Exposição “Existirmos” é aberta neste domingo no Museu de Arte de Belém

A mostra segue em cartaz até setembro de 2025, com entrada gratuita.

18/05/2025, 20:00
Exposição “Existirmos” é aberta neste domingo no Museu de Arte de Belém

Belém, PA - O Museu de Arte de Belém (MABE) abre ao público a exposição “EXISTIRMOS”, como parte da programação da Semana Nacional de Museus, que neste ano tem como tema “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”. A abertura, neste domingo, 18, ocorre na Sala Theodoro Braga, marcando também o Dia Internacional dos Museus.


Sob curadoria de Nina Matos e curadoria adjunta de Waldereis Araújo, a mostra reúne obras do acervo do MABE, assinadas por nomes consagrados da arte paraense como Anita Guidi, Antonio Salazar, Dionorte Drumond, Dumas Seixas, João Batista de Paula Fonseca, Marinaldo Santos, Miguel Chikaoka, Octávio Cardoso, entre outros. Além disso, o público poderá conhecer trabalhos de nove jovens artistas visuais amazônicas convidadas, que integram um núcleo contemporâneo voltado à reflexão sobre a crise climática e os desafios ambientais da atualidade.


"Estamos em uma cidade, a cidade de Belém, que sediará a COP 30, que tratará justamente desses temas: crise climática, meio ambiente e sustentabilidade, que afetam o mundo todo. A partir daí se fez uma curadoria do nosso acervo com obras que estão alinhadas a essas questões, e também foi feito um convite a jovens artistas que trabalham esses temas em suas obras. Nós queremos trabalhar esse tema através da exposição e de oficinas que vão ocorrer nesse período, e refletir sobre nossas práticas de existência e sobre a preservação do meio ambiente", explicou Nina Matos, curadora da exposição e servidora do MABE. 


Entre as artistas convidadas estão Boto Psicodélico, Dannoelly Cardoso, Ireny Nunes Yago, Júlia Goulart, Laís Cabral, Ká Miranda, LENU, Michelle Cunha e Renata Segtowick. Os trabalhos abordam questões ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e dialogam com temas como a preservação da natureza, os direitos dos povos originários e os impactos das ações humanas no ecossistema amazônico.


Para a artista Dannoelly Cardoso, fazer parte da exposição é marcante para a trajetória como artista. "É ver minha caminhada, feita de desafios, pesquisas e muita entrega, ganhar espaço e reconhecimento. Levar a minha arte para o MABE, um lugar que preserva memórias e inspira tantas histórias me fortalece e me deixa honrada."


Renata Segtowick, por sua vez, exaltou a oportunidade e responsabilidade de expor sua arte na mostra. "Estar com uma obra exposta no Museu de Arte de Belém é muito significativo para mim, tanto pelo espaço simbólico quanto pelo contexto da exposição. O Palácio Antônio Lemos carrega camadas históricas importantes para a cidade, e colocar uma obra com temática ambiental ali é quase como provocar um diálogo entre o passado e as urgências do presente. Participar da 'Existirmos' é também uma maneira de afirmar que a arte tem um papel fundamental na conscientização, na escuta e na transformação social. Sinto orgulho, mas também responsabilidade".


Um convite à reflexão


Organizada em diferentes núcleos temáticos, “EXISTIRMOS” apresenta obras que vão desde imagens da natureza exuberante da região até críticas contundentes às ações predatórias que agravam a crise ambiental global. As criações revelam tanto o lirismo do imaginário amazônico quanto a urgência de repensar práticas e modos de vida em tempos de profundas transformações.


"Belém se encontra no foco das narrativas, e essa exposição vem para somar com inúmeras atividades culturais e artísticas que estão sendo realizadas em prol da agenda COP 30. A exposição, por carregar tanta representatividade e nomes potentes, sintetiza a nossa realidade amazônida em paralelo com o debate ambiental e de sustentabilidade. Essa realidade precisa ser vista na sua totalidade e não por meio de estereótipos, então acredito que os olhares expostos, principalmente de artistas mulheres, são de extrema importância", explicou a artista Júlia Goulart, que tem artes expostas na mostra.


Danoelly Cardoso também apontou a necessidade de expor a realidade dos povos da região por meio da arte. "A exposição usa a arte para mostrar a realidade da Amazônia e dos seus povos. Dar voz às nossas comunidades é tocar as pessoas de forma mais humana sobre os impactos ambientais".


A mostra segue em cartaz até setembro de 2025, com entrada gratuita.


Foto: Agência Belém

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