Além da ameaça à segurança pública, tráfico corrói capital político, confiança institucional e a estabilidade eleitoral.
alerta veio de fora - e com força. O jornal britânico “Daily Telegraph” jogou luz sobre o que autoridades brasileiras evitam admitir: organizações criminosas controlam rotas e operações nos portos de Santos e Belém, além de utilizar estruturas similares em Cartagena, na Colômbia, para enviar cocaína à Europa.

Segundo o Centro de Análise e Operações Marítimas de Narcóticos, grupos transnacionais operam um esquema grotesco: embarcações deterioradas de 200 metros carregando até 10 mil cabeças de gado, misturadas a animais mortos e caminhões-tanque com entorpecentes escondidos. A estratégia é simples e perversa: usar o mau cheiro, o estado terminal dos animais e o colapso sanitário para desencorajar inspeções aprofundadas.
Santos, maior complexo portuário da América Latina, e Belém, porta de acesso à Amazônia, consolidam-se, segundo a imprensa internacional, como corredores estratégicos do tráfico global. Recado direto ao Brasil: as fronteiras não estão abertas - estão escancaradas.
No Pará, o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, tem histórico de operações da Polícia Federal que expuseram a facilidade com que cargas ilícitas transitam pela região. Nos últimos anos, apreensões sucessivas de cocaína em contêineres, cargas de minério e produtos agroexportadores revelaram um padrão: a logística amazônica virou ativo das facções.
Nada disso impediu, porém, o avanço do esquema revelado pelos britânicos, que aponta Belém como peça-chave. É um diagnóstico incômodo para um Estado que mantém um dos maiores fluxos de exportação do Norte - e que, ao mesmo tempo, enfrenta limitações históricas de fiscalização, efetivo e inteligência portuária.
O tema chegou ao centro do debate no momento mais delicado para o governo federal. Enquanto o Senado discute o PL Antifacção - tratado como prioridade para endurecer o combate às organizações criminosas - o governo Lula patina na comunicação e na ação. A reação à operação do governo do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho foi desastrosa: o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, levantou dúvidas que não se confirmaram; o presidente Lula repetiu a crítica; e o Fernando Haddad insistiu numa política de enfrentamento sem confronto, rejeitada pela população do Complexo do Alemão, que viveu o terror das facções.
No Congresso, o governo tropeçou nas próprias pernas: a articulação falhou, a oposição tomou a pauta, e o Planalto terminou votando contra o próprio PL que pretendia liderar.
Segundo a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, criminalidade e tráfico de drogas são a maior preocupação do brasileiro (63%). O tema cresce continuamente desde julho e explodiu após as operações no Rio.
A desaprovação do presidente voltou a superar a aprovação. Nas palavras da Atlas: “a inversão ocorre em meio à dificuldade do governo em apresentar resposta convincente à segurança pública”.
Quando os portos brasileiros aparecem no noticiário internacional como áreas sob domínio de quadrilhas, a equação fica ainda mais tóxica: a soma do tráfico, mais a sensação de impotência estatal e mais os erros políticos equivalem à erosão acelerada de confiança.
A corrosão não é apenas internacional. Ela chega ao cotidiano da população, com aumento da violência urbana, avanço das facções nos Estados, tensão sobre preços, comércio e transporte - e um eleitorado que, pela primeira vez desde 2022, coloca a segurança pública acima da economia.
O país que o Daily Telegraph descreve não é uma abstração geopolítica: é o Brasil que tenta escolher quem será presidente em 2026. E, entre a narrativa oficial e o cheiro de gado podre saindo de navios abarrotados, os eleitores tendem a acreditar mais no que veem do que no que ouvem.
Resumo da ópera bufa: se o Brasil não conseguir controlar o que entra e sai de seus portos, não será apenas a cocaína que circulará livremente - será a percepção internacional e doméstica de que caminhamos para o título que nenhum país deseja carregar: o de narcoestado em formação.

•Dados da pesquisa Doxa apontam o deputado Zeca Pirão (foto), do MDB, como o mais bem avaliado da Assembleia Legislativa do Estado. Wanderlan Quaresma, do mesmo partido, aparece em terceiro, apesar dos cheques.
•A crise que atinge os Correios promete deixar muita gente sem o presente de Natal este ano. Em Belém, por exemplo, crescem as reclamações contra o atraso na entrega de encomendas e, o que é pior, extravio.
•Sabe-se agora: a proposta do técnico Guto Ferreira para continuar no comando técnico do Remo beira meio milhão. O valor contemplaria o treinador e toda a sua equipe de auxiliares.
•Em linha direta com a coluna, o novo dono do bar Santa Matta, no Conjunto Médici O, Marambaia, Ronaldo Sandres diz que assumiu o negócio há apenas dois meses.
•Alega que a tragédia que ceifou a vida de um advogado ocorreu na rua e que não tem informações sobre o suposto fechamento do bar.
•O empresário garante que vem trabalhando para garantir o funcionamento do estabelecimento conforme manda a lei. Menos mal.
•Recém-empossado como presidente do PSDB, Aécio Neves anunciou que apresentará uma ação judicial contra o governo Lula pelo pronunciamento a respeito da reforma do IR, transmitido no domingo.
•Para o dirigente tucano, o discurso em rede nacional serviu para atender a interesses eleitorais, e não institucionais.
•O relator da CPMI do INSS pediu a convocação de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. A convocação integra a nova fase da comissão, que agora mira abusos no crédito consignado contra aposentados.
•Presidente da CPMI, Carlos Viana anunciou que vai recorrer da decisão do ministro André Mendonça que dispensou a oitiva de Sandro Temer.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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