Clima

Onda de calor em Belém tem castigado a população

Tendência é de que temperatura siga variando entre 35 a 37 graus, sendo a sensação térmica próxima aos 40

23/08/2023 16:41
Onda de calor em Belém tem castigado a população

Basta colocar o pé fora de casa para sentir o desconforto: clima abafado e em alguns momentos insuportável como resume a dentista Camyla Mendes. Ela vai ao trabalho todos os dias às sete da manhã. "O calor em Belém atualmente está absurdo, o pior que já vi em 34 anos. Bate até um desânimo para as tarefas diárias".

A sombrinha que tanto protege em dias de chuva, algo comum em nossa região, agora serve de proteção contra os raios solares. A cena é cotidiana pelas ruas, a temperatura média na capital do estado tem chegado aos 35 graus, massacrando quem depende de transporte público.

Adriroseo dos Santos, Coordenador do 1° Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia, pontua que Belém ainda é uma cidade privilegiada geograficamente levando em consideração a proximidade com o litoral, diferente dos municípios no sul e sudeste do estado como por exemplo Marabá, Redenção, Altamira e Parauapebas. "Os ventos entram no continente, formam a chuva e isso ajuda a amenizar o forte calor, com pancadas de chuva geralmente no fim da tarde. O mesmo não acontece com quem está posicionado mais longe do litoral”.

Segundo ele, em Belém as temperaturas vão seguir variando entre 35 a 37 graus, sendo a sensação térmica próxima aos 40 em virtude de todo o contexto da urbanização.

TEMPERATURA EM ALTA - Não só o Pará, mas outras regiões brasileiras enfrentam essa onda de calor que geralmente aparece entre os meses de setembro e outubro. Outro fato apontado por ele é a coincidência do El niño com o verão amazônico, e como se trata de um fenômeno natural cíclico com a duração de um ano aproximadamente, temperaturas amenas só mesmo lá pelo mês de dezembro com a chegada do inverno em nossa região. “A temperatura do oceano Atlântico também está alta, a zona de convergência intertropical se encontra em cima da linha do Equador, e com um El niño rigoroso a tendência é de um inverno com menos chuva”, acrescenta o meteorologista. 

COMÉRCIO DO SOL - Há quem aproveite o calor. Nos semáforos, o comércio informal vende garrafinhas de água, chopp de fruta e carrinhos com suco de laranja. Uma rede de sorveteria dobrou a produção para atender as demandas, não somente nas lojas, mas nos pedidos feitos por aplicativos e envios para outros estados e municípios. "O calor estimula que as pessoas consumam mais picolés e sorvetes. Diferente dos europeus que tomam até no frio, o brasileiro não tem esse costume, então os meses de verão são diferenciados pra gente”, comenta a proprietária Larissa Valério. 

O gelado traz aquela sensação de prazer ou alívio momentâneo, mas é recomendável ter uma alimentação adequada para altas temperaturas, além da hidratação. "Esse clima quente pode levar ao desequilíbrio homeostático e acabar reduzindo o funcionamento metabólico. É importante ter uma alimentação com baixo consumo de sódio, gorduras saturadas e industrializados. Também é importante fracionar refeições e variar alimentos para que o bom funcionamento do organismo não fique comprometido", explica a nutricionista Bianca Malcher. 

HIDRATAÇÃO, SEMPRE! - As atividades físicas merecem uma atenção especial nesse calor. Muitos profissionais que utilizam a hora do almoço para se exercitar estão mudando a rotina, escolhem os horários em que a temperatura está mais amena logo no início da manhã ou no final da tarde para noite. O suor excessivo faz com que o corpo perca mais líquido e sais minerais. 

A água se torna um elemento fundamental na manutenção da temperatura corporal e em diversos processos fisiológicos, por isso o consumo deve ser de no mínimo dois litros por dia. Água de coco, sucos naturais e chás gelados também são recomendáveis. “É importante sempre evitar o processo de desidratação, protege o corpo contra o cansaço, fadiga e dor de cabeça” acrescenta Bianca.

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