Belém, PA - A cabeleireira Gabriela Lourenço, de 35 anos, confessa que já foi desorganizada financeiramente, chegou a passar muitos anos sem usar o cartão de crédito, mas durante esse tempo aprendeu como transformar o cartão em aliado, não em inimigo. Autônoma, ela tem uma renda variável, o que exige um planejamento para não extrapolar a fatura no final do mês.
"Não compro tudo no crédito, na verdade evito. Uso o cartão principalmente pra assinaturas, compras recorrentes que têm valor fixo e compras na Internet. Também evito ao máximo atrasar a data de pagamento e pagar o mínimo e quase nunca parcelo, justamente por conta das taxas".
As taxas a que Gabriella se refere são um fantasma na vida de muita gente. Recentemente, a Selic, que é a taxa básica de juros da economia, passou de 13,25% para 14,25% ao ano. E quando a Selic sobe, as taxas de juros do crédito rotativo também aumentam.
Os gastos da Gabriella são planejados e controlados para que as contas não entrem no vermelho e essa é uma prática que pode ser utilizada por quem necessita usar o cartão de crédito de forma recorrente. "Eu sempre recomendo que as pessoas conheçam as taxas do seu cartão e verifiquem os juros cobrados e não utilizem mais de 30% da sua renda mensal no cartão, se for possível. Outra questão essencial é pagar a fatura integralmente, evitando pagar apenas o valor mínimo, além de evitar parcelamentos desnecessários", orienta a assessora de Produtos e Serviços do Sicredi, Isabelly Melo.
Mas isso não significa que você nunca mais vai parcelar suas compras. Dependendo das condições oferecidas, se o parcelamento for sem juros, pode ser uma boa opção, mas nesse caso é preciso avaliar a capacidade de pagamento futuro e não comprometer o orçamento mensal.
Isabelly orienta que os usuários de cartão de crédito conheçam, analisem e escolham um cartão que se alinhe ao seu padrão de consumo e necessidades financeiras.
"Compare as taxas de juros, anuidade e benefícios oferecidos pelos cartões. Priorize os que tenham menores taxas de juros e, se possível, sem anuidade, além de considerar programas de recompensas que se alinhem ao seu estilo de vida, como cashback ou milhas", explica a assessora.
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