prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do PSB, fez publicar ontem, 8 de janeiro, uma edição do Diário Oficial do Município com um listão de mais de 1,1 mil nomes de pessoas exoneradas do cargo de confiança sob a rubrica DAS. A lista, além dos servidores comissionados, também incluiu todos os seus secretários, vários dos quais devem ser renomeados em breve.
Retirantes e ex-aliados
Quanto aos comissionados, bem. O que
se diz é que o prefeito resolveu fazer a clássica varredura geral, publicada
com data retroativa a 1 de janeiro, e depois deve renomeá-los, deixando de fora
os nomes que são indicações dos retirantes e ex-aliados agora abrigados sob as
asas do governo estadual, entre eles o ex-prefeito Manoel Pioneiro e o deputado
estadual Erick Monteiro (fotos). O listão também inclui
dirigentes da administração indireta.
O listão saiu pouco depois que o
prefeito criou uma autarquia própria. Trata-se da "Escola de Governança
Pública de Ananindeua", nascida de um projeto de lei relâmpago do
Executivo (PLE 036/2024), enviado à Câmara no apagar das luzes, em 15 de
dezembro, votado e aprovado rapidamente, a tempo de o prefeito sancionar no dia
27 de dezembro, junto com a criação da nova Secretaria de Lazer e Turismo.
Novo cabide armado
A nova autarquia da cidade comporta
uma estrutura com dois cargos de agente político, sendo um de diretor-geral e
um de diretor-adjunto, com subsídios de R$11.275,23 e R$ 7.618,20,
respectivamente, além de 21 cargos comissionados com vencimentos que variam de
R$ 2 mil a R$3,5 mil.
Fonte da Coluna Olavo Dutra garante
que a nova estrutura da Prefeitura de Ananindeua, nascida junto com a “limpa”
nos DAS, tem cara de cabide de empregos. “Como o prefeito cria uma autarquia do
nada e para quase nada, indo na contramão do seu próprio discurso de que a
prefeitura passa por dificuldades financeiras em vários campos? Não faz
sentido, não dá para entender e chega a parecer irracional, mas sabemos que não
é”, diz a fonte.
Haverá cobranças
O fato é que o listão do prefeito
Daniel causou um grande alvoroço, com manifestações de indignação e até
cobrança de ex-aliados. É o caso da influencer Bruna Lorrane,
que lançou uma alfinetada nas redes sociais perguntando se, agora que começaram
a demitir todo mundo, não seria a hora de cobrar o que lhe devem. O tom teve o
efeito de ser uma “direta” para o prefeito Daniel Santos.
Papo Reto
· Uma guerra de narrativas tomou
conta das redes sociais no início da noite de terça, 7.
· Depois que os servidores da
Prefeitura de Belém protestaram, dizendo que não receberam o ticket alimentação,
o prefeito Igor Normando (foto), do MDB, usou as redes para
explicar o que aconteceu:
· “Assumimos
a prefeitura em meio aos desafios que nos foram repassados. Mas, a partir de
amanhã, quarta-feira, 8, o pagamento do vale-alimentação atrasado, que deveria
ter sido pago no mês de dezembro de 2024, será normalizado e, até sexta-feira,
10, todos terão recebido”.
· O ex-prefeito Edmilson
Rodrigues, do Psol, reagiu. Em nota no Instagram, disse que cumpriu
integralmente o pagamento de vale-alimentação ao funcionalismo durante a gestão
dele.
· “Foram
cumpridos 48 pagamentos do vale, sempre com lançamento adiantado no início do
mês vigente ou no final do mês anterior.
· O pagamento do vale-alimentação
referente a dezembro de 2024 foi feito no dia 29 de novembro de 2024.
· O que parece é que os
servidores não se lembram desse “adiantamento” que Ed disse que já fez, e nem
Ed informou sobre o pagamento em janeiro para o atual prefeito.
· E não foi
na pressão de sair.
· O prefeito Daniel Santos
acreditou piamente até o último momento que uma “falha técnica” teria tirado o
programa “É do Pará”, da TV Liberal, do ar. Deu no Instagram dele.
· A ingenuidade não permitiu ao
prefeito entender que “ordem dada é ordem executada”. Acontece nas maiores
emissoras de Londres.