Na semana do Dia Mundial do Coração, é importante alertar para a relação entre diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares. O diabetes e a obesidade são doenças crônicas e progressivas que estão altamente relacionadas ao risco cardiovascular, representando um dos desafios mais importantes para a saúde pública em todo o mundo. No Brasil, também não é diferente, a diabetes e a obesidade tem avançado entre os brasileiros.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, o diabetes atinge 16,8 milhões de casos (cerca de 7% da população), sendo o 5º país em incidência de diabetes no mundo. Já a Sociedade Brasileira do Diabetes aponta que duas em cada três mortes de pessoas com diabetes são de causa cardiovascular. Quando se trata da incidência global, dados da International Diabetes Federation mostram que a condição atinge 537 milhões de adultos
Em relação à obesidade, dados também do Ministério da Saúde, apontam que 1 em cada 4 tem a condição, representando 41 milhões de
pessoas.
A obesidade é considerada um fator de risco significativo para o
desenvolvimento de diabetes tipo 2. Conforme aponta a endocrinologista e diretora
médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar, quando uma pessoa está acima do peso,
especialmente quando há um acúmulo de gordura abdominal, isso pode levar à
resistência à insulina, onde as células do corpo não respondem adequadamente à
insulina produzida pelo pâncreas. Isso resulta em níveis elevados de açúcar no
sangue, o que é um dos principais marcadores do diabetes tipo 2.
O diabetes tipo 2 também está fortemente associado a doenças cardiovasculares,
como doença arterial coronariana, hipertensão arterial, acidente vascular
cerebral e insuficiência cardíaca. O excesso de gordura corporal pode levar ao
acúmulo de placas nas artérias, conhecido como aterosclerose, o que estreita as
artérias e aumenta o risco de eventos cardiovasculares graves, como ataques
cardíacos.
Ela explica que quando uma pessoa desenvolve diabetes, o risco de doenças
cardiovasculares aumenta consideravelmente. Os níveis elevados de glicose no
sangue podem danificar os vasos sanguíneos e os nervos ao longo do tempo, tornando
o sistema cardiovascular mais vulnerável a problemas. Além disso, muitas vezes
há concomitância de dislipidemia (níveis anormais de lipídios no sangue),
incluindo altos níveis de triglicerídeos e baixos níveis de lipoproteínas de
alta densidade (HDL), que são fatores de risco para doenças
cardíacas. Problemas cardíacos podem prejudicar o suprimento de sangue
para os órgãos, incluindo o pâncreas, afetando a produção e a regulação da
insulina, o que pode agravar o diabetes.
“Há uma grande interconexão entre diabetes, doenças cardiovasculares e
obesidade. Portanto, é imprescindível para quem tem qualquer uma dessas
condições, que siga, junto ao seu médico por uma abordagem integrada e
multidisciplinar, definindo um tratamento holístico com medicamentos eficazes
que ajudem na perda de peso sustentada e significativa, controle glicêmico e
segurança cardiovascular”, explica Priscilla Mattar, endocrinologista e
diretora médica da Novo Nordisk.
A especialista também alerta para os principais cuidados que precisam ser
tomados em relação a fatores de risco que podem ser controlados:
Gerenciamento do peso: a perda de peso por meio de uma dieta equilibrada
e exercícios físicos regulares pode ajudar a melhorar a resistência à insulina,
reduzir o risco de diabetes e diminuir a sobrecarga no sistema cardiovascular.
Controle glicêmico: para quem já tem diabetes, é fundamental manter os
níveis de glicose no sangue sob controle através de medicamentos prescritos,
dieta e monitoramento frequente.
Controle da pressão: o gerenciamento da hipertensão é crucial para
prevenir doenças cardiovasculares. Isso pode envolver medicação, mudanças na
dieta e no estilo de vida.
Estilo de vida saudável: adotar hábitos saudáveis, como evitar o
tabagismo, reduzir o consumo de álcool, controlar o estresse e dormir
adequadamente, também desempenha um papel vital na prevenção e no tratamento
dessas condições.
Acompanhamento médico regular: consultas médicas regulares ajudam a
monitorar o progresso, fazer ajustes nas estratégias de tratamento e
identificar problemas precocemente.
A relação entre diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade requer uma
abordagem holística para prevenção e tratamento. A conscientização, educação e
esforços contínuos para promover um estilo de vida saudável são fundamentais
para reduzir os riscos associados a essas condições, preservar a saúde e
melhorar a qualidade de vida.
Fonte: Estadão conteúdo
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