Oito municípios do Pará estão na lista dos 20 piores do País no relatório de Progresso Social

Pesquisa mostra Brasil com IPS em 61.83, e o Estado, entre os piores apurados - média de 41.00 em escala que chega a 100.

16/07/2024, 08:00
Oito municípios do Pará estão na lista dos 20 piores do País no relatório de Progresso Social
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o início de julho, foi lançado o primeiro relatório do Índice de Progresso Social (IPS), relativo apenas ao Brasil. A pesquisa e tabulação dos dados foram feitas pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com a Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento e o Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative.


Trairão, Jacareacanga e Portel são três dos piores do Pará, em estudo onde Canaã dos Carajás aparece melhor posicionado, com índice de 56,91/Fotos: Divulgação.

No português claro: enquanto a pesquisa aponta que o País está com o IPS em 61.83, oito municípios paraenses repousam placidamente entre os piores apurados, com pontuações, em média, de 41.00 de IPS, em uma escala que chega a 100.

 

Entre os 20 piores

 

O IPS Brasil 2024 apresenta dados dos 5.570 municípios dos 26 Estados e Distrito Federal. De uma forma geral, o Pará é o que tem menor índice médio, como 53,20, e o que apresenta oito entre os 20 municípios com o pior índice. O restante da lista são unidades de Roraima, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Acre, todos Estados da Amazônia Legal.

 

Ruins de notas

 

Entre os 20 municípios com menores pontuações, os oito no Pará são Trairão (com IPS de 38.69), em terceiro na lista; Bannach (38.89), o quarto; Jacareacanga (38.92), em quinto; Cumaru do Norte (40.64), em sexto; Pacajá (40.70), em sétimo; Uruará (41.26), em oitavo; Portel (42.23), em nono; e Anapu (42.30), em 11º,  todos eles bem abaixo do IPS 56,91 de Canaã dos Carajás, o de melhor índice entre os municípios paraenses, excetuando a capital, Belém.

 

Pelas notas obtidas por esses municípios, se observa que eles têm problemas sérios com Segurança Pessoal, com os menores índices apurados, e com Acesso à Educação Superior. Por outro lado, mesmo com os problemas pelos quais passam, o segmento de Moradia, Saúde e Inclusão Social nesses locais teve notas razoáveis e mais altas.  

 

Veja os piores

 

A população estimada nos oito piores municípios do Pará avaliados pelo levantamento supera a casa dos 230 mil habitantes, segundo os dados disponibilizados pelo IBGE. Nesses municípios, o Índice de Desenvolvimento Humano vai de baixo a muito baixo, conforme informações do PNUD.

 

Trairão - Município da região sudoeste do Pará, foi fundado em 1993, sendo desmembrado, assim como Jacareacanga, de Itaituba. Ocupa a posição 5568º entre os 5570 municípios brasileiros. Pela apuração do IPS Brasil, Trairão só teve notas de Relativamente Neutro e Relativamente Fraco. Teve maior pontuação em Nutrição e Cuidados Médicos Básicos, com 69,56; e pior em Acesso à Educação Superior, com 21,97.

 

IDH (PNUD/2010): 0,562 - baixo

População total (IBGE/2020): 19 168 hab

 

Bannach - Fundado em 1997, pertence à região do sudeste paraense e à microrregião de São Félix do Xingu. Ocupa a posição 5567º de 5570. Na apuração, na qual a maioria das notas são Relativamente Neutro e Relativamente Fraco, surge com um ponto considerado Relativamente Forte, que traz a maior nota em Saúde e bem-estar, com 66,82. Já a pior é em Segurança Pessoal, com 11,61.

 

IDH (PNUD/2010: 0,594 - baixo

População total (IBGE/2020): 4 031 hab

 

Jacareacanga - Extremo sudoeste do Estado, criado, inicialmente, como Distrito de Itaituba, pela Lei estadual nº 2460, em 1961. Emancipou-se em 1991, pela Lei estadual nº 5691. Ocupa a posição 5566º em 5570. A única nota de Relativamente Forte de Jacareacanga é em Saúde e bem-estar, com 70,78; e a mais baixa é em Acesso à Educação Superior, com 14,33.

 

IDH (PNUD/2010): 0,505 - baixo

População total (IBGE em 2022) é de 24 042 hab

 

Cumaru do Norte - Região sul do Pará, foi desmembrado de Ourilândia do Norte, em 1991, muito por conta da atividade garimpeira. Ocupa a posição no IPS de 5565º em 5570. A localidade só tem notas Relativamente Neutro e Relativamente Fraco. A melhor pontuação está em Inclusão Social, com 73,44; e a pior, em Qualidade do Meio Ambiente, com 15,99.

