Paris e São Paulo - O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva voltou a mostrar confiança neste sábado, 1, na assinatura
de um acordo entre Mercosul e União Europeia. "Estou convencido que até eu
deixar a presidência do Mercosul nós vamos ter esse acordo assinado, com todo
mundo sorrindo", disse a jornalistas em Paris.
O Brasil assumiu a presidência rotativa do Mercosul na sexta-feira, 6, por seis
meses, mas alguns países europeus, sobretudo a França, têm mostrado resistência
ao acordo.
Lula disse hoje que propôs a Macron reuniões entre os agricultores brasileiros
e franceses, incluindo os pequenos e médios. "Ao invés de antagonismo, a
nossa agricultura pequena e média possivelmente tenha muita
complementaridade."
"Longe de mim querer prejudicar o pequeno agricultor francês", disse
Lula. "Não quero que a gente pare de comprar vinho da França, embora a
gente produza vinhos, de comprar champanhe, embora a gente produza também, de
comprar queijo. Política comercial é uma via de duas mãos."
Lula ressaltou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem
procuração para assinar o acordo comercial, independente de a França querer ou
não.
"Acho que o Parlamento europeu aprova o acordo. Mas não quero que seja um
acordo que as pessoas fiquem de cara feia, porque aí não é acordo", disse
Lula aos jornalistas em Paris neste sábado.
Extrema
O presidente Lula também falou das eleições
de 2026 e disse que a extrema direita não ganhará nas urnas no ano que vem.
"A extrema direita não voltará a governar esse País, sobretudo com
discurso negacionista, mentiroso e muitas vezes até canalha", disse em
coletiva à imprensa.
"Não vai ser a inteligência artificial, a fake news que vai fazer alguém
ganhar aquela eleição", afirmou Lula.
Lula foi perguntado sobre como vê o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas
eleições do ano que vem, se sairia como candidato a governador de São Paulo,
senador ou para presidente. "Você acha que eu seria louco de responder
isso agora, aqui em Paris?", questionou Lula.
"Para a construção de candidaturas é muito cedo, pelo menos do meu
lado", disse Lula. "Quando chegar o ano que vem eu vou começar a
discutir candidaturas. Não sei quem é melhor em que lugar, temos que fazer o
mapeamento do Brasil, ver a realidade "
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Reprodução/Benoit Tessier/Reuters