Entre a mesa curta e a fé longa, brasileiro comum celebra apenas a sobrevivência, com vaga lembrança da tradição

ão será um Natal de abundância para o brasileiro médio. Longe disso. Para a maioria da população - o povo, a massa, os que vivem do salário contado -, a data chega marcada por contenção, cansaço e uma espécie de silêncio coletivo. A ceia existe, mas encolheu. O gesto permanece; a fartura, não.

Os presentes seguem a mesma lógica. Menos consumo, mais simbologia. Roupa básica, brinquedo simples, perfume parcelado. A promessa do “depois eu completo” virou cláusula implícita das famílias. E ninguém estranha. O provisório foi normalizado.
O 13º salário, quando existe, não é bônus: é resgate. Chega comprometido antes de entrar - aluguel, cartão, mercado, dívidas acumuladas ao longo do ano. Dezembro se paga; janeiro já nasce devendo.
No clima emocional, tampouco há euforia. O sentimento predominante é outro: alívio. Alívio por ter chegado até aqui. O brinde não celebra conquistas; deseja apenas que o próximo ano seja menos duro. O sorriso é contido, o abraço mais longo que a conversa.
Nesse cenário, a fé reaparece como último colchão social. Igrejas cheias, promessas refeitas, orações mais longas. Onde o Estado falha, o emprego falha e o dinheiro falha, a espiritualidade assume o papel de política pública informal - não resolve, mas sustenta.
Curiosamente, a política fica em segundo plano. Não por consenso ou alienação, mas por exaustão. O brasileiro médio desligou do debate para dar conta da sobrevivência. A indignação foi adiada. Talvez para janeiro, se houver fôlego.
Este será, portanto, um Natal pobre em consumo, mas rico em resistência. Menos riso escancarado, mais silêncio compartilhado. Menos promessa, mais permanência.
O Brasil não estará celebrando vitórias. Estará, como tantas vezes, celebrando o simples fato de ainda estar de pé.

•O prefeito de Marabá, Toni Cunha (foto), publicou um vídeo em suas redes sociais reclamando do cancelamento de um show do cantor Zezé di Camargo em seu município, que seria pago pelo Ministério do Turismo.
•De acordo com ele, a decisão serviu para retaliar contra o artista em meio à polêmica envolvendo o SBT.
•O presidente da Câmara Federal, deputado Hugo Motta, fez um balanço do ano e comentou possíveis prioridades para 2026.
•Segundo ele, a reforma administrativa exige tempo e maturação e o debate precisa envolver Executivo e Judiciário, esbarrando no calendário eleitoral de 2026.
•Ao contrário da leitura apressada de muitos, Motta observou que o PL da Dosimetria foi uma oportunidade de pacificação entre os Poderes.
•Quanto às operações contra parlamentares, declarou que não faz pré-julgamentos.
•Hugo Motta não evitou confrontos, foi atravessado por eles. Em um País profundamente polarizado, suas decisões o colocaram sob críticas simultâneas da esquerda, da direita e do Judiciário, sinal de que a escolha foi assumir o custo político das encruzilhadas, não fugir delas.
•Ao pautar temas de todos os campos, dialogar com visões opostas e recusar a lógica do "nós contra eles", o presidente da Câmara tenta esvaziar a polarização pelo método mais difícil: misturar agendas, dividir desgastes e obrigar o Parlamento a funcionar fora das trincheiras ideológicas.
•Pode não produzir unanimidades, mas talvez seja justamente assim, desagradando um pouco a cada lado, que se constrói algum espaço de estabilidade institucional.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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