a Escola de Governança do Estado, a regra é simples: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Oprimidos em meio a um festival de assédio moral, servidores não medem palavras para se manifestar. À Coluna Olavo Dutra, por exemplo, um deles informa secamente, pedindo para não ser identificado: “A Escola de Governança está ‘desgovernada’”. Faz sentido.
Os assédios vêm em 'charões' bem
servidos e não têm arruda que os espante. Recentemente, uma servidora da Escola
foi informada de que seria exonerada por não se submeter a ordens superiores
consideradas “descabidas e ofensivas” e que por isso lhe soaram, por assim
dizer, “inferiores”. A denúncia aponta que a autora do assédio atende pelo nome
de Helane Meireles, coordenadora da área de Suporte Operacional da Escola, que
não por acaso vem a ser prima de uma deputada estadual ligada ao partido do
governador, o MDB.
Ficha de apresentação
Ocupando o cargo há menos de cinco
meses, dizem que Helane, a Breve, “parece mais real que o rei” e assina
embaixo, sem o menor constrangimento, pelos seus atos nada republicanos, a
título de advertência: “Vocês sabem de quem eu sou prima?” Os servidores
sabem - e como sabem.
Assim, a “prima da deputada” segue
angariando antipatias entre os servidores, a quem chama de “subalternos”, diz
que “não prestam para nada” e que devem ser “substituídos”, por isso mantém um
rígido controle de “ponto” de entrada e saída, de segunda a quinta-feira, pois
costuma se ausentar de Belém na sexta.
Outro detalhe chamou a atenção no
comportamento da coordenadora: “Ela não prestigiou a visita da Imagem peregrina
da Virgem de Nazaré à Escola”, relata a fonte - mas isso são outros quinhentos.
Vá ver que a coordenadora professa credo diferente.
Cientes e cautelosos quanto ao risco
de perda do emprego, a maioria dos servidores suporta os assédios
silenciosamente, mas ocorre que aqui e acolá alguém se rebela tentando escapar
da pressão e consegue levar suas queixas à Corregedoria da Escola, quando não a
um ou dois diretores, isoladamente.
“Todo ouvidos, mas...”
Herivaldo Arruda, o diretor-geral da
Escola, faz o tipo ‘todo ouvidos’ aos denunciantes, mas as queixas que recebe
permanecem com ele. Tanto a Corregedoria, quanto o gabinete do diretor-geral
não cabem de tantas denúncias, mas a prática de assédio prossegue sem solução,
culminando com avisos de demissão, como no caso de um dos denunciantes.
Halane Meireles foi nomeada
coordenadora de Suporte Operacional da Escola de Governança sob o invólucro de
um DAS 4. Seus denunciantes dizem que chega ao trabalho por volta das 9 horas e
sai às 16 horas. Não tem boas relações com os motoristas, nem com o pessoal da
área de limpeza da casa e com outros servidores, que se dizem habitualmente
“humilhados” por ela. Todos temem perder o emprego e quase todos se submetem ao
que consideram “desmandos”, principalmente porque, quando oferecem as
denúncias, recebem a informação clássica de um ou mais diretores: “Ela é DAS 4;
os servidores têm que aceitar”.
Fora de ordem
A título de esclarecimento, escola de
governança é um mecanismo que envolve liderança, estratégia e práticas de
avaliação e direcionamento da gestão pública e prevê essencialmente, a condução
de políticas públicas de interesse social, o que remete à noção, no caso da
Escola de Governança do Estado, que alguma coisa está fora de ordem.
Nota do redator: a
coluna não recebeu qualquer denúncia envolvendo assessores do nível DAS 5,
felizmente. Já pensou se a moda pega pelo nível?
Papo Reto
· Diz a lenda que “formiga
quando quer se perder cria asas”. O senador Beto Faro (foto),
que anda sumido dos palanques do governador Helder Barbalho, só está
alimentando a boataria segundo a qual planeja voos mais altos em 2026 com
relação à sucessão estadual.
· O faro do senador do PT
aponta chances de forçar uma composição da chapa para o Senado com mais um
candidato do partido, ao mesmo tempo em que não desgruda o olho do crescimento
e do fortalecimento político do PP dos Ogawa, de Barcarena.
· Observadores avaliam que as
obras do BRT Metropolitano devem ser entregues em outubro de 2025, véspera da
COP30, o bilhete premiado para Belém.
· Explica-se: de tão generoso,
o evento deve aportar recursos extras ao projeto de conclusão, porque, a julgar
pelas informações sobre os valores da obra, o saldo financeiro é bem menor
do que os custos remanescentes.
· Agora é oficial: cansados de
serem tratados como ‘monstros’, produtores da Amazônia estão organizados para
exigir voz e assento na COP30, ano que vem, em Belém.
· A Sociedade Brasileira de
Urologia alerta para o aumento de casos de câncer de próstata, que matou 17 mil
brasileiros no Brasil em 2023
· Acredite: a possibilidade de o
presidente Lula não disputar a reeleição em 2026 começa a ser cogitada nos
bastidores do PT.
· Entidades ligadas às Polícias
Civis do País estão reagindo à proposta do Ministério da Justiça de criação da
PEC da Segurança Pública.
· Em nota, consideram a medida a
ser levada para discussão no Congresso Nacional “inadequada e desnecessária”. É
como quem diz “deixa que a gente sabe o que está fazendo” com a segurança
pública.