São Paulo, 19 - O ministro Luís Roberto
Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta
quarta-feira, 19, para rejeitar recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e
dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes para excluir os ministros
Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento da denúncia do
golpe.
Em seu voto, Barroso reiterou que as defesas não comprovaram o impedimento dos
ministros. Para o presidente do STF, não houve "concreta demonstração da
parcialidade".
"Alegações genéricas e desacompanhadas de prova concreta da aventada
parcialidade do julgador não se prestam para a caracterização do alegado
impedimento", escreveu o ministro.
Os recursos estão sendo analisados em uma sessão extraordinária no plenário
virtual do STF. A votação termina às 23h59 de quinta-feira, 20. Os processos foram
pautados com urgência porque o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outras
seis pessoas apontadas como as lideranças do plano golpista será no dia 25 de
março na Primeira Turma do STF.
Veja quais são os recursos em julgamento:
- Mário Fernandes pediu a suspensão do ministro Flávio Dino alegando que ele
era ministro da Justiça no 8 de Janeiro;
- Bolsonaro alegou a suspeição de Flávio Dino com base em uma queixa-crime por
calúnia, injúria e difamação movida pelo ministro contra o ex-presidente. Na
época, Dino era governador do Maranhão;
- Bolsonaro alegou o impedimento de Cristiano Zanin porque, quando era
advogado, o ministro subscreveu em nome do PT uma notícia-crime contra
Bolsonaro por ataques às instituições;
- Braga Netto questiona a imparcialidade de Alexandre de Moraes alegando que
ele não poderia relatar o processo porque a denúncia menciona uma suposta
operação para executá-lo em meio ao golpe - o Plano Punhal Verde e Amarelo e o
Copa 2022.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil