Pochmann centraliza Belém, descentraliza razão e vira mundo de cabeça pra baixo A COP30, o "credo verde" da ministra Marina Silva e a proibição da tilápia Pecuaristas discutem “ponto da carne” em plena COP30 e deixam verde para o amanhã
Mapa-múndi

Pochmann centraliza Belém, descentraliza razão e vira mundo de cabeça pra baixo

IBGE descobre o surrealismo climático: no novo mapa-múndi "invertido", capital paraense está no centro do Globo.

  • 162 Visualizações
  • Da Redação | Coluna Olavo Dutra
  • 17/11/2025, 17:00
Pochmann centraliza Belém, descentraliza razão e vira mundo de cabeça pra baixo
M


árcio Pochmann conseguiu um feito raro: transformar o IBGE, templo da precisão numérica, num laboratório de metáforas. Em meio à COP30, o presidente do instituto resolveu girar o globo - literalmente. Belém, segundo o novo mapa-múndi “invertido”, está no centro do mundo. A explicação, claro, veio embalada em jargão ambiental e prosa de panfleto: trata-se de corrigir dois séculos de modernidade ocidental e inaugurar a era do “Sul Global protagonista”.

 

Homenagem ao Pará deixa claro que o IBGE é um órgão que mede, não interpreta – por isso costuma sair do prumo e ainda chama Dilma para avisar/Fotos: Divulgação.

Nada contra homenagens, mas o IBGE é, por natureza, um órgão que mede, não interpreta. Quando começa a pregar, algo sai do prumo. Os técnicos da casa, aliás, já haviam publicado um manifesto da vergonha alheia quando o mapa invertido apareceu pela primeira vez, denunciando o uso político de um símbolo que deveria representar rigor e neutralidade. Agora, com a COP em Belém, o marketing voltou ao comando do compasso - e a bússola institucional pirou de vez.

Mundo coerente...

Pochmann quis dar visibilidade ao Pará, mas acabou ofuscando o próprio instituto. A estatística virou ilustração, a geografia virou alegoria, e o mapa, panfleto. De cabeça pra baixo, o mundo parece até mais coerente com a retórica oficial: tudo gira, mas ninguém sai do lugar. O problema é que, nesse jogo de inversões, a credibilidade também escorrega.

 ... instituto periférico

O IBGE, que passou décadas construindo confiança internacional, agora se vê redesenhado à luz de uma estética de governo que confunde narrativa com ciência. Belém, que não pediu para ser “o centro do planeta”, virou personagem involuntário de mais um delírio cartográfico de Brasília.

No fim, Pochmann pode até acreditar que colocou o Brasil no centro do mundo. O risco é ter colocado o IBGE na periferia da seriedade - e o senso comum na cratera do mapa.

Papo Reto

·O fato é que o “Remo foi ao Avaí" e voltou queimado na reta final - e, por assim dizer, a um passo da Série A.

·Pior para a diretoria, que prefere esconder do torcedor as razões pelas quais levou o time sem jogadores importantes e para o técnico Guto Ferreira (foto), que tenta justificar o injustificável. 

·O Pará registrou, em outubro, o menor preço da gasolina no Norte do País. O litro do produto manteve média de R$ 6,72, registrando queda de 0,15% em relação a setembro.

·O preço do diesel S-10 recuou 0,30%, ficando em R$6,63 o litro. O etanol manteve estabilidade e foi comercializado a R$ 5,15 o litro. Os dados são da Preços Edenred Ticket Log, IPTL.

·A indústria do entretenimento está se firmando como um dos principais motores do primeiro emprego.

·De acordo com a Associação Global da Indústria de Atrações na América Latina e no Caribe, o setor já gera mais de 142 mil empregos diretos e movimenta US$ 6,8 bilhões por ano no Brasil.

·A expansão dos parques e o aumento dos centros de experiências e eventos é a razão do aumento do setor.

·A contratação de jovens negros em programas de estágio cresceu 15,6 vezes desde 2018, de acordo com a empresa Companhia de Estágios.

·A projeção é terminar 2025 com 7.946 estudantes negros contratados em estágios e vagas pontuais em todo o País - aumento de 12,5% em relação a 2024.

·O número histórico reflete a expansão das políticas de diversidade nos últimos sete anos.

Mais matérias OLAVO DUTRA

img
Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.