Pesquisa ocorreu no âmbito do curso de Licenciatura Intercultural Indígena pelo Forma Pará, em Parauapebas
Um trabalho realizado na Universidade do Estado do Pará (Uepa) foi o vencedor na categoria Ensino Superior/Licenciaturas, na 7ª edição do Prêmio Metodologias de Ensino Inovadoras (MEI), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os professores Petrônio Potiguar, Goretti Lameira e a assessora pedagógica Nathalia Nascimento compartilharam o projeto “Atos de uma prática pedagógica diferenciada: uma experiência entre os indígenas Xikrin, do Caeté, sudoeste do Pará”, pesquisa que ocorreu no âmbito do curso de Licenciatura Intercultural Indígena pelo Forma Pará, em Parauapebas.
O prêmio recebeu participações do Brasil inteiro e anunciou os vencedores esse mês. “Nosso projeto consistiu na utilização da metodologia de orientações dirigidas de planos de aula, para que eles pudessem, a partir dessas discussões teóricas e desses produtos, escolher temáticas que considerassem pertinentes para uma intervenção nas escolas da aldeia. Isso ocorreu em duas escolas de lá”, explicou Petrônio. “O objetivo foi mostrar como a disciplina relaciona teoria e prática, revelando as ações pedagógicas in loco dos professores de alunos indígenas frente aos discentes do ensino médio e fundamental”, completou.
Para o professor, o reconhecimento coroa um trabalho em conjunto. “Principalmente, a participação dos alunos Xikrin. Na realidade, ele é fruto de todo um processo de organização que vai desde a escolha textos teóricos, de preferência escrito por indígenas, e uma escuta qualificada onde eles escolhem o problema, para poder montar uma aula e fazer uma intervenção entre os alunos do ensino médio. Tudo isso ocorreu de maneira dialogada, mas a produção é deles”, ressaltou o pesquisador, que fez questão de informar e apresentar o projeto aos alunos Xikrin, e recebeu seu consentimento para inscrevê-lo no prêmio.
Esse ponto, aliás, costuma ser algo muito cobrado pelos indígenas: a falta de retorno dos pesquisadores que realizam seus trabalhos em aldeias por todo o Brasil. “Quando a gente apresentou esse trabalho aos alunos, eu e a professora Goretti, eles disseram que autorizavam a fazer aquele trabalho porque, para eles, seria uma forma de demonstrar que os povos indígenas estão construindo uma nova epistemologia dentro da universidade, inclusive como professores e futuros professores”, relembrou.
O trabalho desenvolvido pelos professores da Licenciatura Intercultural Indígena costuma ser diferenciado e receber o reconhecimento dos pares foi algo muito significativo para Potiguar. “É como ter a certeza de que o curso está no caminho certo. O que é que eu chamo de caminho certo? Aquele que a gente faz uma prática pedagógica diferenciada, baseada em muito diálogo, e essa prática tem funcionado, não apenas com os Xikrin, mas em várias etnias no Pará. É um processo que respeita as características políticas e econômicas sociais e culturais nos povos indígenas. É assim que tem que ser”, conclui.
Agência Pará
Foto: David Alves/Ag.Pará
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
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