Belém, PA - No Dia Mundial da Conscientização pelo Autismo, celebrado nesta quarta-feira, 2, a vereadora Ágatha Barra, do PL, usou a tribuna da Câmara Municipal de Belém, CMB, para fazer um discurso crítico sobre a falta de avanços concretos na política de inclusão da capital paraense.
A parlamentar denunciou que a maioria dos vereadores rejeitou - uma emenda de sua autoria que previa medidas para garantir maior acessibilidade a pessoas autistas em órgãos públicos municipais.
Apesar de reconhecer que o debate sobre a causa tem crescido dentro da Câmara, a parlamentar questionou o que está sendo gerado além das discussões e cobrou dos parlamentares um compromisso real com a inclusão.
Para ela, a defesa da acessibilidade deve transcender diferenças partidárias e se traduzir em medidas concretas que melhorem a vida das pessoas com Transtorno do Espectro Autista, TEA, e suas famílias. "Ainda temos muito tempo para trabalhar, para discutir essa causa e construir uma pauta forte e efetiva em Belém. Não coloquem o partido acima da causa ou da pauta. Espero que as vereadoras e os vereadores estejam comprometidos com a causa", declarou.
Conscientização ou discurso?
A fala da vereadora suscita um questionamento central: qual o impacto real das discussões na CMB sobre a inclusão de pessoas com autismo? A proposta rejeitada pela maioria dos vereadores visava garantir adaptações nos órgãos públicos municipais para melhor atender pessoas com TEA. Segundo a vereadora, a decisão da Casa Legislativa demonstra que ainda há resistência em transformar o discurso em ação.
"É importante que o tema seja debatido. Mas, qual o resultado desse debate? As famílias que convivem com o autismo precisam de políticas públicas, de acessibilidade, de respeito. E isso precisa ser garantido por lei, e estar presente no atendimento ao público nos órgãos públicos", criticou.
A defesa da causa do autismo tem sido uma das bandeiras de Ágatha Barra na Câmara. Para a vereadora, a data não deve ser apenas de conscientização, mas também de reflexão sobre as barreiras enfrentadas pelas pessoas com TEA no dia a dia.
Foto: Divulgação/CMB