Nova York, 23 - O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, afirmou no domingo, 22, que, se os eventos como as queimadas
que assolam o Brasil se tornarem recorrentes vão exigir um orçamento próprio
para combatê-los. "Então, vai ter que prever no orçamento uma dotação
específica, que hoje talvez não se faça necessária, mas que amanhã, dependendo
da evolução da mudança climática, pode se fazer", explicou ele, a
jornalistas, em Nova York.
Haddad também voltou a defender um trabalho de cooperação para o combate às
queimadas no Brasil similar ao que foi feito por ocasião das enchentes no Rio
Grande do Sul. Mais cedo, ele criticou o que chamou de 'empurra-empurra' e
disse que a melhor saída é um trabalho conjunto.
Além disso, a união do governo federal juntamente com Estados e municípios pode
ajudar a reduzir os custos envolvidos, na sua visão. No caso das queimadas,
isso é ainda mais importante porque atinge um maior número de Estados, afirmou.
"Esse desafio que está colocado na mudança climática, ele impõe a nós também
abrir uma série de oportunidades para coibir, inibir essa mudança que está em
curso", avaliou Haddad.
O ministro defendeu ainda a importância de o mundo encontrar uma solução
global. "O mundo vai ter que encontrar uma solução, porque o problema não tem
fronteira, não vai respeitar fronteiras. O aquecimento global é uma
realidade", reforçou.
Por fim, Haddad disse que os países mais ricos vão ter de dar contribuição
maior do que os países pobres na questão do combate às mudanças climáticas.
"Até porque tem países que estão muito endividados", disse.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil