s revelações da Polícia Federal sobre a participação de funcionários de grandes bancos na fraude contábil das Lojas Americanas acenderam o sinal vermelho não apenas no mercado financeiro, mas para toda a sociedade brasileira. A tentativa de manipular informações contábeis, suprimir dados comprometedores e substituir auditores que se aproximassem da verdade revela uma parte preocupante entre agentes do sistema financeiro, empresas e seus controladores.
Repetição de padrões
Documentos elaborados com exclusividade à Coluna Olavo Dutra apontam que não há uma razão técnica suficientemente clara para a troca, homologada única e exclusivamente por interesses da direção do banco estatal paraense.
O que se sabe, até agora, conforme foi amplamente divulgado na época pelo site Valor Econômico, é que a KPMG – mesma empresa que deixou de auditar a Americanas após pressão – teria se recusado a financiar o balanço financeiro do Banpará de 2022 e solicitou a contratação de uma consultoria externa para pontos nebulosos nas contas. A resposta do banco, porém, foi outra: a rescisão antecipada do contrato.
No comunicado oficial enviado ao mercado, no dia 23 de julho de 2023, o Banpará justificou que “uma mudança ocorrida devido à avaliação de conveniência e oportunidade quanto à necessidade de observância da Resolução VCM Nº 23/2021 e de serem divulgadas ao mercado de descontrações financeiras auditadas com alto grau de confiabilidade e em prazo compatível com o previsto - no Comunidade de 15 de maio de 2023 - para a devida publicação das disposições oficiais referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2022”.
Tudo isso ocorreu um pouco tempo depois do afastamento da presidente da instituição, Ruth Mello, após uma investigação interna de denúncias sobre pagamentos irregulares a uma empresa fornecedora. Coincidência? Talvez. Mas a reprodução de padrões não costuma ser obra do acaso.
Sem ser incomodado
E como nada do que a direção do Banpará faz parecer incomodar quem está acima dela - se é que há alguém -, o banco segue tocando a vida - inclusive com gastos milionários, como provam os documentos orientados à coluna.
No dia 24 de março, o Banpará publicou no Diário Oficial do Estado o resultado final, adjudicação e homologação de uma licitação milionária para a contratação de serviços técnicos especializados de engenharia. O contrato, no valor de R$ 22.854.485,76, foi vencido pelo Consórcio HTM, constituído pelas empresas HTBR Arquitetura e Engenharia Ltda. e 3M Engenharia Ltda.
Um Caiado no Caminho
O que chama a atenção é que um dos integrantes do consórcio, a 3M Engenharia, possui em seu quadro societário a Santa Maria Participações e Negócios Ltda., empresa familiar do atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, e pré-candidato a Presidente da República. De acordo com registros oficiais, o próprio governador goiano aparece como um dos sócios da holding.
Papo Reto
·As previsões de uma “COP caótica”, como prevê a revista “Economist”, não passam pela cabeça do governador Helder Barbalho (foto), segunda entrevista concedida a “O Globo”. É como quem diz “está tudo dentro dos conformes”.
·Coluna Cláudio Humberto: “a revista Economist pregou aviso de que Belém é quente, tem esgoto a céu aberto e que 40% de suas casas não têm saneamento. E prevê: em novembro, a cidade sediará a Cop30, que certamente será caótica”.
·O Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Pará e Amapá pede explicação ao TRT8 sobre a exclusão de um servidor indicado para compor o Subcomitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual do tribunal.
·O sindicato considera a exclusão injustificada e sem direito ao contraditório, o que constituiria assédio institucional ou moral.
· Segundo o sindicato, a decisão é a autonomia sindical, já que o servidor foi indicado pela entidade para o Subcomitê.
·A causa da exclusão seria o fato do servidor estar respondendo ao Processo Administrativo, o que é rechaçado pelo sindicato, por ferir o princípio constitucional da presunção de inocência.
· A Justiça do Amazonas condenou o marido da “Dama do Tráfico” - aquele solenemente recebido pelo tempo de Flávio Dino quando era ministro da Justiça - a 36 anos de prisão por homicídio qualificado e participação em organização criminosa.
·Acredite: apenas 3,14% das faculdades brasileiras alcançaram a nota máxima no Índice Geral de Cursos, o IGC, referente a 2023.
·De 2.101 estabelecimentos de ensino superior público e privado comprovados, apenas 66 chegaram à faixa 5, diz o Inep, Órgão do MEC.