jornalista Olavo Dutra, editor deste espaço, foi absolvido no processo movido contra ele pelo presidente do Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará, o Igepps, antigo Igeprev. O titular do órgão processou o jornalista por calúnia e difamação em matérias que tratavam sobre falta de zelo com recursos públicos e da aposentadoria dos servidores; contratação direta de serviços para escritório de advocacia da própria família e luxo em obras de arte do seu escritório em Belém. O entendimento do juiz Marcus Alan de Melo Gomes, da 9ª Vara Criminal da capital: acusação vazia de fatos determinados e específicos no tempo e no espaço.
Em nome da “honra”
O magistrado também não constatou o
crime contra a honra alegado pelo acusador do jornalista, e o absolveu das
acusações, tendo recebido a sentença a certificação de trânsito em julgado, o
que significa que não cabe mais recurso da parte do acusador, que ainda arcou
com as custas processuais na Justiça, através do seu notório escritório.
Na alegação de ofensa à honra, o presidente
do Igepps usou um trecho de uma das matérias que dizia, sobre o fato noticiado:
“Isso é incompetência, burrice, má-fé ou absoluta certeza da impunidade que às
vezes ‘cega’ o infrator ganancioso e o faz deixar de observar os requisitos
legais mais óbvios. Se a intenção era fraudar o processo de inexigibilidade
para se beneficiar deveria, no mínimo, ter buscado uma empresa que atendesse os
requisitos para realização de uma perícia contábil, uma vez que é muito mais
fácil justificar sobrepreço em relação a uma empresa com ‘capacidade técnica,
notória especialização profissional e singularidade de atuação’ do que em
relação a uma empresa que, além de ter que justificar superfaturamento, teria
que justificar o injustificável, que é o impedimento de efetuar o trabalho para
o qual foi contratada, o que torna totalmente nulo o contrato, com a
consequente devolução dos valores pagos”, dizia o texto, na matéria sobre a
contratação direta que contraria o Artigo 337-E do Código Penal, sobre um
contrato de R$ 20 milhões para realização de perícia em um processo do órgão.
O real caluniador
A maioria das notícias das quais se
queixou o presidente do Igepps de serem falsas foi, na realidade, muito bem
documentada por fontes, o que foi provado na Justiça. Em um dos trechos da
ação, o presidente queixoso diz que o jornalista “publicou notícias falsas,
caluniosas e difamatórias com o único intuito de manchar sua imagem, atacar o
atual governo estadual e, sobretudo, obter vantagem financeira para si, por
meio da exploração do seu blog, beneficiando-se da chamada ‘era da
pós-verdade’, na qual alguns buscam fazer da internet uma ‘terra sem lei’, em
que as pessoas compartilham informações sem se preocupar com a veracidade ou
com a confiabilidade da fonte”. Nota do redator: usar
governos, sejam quais forem, para convencer juiz parece coisa de tolos e
configura mentira tão deslavada que, mesmo repetida mil vezes, não convence,
nem aqui, nem na Cochinchina - mas, cada um com sua “especialidade”.
Naturalmente, assim como nas questões
sobre a honra, o presidente queixoso não provou quais seriam as vantagens
financeiras deste jornalista e, como a própria sentença esclarece, também não
houve publicação de informações sem checagem ou provas documentais.
“Jeitinho” costumeiro
O fato é que o presidente do Igepps
pratica os mais diversos tipos de peripécias com a coisa pública, muitas vezes
denunciadas e documentadas, mas tem o costumeiro hábito de não querer que tais
fatos sejam noticiados pela imprensa.
Além de processar jornalistas em
franca tentativa de cerceamento à liberdade de imprensa, o queixoso já usou de
outras manobras para tentar calar os jornalistas. Em um desses momentos, chegou
a promover a retirada do ar da Coluna Olavo Dutra e de outro
portal de imprensa de Belém, com a compra de nada menos que 16 domínios de
Internet com variações dos nomes dos portais, para que estes não pudessem mais
continuar no ar. O caso foi parar na Polícia Federal com pedido de abertura de
investigação, e os domínios dos portais foram recuperados por via judicial.
Papo Reto
· Veja como são as coisas:
empresa sem autorização foi alvo de buscas por exploração ilegal de seixo e
areia além de outras irregularidades. A operação foi da Polícia Federal e da
Receita Federal, na última sexta-feira, 6.
· Foram cumpridos três mandados
de busca e apreensão: um em Belém e dois em Marituba, com a apreensão de dois
carros de luxo, aparelhos celulares e documentos.
· A
investigação apura denúncia promovida do MP sobre possível crime ambiental
relacionado à extração ilegal de seixo e areia na região de Ourém. Envolve
extração ilegal de minério, corrupção passiva de servidor público, sonegação de
impostos e irregularidades trabalhistas.
· Segundo a PF “a sócia
principal da empresa investigada não detinha capacidade econômica, mas possui
registro no CadÚnico do governo federal e foi beneficiária do Bolsa Família, em
2023”.
· Mais: não possui outorga da
Agência Nacional de Mineração (ANM) para exploração mineral, mas causou danos
severos ao longo de vários anos nas áreas exploradas, no município de Ourém.
· É muita doidice.
· Todo mundo ligado já percebeu:
afinal, o que está pretendendo o senador paraense Zequinha Marinho (foto),
do Podemos, com as últimas postagens no Instagram?
· No mesmo dia, ele apareceu
traçando uma unha de caranguejo, com pimenta, em uma feira, dizendo na legenda
que era o “Selo Zequinha de Qualidade”. Depois, estava de novo na aventura
gastronômica, desta feita como que pronto para comer uma manga, das grandes.
· O cara não pode nem relaxar.
a programação da Sky, ontem à tarde, apresentava cinco desenhos animados e
filmes repetidos à exaustão.
· Poucos ou nenhum cliente se
lembra de ter assinado contrato de mais de R$ 300 por mês para ter em casa esse
tipo de programação. Não mesmo.
· Pior: entre os filmes
impiedosamente repetidos - enquanto rola uma programação de duas horas até o
início dos jogos do Brasileirão -, “Todo mundo odeia o Chris”. Verdade.