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Seleção feminina de vôlei supera Turquia, ganha o bronze e Zé Roberto é incógnita

Não veio o ouro, mas o bronze tem importância e reforça que o voleibol brasileiro continua entre os melhores do mundo

10/08/2024 20:08
Seleção feminina de vôlei supera Turquia, ganha o bronze e Zé Roberto é incógnita

Paris, FRA - Segundo país mais pódios olímpicos no vôlei feminino, o Brasil adicionou um bronze à sua coleção de medalhas. Conquistado com vitória por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 27/25, 22/25 e 25/15, sobre a Turquia neste sábado, o terceiro lugar não era o que queria inicialmente a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas tem bastante valor e impede que a equipe de José Roberto Guimarães deixe a capital francesa com o sentimento de profunda frustração, como ele mesmo havia dito antes da partida.


Enquanto a seleção masculina vive crise técnica, não subiu ao pódio nos últimos dois Jogos Olímpicos e fez em Paris sua pior campanha olímpica desde 1972, a equipe feminina volta para casa com medalha pela segunda vez seguida em Olimpíadas. São, agora, seis medalhas para as mulheres do vôlei: ouros em Londres-2012 e Rio-2016, prata em Tóquio e bronzes em Atlanta-1996, Sydney-2000 e agora em Paris.


Com mescla de frescor e experiência no elenco, a seleção chegou a Paris confiante de que subiria ao degrau mais alto do pódio. A preparação foi a melhor possível e o desempenho vinha sendo em alto nível. No entanto, os Estados Unidos - de novo - apareceram no caminho para tirar do Brasil a chance de ir à final.


Não veio o ouro, mas o bronze tem importância e reforça que o voleibol brasileiro continua entre os melhores do mundo, como enfatizou Zé Roberto, técnico tricampeão olímpico que ainda não definiu seu futuro depois de estar em sua nona edição de Olimpíada. Depois de Tóquio, ele chegou a dizer que se aposentaria, mas voltou atrás.


Um pequeno apagão no início da partida parecia que seria mau presságio ao Brasil. Mas não foi. Ao contrário do que aconteceu na semifinal, a equipe se recuperou rápido, tirou vantagem de três pontos que as turcas haviam aberto e tomaram a ponta.


Foi muito mais desafiador o segundo set para as brasileiras, que sofreram com os ataques turcos e passaram a maior parte em desvantagem, tendo de correr atrás. A Turquia conseguiu abrir 19 a 15. No entanto, na reta final da parcial, quando a jovem Ana Cristina estava mal e era parada pelo bloqueio turco, Rosamaria e Gabi tomaram a frente e foram decisivas: 27 a 25.


O Brasil perdeu a oportunidade de definir a vitória no terceiro set. O embalo foi freado com ótimo desempenho da Turquia, liderada por Vargas e Cebecioglu, que viraram grande maioria das bolas. Os erros do time brasileiros também fizeram a diferença a favor da equipe rival.


O brilho, a eficiência e até a sorte retornaram no quarto set para o Brasil. Os saques e os ataques entraram e a defesa voltou a ser mais segura, conseguindo parar Vargas e Cebecioglu em alguns momentos. No fim, vitória por 3 a 1 e mais uma medalha para o Brasil.


Indefinição de comando

Presente na conquista de três medalhas de ouro olímpicas e uma de prata, o técnico José Roberto Guimarães celebrou um bronze em Olimpíadas pela primeira vez neste sábado, ao comandar a seleção brasileira feminina de vôlei que venceu a Turquia na disputa do terceiro lugar dos Jogos de Paris. Treinadores não recebem medalhas olímpicas, mas a conquista fica no histórico do paulista de 70 anos, um ícone do esporte nacional.


Zé Roberto foi campeão olímpico pela primeira vez em Barcelona-1992, Olimpíada a partir da qual o Brasil se firmou como potência do vôlei para nunca mais terminar uma edição de Jogos fora do pódio.


Zé também subiu ao lugar mais alto do pódio como treinador da seleção feminina, em Pequim-2008 e Londres-2012, além da prata em Tóquio, em 2021. O currículo com títulos e um vice-campeonato não o impediu de valorizar muito o bronze deste sábado e o trabalho das jogadoras.


A possibilidade de tentar levar a seleção brasileira feminina à conquista de mais uma medalha, nos Jogos de Los Angeles-2028, ainda vai ser avaliada pelo treinador, que não garante a continuidade do trabalho. O que a gente combinou é de conversar com a Confederação para fazer retrospecto do que foi, ver o que foi o ciclo. Futuro, não sei, sinceramente. Não me preparei para esse momento. Vou ver com a família, muita coisa para ver", limitou-se a dizer.


Foto: Alexandre Loureiro/COB

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