O escritor Ernesto Feio Boulhosa lança sua 15ª obra, "Jagarajó", um livro que ele define como "um portal para a vida pulsante da Amazônia". O lançamento acontecerá no dia 8 de agosto de 2025, às 19h, na Academia Paraense de Letras, na rua João Diogo, 235, Cidade Velha, em Belém-Pará.
Natural de Ponta de Pedras, no Marajó, o autor transporta os leitores para o universo amazônico por meio de uma "econarrativa", um estilo que se propõe a pintar cenários com palavras e memórias. O livro busca fazer com que as pessoas "sintam o coração da gente marajoara, o calor úmido, ouçam o canto dos pássaros e o sussurro dos rios, e quase possam tocar a densa folhagem da floresta", como descreve a obra.
Boulhosa, que é membro da Academia Marajoara de Letras, explica que "Jagarajó" é um livro de memórias que "apresenta uma econarrativa de um passado onde a coexistência dos ribeirinhos era preservacionista". O autor destaca a valorização da pesca artesanal, da agricultura familiar e da partilha diária, sem a busca constante por lucro. "Os ribeirinhos viviam uma vida tranquila, respeitando a natureza", completa.
A obra aborda a interação entre o ser humano e o meio ambiente, explorando as tradições marajoaras e seus seres encantados, como o boto, a Matinta Pereira, o Mapinguari, a Caapora e a Cobra Grande. "Esses seres são respeitados na tradição marajoara por protegerem a natureza, demonstrando uma relação antropológica com o homem", afirma o autor. Em contraste, ele critica a atual busca incessante por "ter sempre mais", que tem causado desmatamento e poluição.
Para Boulhosa, o livro é um alerta ao homem moderno. "Jagarajó alerta o homem moderno para que não perca sua interação com a natureza, pois essa conexão é essencial para a vida", analisa. A obra convida a desacelerar e a se reconectar com a natureza, que "oferece qualidade de vida, silêncio e melhora para a ansiedade e depressão".
Fonte: Divulgação
Fotos: Silvia Ataide