 

IDH (PNUD/2010): 0,55 - baixo

População total (IBGE em 2022): 13. 761 hab

 

Pacajá - Criado em 1988, fica localizado no sudoeste do Pará, entre Tucuruí, Baião, Novo Repartimento, Portel e Anapu. Ocupa a posição no IPS 5564º em 5570. Só tem notas Relativamente Neutro e Relativamente Fraco, sendo a maior em Moradia, com 63,91, e a pior em Acesso à Educação Superior, com 16,99.

 

IDH (PNUD/2010): 0,515 - baixo

População total (IBGE em 2022): 46 383 hab

 

Uruará - Era um pequeno povoado que surgiu nos anos 1970, depois, foi elevado ao status Distrito de Prainha em 1984 e em 1989 obteve a autonomia municipal. Fica na região sudoeste do Pará, microrregião de Altamira. Na listagem, ocupa a posição 5563º de 5570. Também só obteve notas Relativamente Neutro e Relativamente Fraco, sendo a maior em Moradia, com 62,74; e a menor em Segurança Pessoal, com 23,74.

 

IDH (PNUD/2010): 0,589 - baixo

População total (IBGE em 2022): 45 395 hab.

 

PortelArquipélago do Marajó, microrregião de Portel. Segundo alguns historiadores, as origens do futuro município remontam à metade do Século XVII, quando o Padre Antônio Vieira fundou no local a Aldeia de Arucará. Na listagem, ocupa a posição 5562º de 5570. Portel obteve um índice Relativamente Forte em Direitos Individuais, com 42,94 pontos, os outros seguem os parceiros paraenses em Relativamente Neutro e Relativamente Fraco. A menor nota de Portel é em Liberdades Individuais e de Escolhas, com 13,82.

 

IDH (PNUD/2010): 0,483 - muito baixo

População total (IBGE em 2022): 62.945 hab 

 

Anapu - Criado em 28 de dezembro de 1995 e desmembrado de Pacajá e Senador José Porfírio. Fica na área da Rodovia Transamazônica e ficou conhecido em todo o mundo por ter sido o local de assassinato da freira Dorothy Stang, em 2005. Na listagem dos municípios, ocupa a posição 5560º de 5570. O município tem um índice Relativamente Forte em Inclusão Social, com 78,19. Os outros seguem iguais aos seus pares no Pará. A pior nota desse município é, sem qualquer surpresa, em Segurança Pessoal, com 8,15, sendo essa a menor nota obtida entre os oito municípios paraenses, entre os piores colocados no Brasil inteiro.

 

IDH (PNUD/2010): 0,548 - baixo

População (IBGE em 2020): 28.607 hab

 

Papo Reto

 

· Coordenador da campanha do candidato do MDB à Prefeitura de Belém, Igor Normando, o ex-deputado Cássio Andrade, que pretendia ser escolhido, é a fonte da informação segundo a qual a ex-secretária Úrsula Vidal (foto) é a dona da vaga de vice.

 

· Em entrevista a “O Liberal”, ontem, Úrsula se manifestou cautelosa: topa o desafio, mas a última palavra é do governador, disse.

 

·  A se confirmar a informação, Helder terá entendido o conselho de uma raposa felpuda da política paraense e desistido do nome de Carla Bengtson, que teria sido cogitado para a vaga como forma de agregar os fiéis evangélicos em torno do candidato do MDB.

 

· Segundo a raposa, a quem até antigos adversários chamam de "enciclopédia política", o segmento evangélico não existe; representa apenas eleitores, não necessariamente fiéis. Bons entendedores entenderão.

 

·  A Semob informa que o retorno da operação da linha fluvial Belém-Mosqueiro, operada pelo navio “Solimões”, está em fase final de negociação, em princípio, nos próximos finais de semana de julho, como reforço à alta demanda do período.

 

·  O órgão esclarece que a suspensão da operação da linha foi determinada pelo Dnit, para possibilitar a execução de serviços de manutenção corretiva no flutuante do Terminal Hidroviário de Mosqueiro. 

 

·  O governo do Pará não faz progressões de peritos oficiais há mais de seis anos por falta de interesse político do chefe do Executivo.

 

· A Lei nº 6.829, de 7.2.2006, que regula a carreira dos Peritos Oficiais do Pará, segue solenemente ignorada.

 

· Ao que se sabe, a última promoção ocorreu no governo anterior, que ajustou a quantidade de vagas no quadro permanente do Grupo Ocupacional Perícia Técnico-Científica e promoveu todos os peritos criminais e médicos legistas. 

 

 

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