uposta pesquisa de opinião em algum lugar dos Estados Unidos teria feito a seguinte pergunta: “Quem mais se molha: aquele que anda sob a chuva, ou aquele que corre sob a chuva?”. Lenda urbana, ou não, a verdade é que tanto faz. Quem está na chuva há de se molhar.
A
questão é que pesquisas são tão importantes para os americanos quanto o hot-dog do
dia a dia, ou o peru assado no 4 de julho - e os resultados não costumam
mascarar realidades, o que, como todo mundo está careca de saber, não é
exatamente o que se vê por aqui.
Por
causa da divulgação de números, digamos, não confiáveis, o famoso Ibope, que
gerou até expressões de uso popular, sofreu uma queda tão grande ante a opinião
pública quanto a queda do Império Romano - e sumiu do mapa e com os mapas. No
curso das eleições nas últimas décadas, institutos de pesquisa passaram a ser
acusados abertamente por suposta manipulação de dados, ajudando a eleger e a
derrotar candidatos.
Nesse
cenário, parece que nem o IBGE escapa.
Na ponta do lápis
O
jornalista Cláudio Humberto publica hoje, no jornal “O Liberal”, o que chama de
“desconfiança” sobre os dados de desemprego produzidos pelo órgão oficial do
governo federal, atualmente sob a presidência do petista Marcio Pochmann, que
foi presidente do Instituto Lula. Para o IBGE, os desempregados no Brasil são
“apenas 7,3 milhões” de pessoas. Convém lembrar que o Instituto já foi acusado
de errar na contagem populacional, comprometendo muitos municípios por conta de
suposta perda de habitantes.
Números não batem
No
caso do desemprego, a conta do IBGE não bate: o Instituto não contabiliza como
desempregados os “sem-emprego” beneficiários do Bolsa-família, que somam 37
milhões de adultos, incluindo na contagem oficial apenas pessoas que dizem ter
procurado emprego em vão. Os dados também deixaram de fora cerca de 5 milhões
de jovens adultos da chamada geração “nem-nem”, aqueles que nem estudam, nem
trabalham, conforme estimativa do próprio Ministério do Trabalho.
Elementar, Sr. Portmann
Assim,
ao contrário dos números oficiais divulgados pelo poderoso IBGE, a soma não dá
7,3 milhões de desempregados nem aqui, nem na Cochinchina, ou 6,8%, mas 40,9%
da população brasileira. Não é elementar, Senhor Pochmann?
Papo Reto
· Quando você pensa que já viu de tudo: integrantes
retirados da Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar da UFPA
“avaliam o risco” de oferecer denúncia ao TCU por suposto assédio.
· Eles foram dispensados por serem homens, isto é, com a
medida, a Comissão passa a ser integrada exclusivamente por mulheres, com o
aval e designada pelo magnífico reitor Gilmar Pereira (foto).
· Resumo da ópera: com Gilmar à frente da Reitoria, e
alguma alma generosa por trás, a UFPA acaba de inaugurar o ativismo de gênero,
não exatamente em detrimento do trabalho técnico, que as mulheres também têm,
muitas vezes de sobra.
·
O Fórum da Cultura Oceânica, que pretende criar o
Currículo Azul nas escolas da Região Norte, em parceria com as Secretarias de
Educação da região, se reuniu nesta semana, na UFPA.
· O encontro, sob a coordenação do presidente do Grupo de
Especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti,
reuniu o coordenador de Educação Ambiental da Seduc, Mauro Tavares, o capitão
de mar e guerra Rafael Teixeira Cerqueira e o reitor Gilmar Pereira.
· O tema: o papel da educação na cultura oceânica,
que cobre 70% do planeta e sofre com o aquecimento global, a poluição e a pesca
predatória que dizima as espécies.
· Os restaurantes de Belém estão criando um cardápio
vegano, à base de legumes, oleaginosas, frutas e verduras, a fim de atender um
número cada vez maior de clientes que não consomem carne vermelha.
· Segundo pesquisas, quase 10 milhões de brasileiros
abriram mão da carne por questões de gosto pessoal, orgânico e até ambiental,
pelos malefícios da criação do boi ao meio ambiente.