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Resumo

Primeira semana de COP tem disputa política e críticas a obras esquecidas

Vila da Barca é lembrada como "marco zero" das operações da companhia de saneamento Aegea, em Belém

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  • 15/11/2025, 10:00
Primeira semana de COP tem disputa política e críticas a obras esquecidas

Belém, PA - A primeira semana da COP30 ficou marcada por uma guerra - nada bélica - entre os países para ver quem atraía mais atenção na zona azul, com a inauguração dos pavilhões nacionais. O soft power, conceito diplomático de exercer influência e poder de convencimento sem uso da força, entrou em cena como ferramenta de propaganda política.


Logo nos primeiros dias, alguns países saíram na frente com apresentação de elementos culturais associados à promoção de seus governos. A China, por exemplo, apostou na distribuição de brindes e adereços, como arcos com pandas, e pandinhas de pelúcia, assim como chá de jasmim, para quem assistisse às palestras no seu pavilhão. Cada vez mais procurada pela cultura pop, a Coreia do Sul apostou em experiências de cosplay.


Investimento ‘verde’


Em Belém para eventos relacionados à COP30, o presidente do Citi no Brasil, Marcelo Marangon, disse ver demanda no mercado financeiro para os títulos que serão emitidos pelo Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF).


"Tem um potencial enorme. (...) Vejo (demanda). O fundo tem um objetivo de preservação das florestas e tem uma rentabilidade. Ele é uma locação de capital produtiva, em que você vai ter uma governança muito sólida, um uso de recurso com destino específico e que vai ter a remuneração do capital", disse o executivo ao Estadão.


Saneamento vira 'marco zero' de mudanças


A Vila da Barca, comunidade centenária construída sobre palafitas, é o "marco zero" das operações da companhia de saneamento Aegea em Belém. Localizada na região central da cidade, abriga cerca de 5 mil moradores, que passaram a receber água tratada após a companhia antecipar as obras por causa da COP30. Embora a conferência tenha servido de impulso, o caminho ainda é longo: menos de 20% da população da capital paraense tem acesso à rede de esgoto.


Desde 1º de setembro, a Águas do Pará, controlada pela Aegea, opera o saneamento em Belém, Ananindeua e Marituba. A concessão foi antecipada em alguns meses para promover melhorias diante do aumento da demanda durante a COP-30. Enquanto isso, ainda é comum identificar vazamentos de esgoto pelas ruas da cidade, mesmo em regiões mais nobres.


Belém é a quarta pior colocada entre as 27 capitais brasileiras no Ranking do Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados. Apenas Rio Branco (AC), Macapá (AP) e Porto Velho (RO) têm desempenho inferior. O resultado da capital paraense é impactado principalmente pelo esgoto, cuja cobertura é de 19,88%, segundo o edital de concessão. No abastecimento de água, porém, o índice é mais alto, chegando a cerca de 95%.


Foto: Agência Pará

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.