m 2022, o médico Daniel Barbosa Santos, ex-vereador e deputado estadual foi eleito prefeito de Ananindeua, segundo município mais populoso do Estado, tendo em seu arco de aliança uma ampla gama de partidos e o apoio explícito de Helder Barbalho, do alto do Executivo do Estado, no exercício de seu primeiro mandato.
Com 67,70% dos votos válidos, a vitória do aliado do governador consolidava uma aliança iniciada em 2018, quando o então vereador Dr. Daniel rompeu com o comando tucano e optou pelo apoio aberto ao MDB. Em retribuição, Helder Barbalho ajudou o Dr. Daniel a se eleger deputado estadual com votação épica e a assumir a presidência da Assembleia Legislativa, entrando nesse momento na linha sucessória do governo.
A precoce proximidade com a cadeira de
governador desde aquele instante talvez tenha animado o jovem deputado a
embalar os sonhos de ser o sucessor do “Rei do Norte”. Essa ambição o guia e o
desnorteia.
Talento não lhe falta. Basta uma
visita rápida ao centro de Ananindeua e uma conversa com populares para aferir
que as pesquisas estão certas: Daniel tem altos índices de aprovação, trabalho
reconhecido em todos os bairros e camadas sociais e não deve encontrar
resistência para permanecer no cargo a - não ser que cometa mais um ‘grande erro’.
O primeiro erro
O primeiro erro atribuído ao Dr.
Daniel foi ter jogado um peso desproporcional para eleger a mulher, a também
médica Alessandra Haber, ao cargo de deputada federal, tendo a neófita recebido
a maior votação não apenas entre seus pares no MDB, mas dentre todos os
concorrentes, incluindo a mãe do governador, Elcione Barbalho, favorita para
ser a mais votada naquele pleito.
O resultado, considerado uma
‘provocação’ pelo Palácio dos Despachos, produziu a primeira dissensão pública
entre o prefeito de Ananindeua e o governador do Pará. As relações, antes
fluentes e diretas, foram escasseando, até se tornarem indiretas, conduzidas
por assessores de ambas as partes.
Um movimento rápido da caneta de
Helder enfraqueceu as articulações do grupo de Daniel Santos por dentro da
máquina do Estado, com dezenas de demissões no Iasep e no Igeprev. Era um
aviso, não uma declaração de guerra.
De olho no movimento
Desde então Helder analisa a situação
de Ananindeua com o detalhismo de um ourives. Viu seu ex-aliado privilegiado
fazer movimentos largos e precipitados, como a viagem ao sudeste do Estado,
onde agrupou adversários do governador. Não estranhou a fala pública do alcaide
na convenção do PSDB, onde começou sua atividade política, dizendo que ali “se
sentia em casa”. Também absorveu sem embaraço a aquisição, por Daniel e amigos,
de mais uma legenda avulsa, o Solidariedade, um dos 16 partidos que em 2022 não
alcançou a cláusula de barreira.
Movimentos em falso, mas que o comitê
político do Palácio dos Despachos não considerou de alta gravidade até que a
“República de Ananindeua” - como a coluna batizou o grupo gestor da ex-cidade
dormitório - extrapolou seus limites territoriais e atravessou o Entroncamento,
perigosamente em direção ao Palácio Antônio Lemos.
Crente de sua popularidade e
descrente do poder de seus adversários de lhe infringirem qualquer revés,
Daniel Santos passou a acreditar que pode não apenas manter o poder de mando na
cidade que governa, mas adicionar ao seu portfólio nada menos que a capital do
Estado.
A extensão do poder
Começou fazendo movimentos de
prospecção, como pesquisas e análises de cenários. Em seguida, iniciou uma
campanha publicitária nas redes sociais ancorada em sua mulher, a deputada
Alessandra Haber, que faz pesadas críticas ao prefeito Edmilson Rodrigues,
candidato à reeleição, que tem o apoio do presidente Lula, do ministro de Lula,
Jader Filho, e do principal porta-voz de Lula no Pará, Helder Barbalho.
“Atravessaram o Rubicão”,
caracterizou um analista de plantão. A expressão é usada para representar a
travessia de um ponto sem retorno e faz alusão à travessia do rio Rubicão por
Júlio César, em 49 a.C.
Resposta na bucha
A resposta de Helder foi eloquente, e
dessa vez em público. Na cerimônia de entrega da avenida Ananin, em Ananindeua,
em um palanque, diante de milhares de pessoas e tendo ao seu lado o casal
Alessandra-Daniel Santos, o governador anunciou a vice-governadora Hana Ghassan
como a sua candidata na sucessão de 2026, dando por encerrada a possibilidade
de apoiar a pretensão do alcaide de sucedê-lo Barbalho nas próximas eleições.
