger ao mesmo cargo em 2028.
Um cenário dramático
Na sondagem, o Doxa incluiu na pesquisa até o nome do deputado federal delegado Eder Mauro, que esteve no segundo turno nas eleições à Prefeitura de Belém, e para o governo do Pará em 2026 aparece com 17,8% das intenções se as eleições fossem hoje.
Esse cenário, diz a fonte, é dramático para o governador que, para não perder o espaço político, deixando de fazer o sucessor, precisaria de mágica para fazer decolar um novo nome, como fez no caso da Prefeitura de Belém, em que elegeu o primo Igor Normando. “E essa eleição ocorreu num cenário atípico, no qual o próprio mandatário da cidade tinha um índice de rejeição tão alto que qualquer nome apoiado por um governador bem avaliado como Helder Barbalho decolaria, e foi isso que aconteceu com Igor Normando. Agora, para o próximo mandato de governo, o principal candidato de oposição é nada menos que o prefeito mais bem avaliado do Pará e um dos mais bem avaliados do País. Será muito difícil para o governador conseguir um nome à altura, mesmo que ele tente desgastar ao máximo a imagem de seu opositor no grupo de comunicação de sua família e de seus aliados”, avalia a fonte.
O sonho da blogueira
Enquanto essa busca por um nome de peso para a corrida eleitoral segue indefinida, o cenário segue aberto para 2026 e criando lacunas que viram objeto de desejo. O maior da prefeita blogueira de Marituba, Patrícia Alencar, até então era a composição como vice de Hana. Mas a mesma dura realidade dos últimos números das pesquisas afugentaram o sonho de Patrícia que, agora, já pensa seriamente em se lançar à Câmara Federal. Para ela, esse seria, talvez, um risco menor de ficar sem mandato.
Alternativa em família
Porém, considerando a hipótese de ficar sem o mandato em qualquer uma dessas posições, Patrícia resolveu investir em um plano B para, ao menos, deixar as coisas em família. Para isso, já aposta no nome da própria irmã, Paula Alencar, para quem a prefeita deu a Secretaria de Assistência Social e Cidadania, no último mês de janeiro.
Nessa pasta, dizem, só não aparece quem não quer. E são justamente as ações sociais que agora pipocam por toda parte na cidade, para que o nome - e a imagem - da irmã da prefeita fiquem mais conhecidos. Ainda segundo a fonte, quem não está muito confortável com a situação é a atual vice-prefeita Bárbara Marques, que até então espera a saída da prefeita em 2026 para assumir e, em 2028, lançar-se à reeleição.
O problema é que Bárbara planejava fazer isso com o apoio de Patrícia, e o surgimento do novo nome para a política na família da prefeita vai tornar esse caminho bem mais difícil para a atual vice que, por outro lado, aceitaria ter Paula Alencar como companheira de chapa, mas na condição de vice.
Números não mentem
Se é fato que quase nenhuma pesquisa crava resultado, também é fato que não se pode ignorar indicadores recorrentes. E nesse cenário, a liderança do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do PSB, nesta corrida eleitoral, vem sendo tão presente nos números quanto foi sua reeleição com mais de 80% de votos, como indicavam todos os cenários somados anteriormente. “O que o governador precisa estar atento, e ele está, é que a situação do prefeito de Ananindeua se consolidou na eleição passada mesmo com todo o esforço feito para fatiar o eleitorado em Ananindeua. Da mesma forma, os indicadores da força do nome dele para o governo são reais. O que não é real, hoje, é outra opção de nome para a sucessão do lado do governo”, diz a fonte.
Verdade nua e crua
Na avaliação da fonte, o segundo nome cogitado como candidato do governo, do deputado Chicão Melo, presidente da Assembleia Legislativa do Pará, embora tenha se fortalecido politicamente na recente crise da educação junto à massa do eleitorado, tem ficado com menos de 5% em todas as sondagens feitas para o governo. “A pergunta ‘e agora Helder?’ nunca foi tão gritante, enquanto a resposta nunca esteve tão ausente. Como no Brasil o ano só começa oficialmente após o carnaval, esperam para a partir da semana que vem um levante de cobranças políticas de todos os lados para que o governador se apresse em indicar um novo candidato, por mais difícil que seja, à altura de fazer frente ao seu maior opositor”, prevê a fonte, com muita segurança do cenário posto pelos últimos números.
Papo Reto
·O que se diz é que Luciana Gluck Paul (foto) desponta como favorita à vaga da OAB no desembargo, através do quinto constitucional.
·Ela é mulher do empresário Ricardo Gluck Paul, atual presidente da FPF, amigo do Colégio Rego Barros do governador Helder Barbalho.
·O pai dele, Ambire Gluck Paul, foi presidente da extinta Celpa nos governos Jader Barbalho e a mãe, Sônia Gluck Paul, procuradora e defensora-geral do Estado nas gestões de Jader.
·Aliás, e procuradora-geral de Belém na gestão Igor Normando, Ana Carolina Gluck Paul, é irmã de Ricardo, portanto, cunhada de Luciana.
·Desta vez, tudo indica que não restará vaga para ninguém do famoso Escritório Centeno e Associados, mas, quem sabe...
·As especulações sobre a escolha de novos desembargadores não se restringem apenas à OAB. No MP, a luz amarela está acesa para Cezar Mattar.
·A vaga, que parecia certa para Cezar Mattar, ganhou outro candidato de peso, a promotora Maria da Penha de Mattos Buchacra.
·O marido dela, advogado Alexandre Buchacra, é ligado à família do governador há décadas. Buchacra foi juiz do TRE e prefeito de Capanema.
·Até pouco tempo secretário-Adjunto da Seduc, Buchacra acabou derrotado na tentativa de se reeleger em Capanema, no ano passado, e agora volta suas baterias para eleger a mulher ao desembargo.
·Essa movimentação, aliás, gera certo desconforto para Cezar Mattar e para seus fiadores - Hana Ghassan, vice-governadora e prima dele - e seu sucessor no MP, Alexandre Tourinho.
·Dizem que a vice-governadora não assimilou o fato de o cunhado dela e atual chefe de Gabinete do governador, Carlos Kayath, ter sido preterido na disputa pela vaga do quinto constitucional da OAB, ano passado.
·O que resta para Kayath agora são os Tribunais de Contas, cujas vagas estão sendo disputadas por vários políticos com mandatos, dificultando a disputa na balança do peso político.