Iniciativa ofereceu serviços de saúde no Terreiro de Mina Dois Irmãos, com presença do Ministério da Saúde e da Sespa
Belém, PA - A manhã deste sábado (7), no bairro do Guamá, em Belém, foi marcada pelo cuidado, acolhimento e valorização da cultura afro-brasileira. Em mais uma edição da Ação de Saúde aos Povos Tradicionais de Matrizes Africanas (POTMAS), promovida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), em parceria com a Coordenação Estadual Saúde Por Todo Pará e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), a comunidade teve acesso a diversos serviços de saúde no Terreiro de Mina Dois Irmãos, das 8h às 13h.
A programação incluiu consultas nas especialidades de clínica geral, pediatria e ginecologia, além de atendimentos de enfermagem, vacinação, testagens rápidas para HIV, sífilis, hepatites B e C, orientações de saúde bucal com entrega de kits de higiene, além de encaminhamentos para exames e especialidades médicas. A Coordenação Estadual de Pessoas com Deficiência (CEPED) também participou com orientações sobre acesso a próteses, órteses, cadeiras de rodas, banho e passe livre.
A coordenadora estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais da Sespa, Tatiany Peralta, destacou o papel estratégico da ação para o enfrentamento do racismo institucional no Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos promovendo formações antirracistas com trabalhadores da saúde, fortalecendo o diálogo intercultural com os povos de terreiro, e apoiando práticas integrativas e saberes tradicionais como estratégias de cuidado”, afirmou.
Responsável pelo Terreiro de Mina Dois Irmãos, a mãe de santo Eloísa Vieira celebrou a iniciativa e sua importância para a população de baixa renda. “Pra nós é importante poder ter uma ação como essa. Às vezes a vacina está lá no posto, mas as pessoas não têm tempo, trabalham, estudam. Aqui foi possível conseguir encaminhamento pra cadeira de rodas, exames e médicos especializados. É muito difícil pra quem mora na periferia, que não tem plano de saúde. Os meus filhos de santo são todos de classe média baixa, e essa ação reforça o que já orientamos no terreiro: cuidado com o corpo, com a saúde e com o outro.”
A ação contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde, como a apoiadora institucional de saúde da população negra do Pará, Alana Alves, que destacou a importância do trabalho para consolidar a Política Nacional de Saúde da População Negra. “Essa ação visibiliza os terreiros como territórios legítimos de promoção de saúde e combate ao racismo religioso. Ao articular os saberes da biomedicina com os saberes tradicionais, contribui para quebrar estigmas e preconceitos ainda presentes na sociedade.”
A ação integra o cumprimento do Termo de Compromisso nº 01/2024, firmado entre a Sespa e a Seirdh, que prevê a realização contínua de atividades de saúde em terreiros de matriz africana e territórios quilombolas em todo o Pará. Mais do que a oferta de serviços, o que se levou ao Guamá neste sábado foi o reconhecimento de que saúde também se constrói com respeito, escuta e valorização da ancestralidade.
Foto: Ascom/Sespa
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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