á algumas semanas, tão logo o governo do Estado cortou os repasses ao Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará para o Hospital Santa Maria, de propriedade do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do PSB, a Coluna Olavo Dutra recebeu denúncia anônima de que a estratégia seria, a partir de então, realocar toda e qualquer verba destinada pelo SUS ao município ao Hospital Santa Maria - manobra legal, mas imoral, para não desidratar o centro hospitalar.
Acontece
que, na ocasião, a denúncia foi encaminhada à coluna justamente por antecipar o
que acontece agora. A hidratação do Santa Maria resultaria, necessariamente, na
desidratação de outros hospitais, clínicas e laboratórios menores de
Ananindeua, cujos recursos repassados pelo SUS são essenciais para que que
mantenham o devido atendimento à população.
A primeira vítima
A
primeira vítima da famigerada estratégia para manter o Hospital Santa Maria
'bem das pernas' é o Hospital das Clínicas de Ananindeua, localizado no bairro
Águas Brancas, e que fechou as portas nesta segunda-feira, 6, alegando um
calote de quase R$ 8 milhões da prefeitura. A dívida é fruto de onze meses de
atrasos nos repasses para o hospital entre os anos de 2021 a 2024, e totaliza
quase R$ 8 milhões. Os servidores, sem salários, prometem fechar a BR-316 em
protesto, hoje.
Ofícios reveladores
Os
números com os referidos meses aparecem na emissão de ofícios para a Secretaria
de Saúde de Ananindeua e para o Ministério Público do Pará, por meio da
Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais Fundamentais, Defesa do
Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa de Ananindeua. No documento,
a direção do hospital afirma que a suspensão dos pagamentos tornou a situação
inviável na instituição.
“Estamos
entrando em uma situação de insolvência frente a credores e servidores, não
sendo mais possível continuar as operações. Lamentamos profundamente, pois
éramos praticamente o único hospital que realizava as cirurgias pela tabela
SUS/Sigtap, em Ananindeua. Tal medida extrema foi tomada após diversas
tentativas de negociação e ajustes, buscando uma solução amigável que
infelizmente não foi alcançada”, afirmam os ofícios, assinados pelo médico e
diretor clínico, Ronaldo Sefer.
Questão de prioridade
Paralelo
a isso, obras que poderiam ser entregues com menos pressa seguem sendo
inauguradas - ainda que tenham importância. Poderiam, ao menos, dividir
recursos com o que realmente é precário em Ananindeua. Tudo é uma questão de
prioridade e, no caso de hospitais e afins, de cidadania também.
Ver a saúde perder espaços e investimentos para projetos de uso coletivo não tão emergenciais única e exclusivamente porque rendem mais visibilidade e melhor publicidade é uma estratégia que remonta aos tempos antigos, onde, todos já estão carecas de saber, o pão e o circo eram usados tanto quanto são oferecidos hoje. E, talvez, nos dias atuais, até mais consumidos que antes.
Papo Reto
· Imóveis
entraram no portfólio de negócios dos chamados “novos ricos” de Belém, tanto
faz que seja mansão em Salinópolis ou apartamento em Portugal. As gôndolas de
Belém ficaram pequenas para tanta gastança.
· O
ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça (foto), que é
pastor da Assembleia de Deus, estará em Melgaço, dia 28 deste mês, para
participar de mais uma edição do projeto “Impacto humanitário” executado pelo
Templo Central da Assembleia de Deus, em Belém.
· Outro
que estará no mesmo evento é o presidente do Conselho de Administração da Rede
Globo, Paulo Marinho.
· O
presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Brasil, e presidente do
Templo em Belém, está em intensa ponte aérea entre a capital paraense e o Rio
de Janeiro.
· Ele
lidera, na “Cidade Maravilhosa”, a preparação das comemorações do
centenário da chegada da Assembleia de Deus por lá.
· Acredite:
em mais um episódio de descaso com a saúde pública, a paciente Silvana Monteiro
Rocha, de 62 anos, entubada e aguardando leito na UPA de Icoaraci, teve o seu
prontuário perdido na unidade.
· Com a
comprovação de que o evento de 1 de Maio de Lula contou com financiamento da
Lei Rouanet - R$ 250 mil -, ou seja, pelo próprio Poder Público, está
configurado "crime de improbidade administrativa", diz Alexandre
Rollo, especialista em Direito Eleitoral.
· Resta
combinar com os "russos" da Justiça Eleitoral quem atirará a primeira
multa...
· A
agência norte-americana de classificação de riscos Moody’s anunciou
ontem o rebaixamento do rating da economia brasileira para
Ba2, sinalizando uma solidez fiscal "fraca e sensível" devido à alta
dívida do País e à dificuldade em administrar os débitos, além dos gastos
descontrolados do governo.