“Daqui a uns três anos, por obrigação
legal, eu vou deixar o cargo de governador. E quem vai ser a governadora do
Pará é a Hana, para dar continuidade a esse processo”, declarou Helder, sendo
efusivamente aplaudido pelos presentes, exceto pelos gestores da “República de
Ananindeua”.
Tudo indicava que a família Daniel
Santos havia entendido o recado e que tentaria algum nível de acomodação no
amplo e democrático Condomínio Barbalho. O anúncio da pré-candidatura de Erick
Monteiro, deputado estadual e ex-vice prefeito de Ananindeua, um dos
correligionários mais próximos de Daniel Barbosa, para o Executivo em Capitão
Poço, deu a impressão de que a expansão territorial da “República” havia se
deslocado de lado e direção e mirado em um alvo mais factível.
Investida em área crítica
No início deste mês, porém, Belém
acordou abarrotada de outdoors ilustrados com uma sorridente
Alessandra Haber em nova investida em área crítica, e sem qualquer diálogo com
o partido ao qual a deputada é filiada: o MDB de Barbalho. Um ato isolado e
individualista visto pelo entorno do governador como provocação.
Grupo de combate
Helder reage em silêncio ao novo
‘grande erro’ de Daniel. Agrupa nomes de peso em Ananindeua, como Chicão Melo,
Miro Sanova e Eliel Faustino, convence PT e Psol a animarem uma oposição de
esquerda e ventila lançar mão de secretários seus com prestígio político e
visibilidade social que, adicionados à esse caldeirão, levem a disputa, na
cidade onde o governador reside, a um dramático segundo turno, que pode, sem
dúvida, sair muito caro e ser um obstáculo real ao voo de cruzeiro do jovem que
um dia chegou a Ananindeua de ônibus, vindo de Açailândia, e viu ali sua
estrela brilhar.
Fábula
Porque como ensinou Esopo, quem
tudo quer, tudo perde.
Papo Reto
Das duas, uma: Paula Gomes (foto) está sorrindo de
orelha a orelha porque - anote -, se não voltar para a Assembleia Legislativa,
"cairá para cima", ganhando secretaria mais robusta.
Enfrentando muita resistência, uma equipe do Ibama, com apoio da
Adepará, começou a remover cerca de 2 mil cabeças de gado da terra indígena
Ituna-Itatá, que se espraia pelos municípios de Altamira e Senador José
Porfírio, no médio Xingu, Pará.
"O Brasil deixou de ser
autossuficiente em lácteos" e "a produção brasileira de leite
deve cair pelo 2º ano consecutivo em 2023 devido ao aumento da importação do
produto de países do Mercosul e a falta de incentivos à produção
nacional", diz Geraldo Borges, presidente da Abraleite.
Acredite, tomates - que, no frio, deterioram muito mais rápido, além de
perderem o sabor -, cebolas, batatas, alhos, pimentas - em conserva - e o café
jamais devem ser conservados em geladeira.
Um novo
vírus, por sinal fruto da criatividade brasileira, tem infectado celulares e
“limpado” contas bancárias de usuários País afora, desviando grandes
quantias por meio do Pix.
Segundo a empresa Karspersky, especialista em cibersegurança global,
desde que o vírus foi descoberto, em dezembro de 2022 foram mapeados 1.505
ataques bem sucedidos.
O ataque
pode raspar até 95% do saldo na conta da vítima e, diferente do golpe da
‘mão-fantasma’ - quando o criminoso acessa o celular da vítima, à distância –
este utiliza um sistema automatizado de transferência, que não conta com nenhum
tipo de ação do criminoso.
O assustador é que o novo golpe do Pix, o malware -software
malicioso - opera sozinho, sem intervenção humana ou interação com a vítima.
Sabor de
"futuro". Este é o gosto que a Coca-Cola propôs ao anunciar a nova
edição limitada do refrigerante, criada com ajuda de inteligência
artificial.
Enquanto a GE anunciou saída do País por questão estratégica global e a
Siemens ter interrompido momentaneamente a produção de equipamentos
relacionados à transição energética, empresas orientais de vanguarda,
principalmente chinesas, começam a avançar no País.
O preço
global do barril de petróleo já flerta com o terceiro dígito: chegou a US$ 94
na sexta, nível mais alto em dez meses.
No ritmo que vai, dizem especialistas, logo, logo chega a U$ 100,
refletindo nos preços internos do diesel, querosene e gasolina, com efeitos
imprevisíveis na inflação.