Carretas ocupam faixa da Arthur Bernardes e empurram ciclistas para "onde mora o perigo"

Veículos voltam a estacionar sobre a faixa lateral da avenida, mas fiscalização da Prefeitura de Belém ainda não viu; desde julho deste ano essa prática vem sendo denunciada.

22/10/2024, 11:00

Mobilidade: obras eternizadas e falta de fiscalização engessam o tráfego tanto para quem entra, quanto para quem sai de Belém/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


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entenas de trabalhadores que fazem o circuito diário entre Belém e o Distrito de Icoaraci, principalmente a trabalho, estão expostos a acidentes em um trecho de mais de um quilômetro da avenida Arthur Bernardes há pelo menos 15 dias, senão mais. Em meados deste ano, a mesma prática foi denunciada: carretas que operam para uma empresa de navegação fazem da ciclovia, justamente em um dos trechos mais perigosos, estacionamento provisório, possivelmente por falta de espaço no pátio da empresa.

 

A fiscalização de trânsito da Prefeitura de Belém ainda não alcançou a gravidade da situação, apesar de registros de acidentes na área, segundo moradores locais. Na mesma avenida, quando convém, agentes de trânsito costumam armar barreiras, mas blitz, como se sabe, costuma fazer bem apenas para um lado que não o do distinto condutor.

 

Ao sabor do tempo

 

Cercada de obstáculos - naturais ou não - por todos os lados, a mobilidade urbana padece da ausência de fiscalização na região metropolitana. Nas bastasse em obras do BRT Metropolitano, que, de certa, forma, pararam no tempo a ponto de esgotar a paciência tanto de quem entra, quanto de quem sai de Belém, as vias secundárias estão estranguladas pela quantidade de veículos, mas principalmente porque os agentes de trânsito são meros expectadores do caos. Ficam trancados em seus veículos ou acomodados nas esquinas sem interferir nos gargalos, aguardando que o tempo “faça o serviço”.

 

Sem pé nem cabeça

 

O BRT Metropolitano é uma obra que começou há cinco anos, mas cujo começo ainda acabou e o fim está longe de terminar. Com dezenas de desvios no curso de um traçado confuso e perigoso criados nas caladas da noite, sinalização e fiscalização precárias, pode-se dizer que se trata de uma obra que não cansa os olhos, pois amanhece diferente todo santo dia. A falta de fiscalização, porém, é o que mais agride.

 

Ao menos seis viaturas são vistas diariamente ao longo da rodovia, colocadas em pontos que foram literalmente estratégicos ontem, mas perderam a validade hoje. Os agentes estão dentro dos veículos, enquanto o inferno arde do lado de fora, com cada condutor tentando encontrar um caminho livre para chamar de seu e seguir viagem. E o trânsito de arrasta.

 

Ninguém está livre

 

Vias alternativas também têm o trânsito comprometido, caso da Independência, onde a passagem para acessar a rodovia se afunila por uma rua estreita e sinuosa sem um agente de trânsito sequer operando. O trecho recebe obras para corrigir os alagamentos causados pelas águas de um igarapé praticamente morto e que continua fazendo visagem no inverno (vídeo abaixo). Enfim, por onde quer que trafegue um veículo, há engarrafamentos, choro e lamentação.      

 

O que se espera

 

No caso das carretas que usurpam o espaço público na Arthur Bernardes, jogando os ciclistas para o meio da rua, o mínimo que se espera dos órgãos de fiscalização é a fiscalização. Quanto ao restante da malha viária na Região Metropolitana de Belém, o que não tem remédio remediado está - a menos que o chamado “fiscal da lei” saia da escuridão.  

 

Governo do Estado quer
aditivo de R$ 80 mi
para pavimentação da
avenida Liberdade

 

A Assembleia Legislativa deve aprovar mais um aditivo proposto pelo governo do Estado com pedido de urgência. Trata-se do PL nº 553/2024, que prevê autorizar o Estado a contratar operação de crédito interno junto a instituições financeiras nacionais com garantia da União.


O valor descrito no texto é de R$ 483.100.000.00 e deverá ser destinado ao financiamento da implantação e pavimentação da avenida Liberdade - trecho de 13,6 quilômetros de extensão que ligará Belém a Marituba. O valor representa mais de R$ 80 milhões sobre o preço original.




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