Perigo nas estradas

Excesso de velocidade mata três Vezes mais que combinação álcool e direção

Dados da PRF revelam que desrespeitar o limite de velocidade provocou 1.777 sinistros de trânsito entre janeiro e maio

15/07/2023 12:32
Excesso de velocidade mata três Vezes mais que combinação álcool e direção

O excesso de velocidade nas rodovias federais brasileiras provocou quase três vezes mais mortes que a combinação criminosa entre álcool e direção. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre janeiro e maio deste ano, 183 pessoas morreram e outras 2.151 ficaram feridas em 1.777 sinistros de trânsito provocados por excesso de velocidade.


No mesmo período, a ingestão de álcool e de substâncias psicoativas por parte dos motoristas causou 67 mortes e deixou 1.241 pessoas feridas em 1.429 sinistros. Ao todo, foram registrados 26.716 acidentes de trânsito, que causaram 2.115 mortes e deixaram 30.958 feridos entre janeiro e maio. 


O diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, explica que, apesar de o senso comum minimizar o desrespeito ao limite de velocidade nas rodovias, dirigir em velocidade acima do permitido amplifica os riscos e a gravidade dos acidentes de trânsito.


“Os limites de velocidade determinados nas rodovias existem para garantir a segurança de todos que as utilizam. A velocidade interfere no tempo de reação diante de um imprevisto, no sucesso da frenagem, na estabilidade do veículo, visibilidade e, principalmente, na intensidade do impacto”, observa.


No primeiro trimestre do ano, o número de autuações por excesso de velocidade nas rodovias federais registrou uma alta de 45% em relação ao mesmo período do ano anterior. A cada minuto, quatro motoristas foram multados, um total de 501.453 autuações.


O aumento reflete a alta de 30,5% das fiscalizações com radares móveis da PRF nos três primeiros meses deste ano, quando foram realizadas 6.266 fiscalizações. Neste período, o tempo de operação dos radares móveis chegou a 12.200 horas, 35,7% mais que no mesmo período do ano anterior.


“Nossas rodovias não foram adaptadas ao longo desses anos para o atual modelo de circulação, o número crescente de pontos críticos (trechos com altos índices de acidentes) é fruto de problemas crônicos de pavimentação associado à circulação irregular de veículos acima do peso, fazendo com que o excesso de velocidade nesses trechos resulte em acidentes cada vez mais graves e letais. Uma vez que não temos uma previsão de resolução desse problema, tirar o pé do acelerador pode ser determinante para a vida ou morte nesses eventos evitáveis”, finaliza o diretor da Ammetra.

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