Decreto do prefeito de Ananindeua exonera mais de 1,1 mil, mas deve haver “reposição”

Lista inclui DAS, secretários e dirigentes da administração indireta, com previsão de “reposição” do quadro, exceto aqueles indicados por ex-aliados e "retirantes da República”.

09/01/2025, 12:15
Decreto do prefeito de Ananindeua exonera mais de 1,1 mil, mas deve haver “reposição”
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 prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do PSB, fez publicar ontem, 8 de janeiro, uma edição do Diário Oficial do Município com um listão de mais de 1,1 mil nomes de pessoas exoneradas do cargo de confiança sob a rubrica DAS. A lista, além dos servidores comissionados, também incluiu todos os seus secretários, vários dos quais devem ser renomeados em breve.


Prefeito sinaliza mudanças no quadro de comissionados e no Secretariado, mas foi “cutucado” pela ex-auxiliar Bruna Lorrane em uma rede social/Fotos: Divulgação.
 

Retirantes e ex-aliados

 

Quanto aos comissionados, bem. O que se diz é que o prefeito resolveu fazer a clássica varredura geral, publicada com data retroativa a 1 de janeiro, e depois deve renomeá-los, deixando de fora os nomes que são indicações dos retirantes e ex-aliados agora abrigados sob as asas do governo estadual, entre eles o ex-prefeito Manoel Pioneiro e o deputado estadual Erick Monteiro (fotos). O listão  também inclui dirigentes da administração indireta.

 

O listão saiu pouco depois que o prefeito criou uma autarquia própria. Trata-se da "Escola de Governança Pública de Ananindeua", nascida de um projeto de lei relâmpago do Executivo (PLE 036/2024), enviado à Câmara no apagar das luzes, em 15 de dezembro, votado e aprovado rapidamente, a tempo de o prefeito sancionar no dia 27 de dezembro, junto com a criação da nova Secretaria de Lazer e Turismo.

 

Novo cabide armado

 

A nova autarquia da cidade comporta uma estrutura com dois cargos de agente político, sendo um de diretor-geral e um de diretor-adjunto, com subsídios de R$11.275,23 e R$ 7.618,20, respectivamente, além de 21 cargos comissionados com vencimentos que variam de R$ 2 mil a R$3,5 mil.

 

Fonte da Coluna Olavo Dutra garante que a nova estrutura da Prefeitura de Ananindeua, nascida junto com a “limpa” nos DAS, tem cara de cabide de empregos. “Como o prefeito cria uma autarquia do nada e para quase nada, indo na contramão do seu próprio discurso de que a prefeitura passa por dificuldades financeiras em vários campos? Não faz sentido, não dá para entender e chega a parecer irracional, mas sabemos que não é”, diz a fonte.

 

Haverá cobranças 

 

O fato é que o listão do prefeito Daniel causou um grande alvoroço, com manifestações de indignação e até cobrança de ex-aliados. É o caso da influencer Bruna Lorrane, que lançou uma alfinetada nas redes sociais perguntando se, agora que começaram a demitir todo mundo, não seria a hora de cobrar o que lhe devem. O tom teve o efeito de ser uma “direta” para o prefeito Daniel Santos.

 

Papo Reto

 

· Uma guerra de narrativas tomou conta das redes sociais no início da noite de terça, 7.

 

·  Depois que os servidores da Prefeitura de Belém protestaram, dizendo que não receberam o ticket alimentação, o prefeito Igor Normando (foto), do MDB, usou as redes para explicar o que aconteceu:

 

·  “Assumimos a prefeitura em meio aos desafios que nos foram repassados. Mas, a partir de amanhã, quarta-feira, 8, o pagamento do vale-alimentação atrasado, que deveria ter sido pago no mês de dezembro de 2024, será normalizado e, até sexta-feira, 10, todos terão recebido”.

 

· O ex-prefeito Edmilson Rodrigues, do Psol, reagiu. Em nota no Instagram, disse que cumpriu integralmente o pagamento de vale-alimentação ao funcionalismo durante a gestão dele.

 

·   “Foram cumpridos 48 pagamentos do vale, sempre com lançamento adiantado no início do mês vigente ou no final do mês anterior.

 

· O pagamento do vale-alimentação referente a dezembro de 2024 foi feito no dia 29 de novembro de 2024.

 

·  O que parece é que os servidores não se lembram desse “adiantamento” que Ed disse que já fez, e nem Ed informou sobre o pagamento em janeiro para o atual prefeito. 

 

·  E não foi na pressão de sair.

 

· O prefeito Daniel Santos acreditou piamente até o último momento que uma “falha técnica” teria tirado o programa “É do Pará”, da TV Liberal, do ar. Deu no Instagram dele.


· A ingenuidade não permitiu ao prefeito entender que “ordem dada é ordem executada”. Acontece nas maiores emissoras de Londres.

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