São Paulo, SP - Comprar carro em leilão sempre oferece riscos, mas uma oficina de Araruama, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, teve uma surpresa chocante. A B3Car, loja especializada em carros de leilão, adquiriu um Renault Kwid elétrico que estava com a frente bem danificada. Mas o problema, na verdade, estava escondido no assoalho.
Ao levantar o hatch na oficina, e verificar o conjunto elétrico, funcionários encontraram um bloco de concreto no lugar da bateria de 26,8 kWh. No vídeo publicado no Instagram, um dos técnicos da B3Car mostra a caixa da bateria recheada de concreto. Na postagem, a empresa fala em um prejuízo de R$ 40 mil, mas não dá detalhes.
“Quando a gente foi finalizar a parte mecânica do carro pra funcionar - o carro, né, veio sem funcionar. Detectamos um problema grave do leilão, mais uma vez sendo covarde e não deixando claro que o carro estava com a bateria adulterada. Quando fomos abrir a bateria: concreto no lugar da bateria. Prejuízo de mais de R$ 40 mil”, diz um dos funcionários da loja no vídeo.
Segundo caso
Este, contudo, não é o primeiro caso envolvendo a mesma unidade do Renault Kwid elétrico. Em agosto de 2024, uma outra oficina recebeu o hatch, que foi adquirido por um cliente em um leilão. E fez a descoberta. Novamente ao erguer o modelo em um elevador automotivo, notou-se os conectores da bateria soltos. Em seguida, ao remover o componente, havia um grande bloco de concreto no lugar das células de íons de lítio.
Na ocasião, a oficina subiu um vídeo no perfil @ralla_tecnologia, no Instagram, mostrando a “surpresinha” dentro do Renault Kwid E-Tech (veja abaixo). O veículo aparentemente foi devolvido ao leiloeiro, que, então, recolocou o modelo à venda em um pregão recente. Foi quando a oficina B3Car de Araruama arrematou o carro.
Atualmente, a bateria é o componente mais caro de um veículo 100% elétrico. Em alguns casos, chega a custar quase a metade do preço do carro – lembra do Fiat 500e que bateu o assoalho na rua e danificou a bateria? O componente, na época, foi orçado em R$ 240 mil, ou seja, quase o preço do carro, que tinha tabela de R$ 255.990.
No caso do Renault Kwid elétrico, a bateria de 26,8 kWh entrega uma autonomia de até 185 km segundo o Inmetro. A arquitetura do hatch permite carga rápida em corrente direta (DC). Assim, é possível “encher” a bateria em cerca de 40 minutos. Já em um Wallbox residencial de 7 kWh, a recarga leva em torno de 3 horas.
Foto: Reprodução/Instagram
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