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Agro verde-amarelo resiste bravamente às restrições impostas pela geopolítica

O "tarifaço" dos EUA pressiona, mas o setor demonstra força e resiliência ao diversificar mercados e agregar valor.

José Croelhas | Especial para o POD

17/08/2025, 10:00
Agro verde-amarelo resiste bravamente às restrições impostas pela geopolítica

Bravo, resiliente e profissional, o agronegócio brasileiro  enfrenta com altivez os desafios do aumento das tarifas estabelecidas pelos Estados Unidos, aliás com estratégias diversificadas, buscando minimizar os impactos explorando novas oportunidades. Selecionei algumas das principais ações e cenários que passaram a permear esses negócios:


A diversificação de mercados, principalmente em relação à Ásia, tem sido um caminho interessante para o "realinhamento de gás" do agro nacional. A China, por exemplo, já é o maior comprador da soja e da carne brasileira, enquanto as vendas para outros países como Índia, Indonésia e até o Vietnã também começam a se  expandir de forma interessante.


Na realidade, sem querer depender da geopolítica, o agronegócio tem buscado consolidar negociações para expansão de parcerias comerciais com a União Europeia e outros blocos, como o EFTA  - Associação Europeia de Livre Comércio -, visando reduzir a dependência do mercado norte-americano. 


No Oriente Médio e na África, já se vislumbra um crescimento nas exportações de frango - principalmente para Arábia Saudita e Emirados Árabes - e de carne bovina - para Egito e Marrocos.  


O agro também passou a investir mais em produtos processados, ou seja, com maior valor agregado - óleos vegetais, carnes industrializadas e açúcar refinado, por exemplo, - para escapar das infladas tarifas impostas às commodities.


Não é novidade que a China continua sendo o principal destino das exportações do agro brasileiro, especialmente soja e proteínas animais, compensando, de alguma forma, até aqui, eventuais perdas de mercado nos EUA.  


Outra questão essencial vem sendo os notáveis investimentos na agricultura de precisão, com suas notáveis ferramentas tecnológicas - sensores, drones e sistemas de informação geográfica -, para monitorar e gerenciar a variabilidade dentro da propriedade. 


Consorciadas, tais ferramentas impulsionam a eficiência e a sustentabilidade na produção. A agricultura de precisão se expande, buscando produzir mais e melhor com menos recursos, otimizando a produtividade e ganhando mais


Outra faceta a ser destacada sãos os avanços da genética animal, mais do que nunca focada no melhoramento genético dos animais, visando maior resistência a doenças, além de maior e melhor conversão em leite ou carne. 


Para onde estamos indo? Bem, ante à claudicância de quem demonstra ter pouco apetite em cumprir suas obrigações com os manuais da economia, a única coisa previsível, até aqui, tem sido os "pulos criativos" e a valentia do empresariado do agro brasileiro. Ele não apenas sobreviverá, mas consolidará o respeito global ao alimentar o mundo.


Foto: Divulgação

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