A Agência Nacional de
Mineração-ANM, informou que o corte de R$18 milhões no seu
orçamento vai prejudicar as ações do órgão responsável pela fiscalização
das atividades minerárias, entre elas o monitoramento das barragens.
Um comunicado oficial do órgão
datado no dia 07 deste mês, informa sobre a paralisação imediata de
todas as atividades de fiscalização em campo e que os agentes só vão
comparecer em fiscalizações em casos de urgência e emergência, e que as medidas
fiscalizatórias serão feitas apenas de forma remota com uso do
georreferenciamento, devido à insuficiência orçamentária para arcar com os
custos de diárias, passagens, combustível, manutenção de viaturas e outros
itens de logística necessários a tal atividade.
O comunicado informa da suspensão
das ações de desenvolvimento de novos sistemas com custos à ANM, já previstos
em seu planejamento institucional, e que visavam o aumento da eficiência
operacional, além de ampliação da oferta de áreas de mineração para fomento à
atividade no país e aumento da arrecadação do governo, e da pontua
alocação da maior parte de sua força de trabalho na atividade relacionada à
Agenda Regulatória, que não impõe custos significativos. Desta forma, as
equipes de Fiscalização, Barragens, Outorga e Disponibilidade de Áreas serão
desfalcadas para atender esta orientação.
A ANM Concluirá a 8ª Rodada de
Disponibilidade de Áreas, não causando prejuízo aos interessados no processo já
em curso, porém a paralisação de todas as demais rodadas de oferta pública e
disponibilidade de áreas;
O comunicado informa ainda da
transformação das Gerências Regionais de Roraima e do Piauí em Unidades
Avançadas, subordinadas, respectivamente, às Gerências Regionais do Amazonas e
do Ceará, visando economizar recursos nestas localidades. Outras localidades
ainda estão sob análise e poderão sofrer a mesma transformação, unicamente por
insuficiência de recursos para sua manutenção, tendo em vista ainda a
insuficiência estrutural.
A agência pontua que reconhece os
impactos que podem advir da suspensão das fiscalizações presenciais, destacando
que a atividade de mineração sem fiscalização devida ou acompanhamento pode
gerar impactos ambientais e sociais severos, diminuição da arrecadação,
frustração do desenvolvimento regional e aumento da atividade ilegal.
A direção da Agência pontuou o
reforço do orçamento para realização dos trabalhos já é uma demanda antiga , e
disse que neste ano, o Projeto de Lei Orçamentário Anual do Governo Federal
destinou a agência apenas R$ 119 milhões de reais, sendo que foi
sancionado um valor ainda menor que o apresentado inicialmente, de apenas R$
115,9 milhões, tendo feito ainda um contingenciamento na ordem de 18 milhões no
orçamento, gerando uma dotação orçamentária de R$ 97 milhões ao órgão, sendo
que no final do mês de julho foi feito um novo contingenciamento no valor de R$
6,3 milhões do órgão.
O comunicado foi assinado pelo
Diretor Geral da Agência, Mauro Henrique Moreira Sousa, e por Júlio Cesar Mello
Rodrigues, Superintendente Executivo . A decisão de suspensão das atividades
foi tomada através da Diretoria Colegiada.
No informativo, a ANM diz que “a
Agência Nacional de Mineração enfrenta, de forma desigual, enormes dificuldades
operacionais em suas atividades finalísticas e de suporte, oriundas de
histórica deficiência Orçamentária, Estrutural e de Pessoal em seus quadros.”
Por outro lado, o governo federal recusou a proposta de reajuste salarial proposta pelo Sinagências (Sindicato Nacional das Agências Nacionais de Regulação) de 45,35%, o que pode levar a uma greve geral em todas elas.
Fonte: 98live.com.br
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