IBGE aponta 7,3 milhões de desempregados, mas conta não bate; seriam 44 milhões sem emprego

Na ponta do lápis, Instituto oficial do governo federal não contabiliza os 37 milhões de beneficiários do Bolsa-família, nem os 5 milhões de jovens adultos da geração “nem-nem”.

14/12/2024, 09:30
IBGE aponta 7,3 milhões de desempregados, mas conta não bate; seriam 44 milhões sem emprego
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uposta pesquisa de opinião em algum lugar dos Estados Unidos teria feito a seguinte pergunta: “Quem mais se molha: aquele que anda sob a chuva, ou aquele que corre sob a chuva?”. Lenda urbana, ou não, a verdade é que tanto faz. Quem está na chuva há de se molhar.


Márcio Pochmann, ex-presidente do Instituto Lula e atual presidente do IBGE, é questionado sobre os números do desemprego/Fotos: Divulgação.

A questão é que pesquisas são tão importantes para os americanos quanto o hot-dog do dia a dia, ou o peru assado no 4 de julho - e os resultados não costumam mascarar realidades, o que, como todo mundo está careca de saber, não é exatamente o que se vê por aqui.

 

Por causa da divulgação de números, digamos, não confiáveis, o famoso Ibope, que gerou até expressões de uso popular, sofreu uma queda tão grande ante a opinião pública quanto a queda do Império Romano - e sumiu do mapa e com os mapas. No curso das eleições nas últimas décadas, institutos de pesquisa passaram a ser acusados abertamente por suposta manipulação de dados, ajudando a eleger e a derrotar candidatos.

 

Nesse cenário, parece que nem o IBGE escapa.  

 

Na ponta do lápis

 

O jornalista Cláudio Humberto publica hoje, no jornal “O Liberal”, o que chama de “desconfiança” sobre os dados de desemprego produzidos pelo órgão oficial do governo federal, atualmente sob a presidência do petista Marcio Pochmann, que foi presidente do Instituto Lula. Para o IBGE, os desempregados no Brasil são “apenas 7,3 milhões” de pessoas. Convém lembrar que o Instituto já foi acusado de errar na contagem populacional, comprometendo muitos municípios por conta de suposta perda de habitantes.

 

Números não batem

 

No caso do desemprego, a conta do IBGE não bate: o Instituto não contabiliza como desempregados os “sem-emprego” beneficiários do Bolsa-família, que somam 37 milhões de adultos, incluindo na contagem oficial apenas pessoas que dizem ter procurado emprego em vão. Os dados também deixaram de fora cerca de 5 milhões de jovens adultos da chamada geração “nem-nem”, aqueles que nem estudam, nem trabalham, conforme estimativa do próprio Ministério do Trabalho.

 

Elementar, Sr. Portmann

 

Assim, ao contrário dos números oficiais divulgados pelo poderoso IBGE, a soma não dá 7,3 milhões de desempregados nem aqui, nem na Cochinchina, ou 6,8%, mas 40,9% da população brasileira. Não é elementar, Senhor Pochmann?    

 

Papo Reto

 

· Quando você pensa que já viu de tudo: integrantes retirados da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar da UFPA “avaliam o risco” de oferecer denúncia ao TCU por suposto assédio.

 

· Eles foram dispensados por serem homens, isto é, com a medida, a Comissão passa a ser integrada exclusivamente por mulheres, com o aval e designada pelo magnífico reitor Gilmar Pereira (foto).

 

· Resumo da ópera: com Gilmar à frente da Reitoria, e alguma alma generosa por trás, a UFPA acaba de inaugurar o ativismo de gênero, não exatamente em detrimento do trabalho técnico, que as mulheres também têm, muitas vezes de sobra.

 

·  O Fórum da Cultura Oceânica, que pretende criar o Currículo Azul nas escolas da Região Norte, em parceria com as Secretarias de Educação da região, se reuniu nesta semana, na UFPA.

 

· O encontro, sob a coordenação do presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti, reuniu o coordenador de Educação Ambiental da Seduc, Mauro Tavares, o capitão de mar e guerra Rafael Teixeira Cerqueira e o reitor Gilmar Pereira.

 

· O tema: o papel da educação na cultura oceânica, que cobre 70% do planeta e sofre com o aquecimento global, a poluição e a pesca predatória que dizima as espécies.

 

· Os restaurantes de Belém estão criando um cardápio vegano, à base de legumes, oleaginosas, frutas e verduras, a fim de atender um número cada vez maior de clientes que não consomem carne vermelha.


· Segundo pesquisas, quase 10 milhões de brasileiros abriram mão da carne por questões de gosto pessoal, orgânico e até ambiental, pelos malefícios da criação do boi ao meio ambiente.

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