Ministério da Pesca e Aquicultura lançou esta semana um planejamento estratégico para os próximos três anos, definindo "os principais objetivos e as ações para o futuro da gestão ministerial".

A cerimônia, em Brasília, na opinião da unanimidade de empresários e armadores de pesca do Pará, serviu para revelar a competência duvidosa do ministro André de Paula, que nunca atendeu aos clamores daquelas que vivem o dia a dia do setor pesqueiro, afetado por insegurança regulatória, falta de legislação específica, infraestrutura logística precária, dificuldades de financiamento e problemas ambientais relacionados à sobrepesca. Ou seja: falta de perspectivas que o ministério sempre ignorou existir, a julgar pela falta de ações concretas.

Autoria anônima

Elaborado por uma consultoria independente que não teve seu nome revelado, o plano lançado causou estupefação pelo simples fato de o ministério ter ignorado a existência de uma instância consultiva e deliberativa superior, o Conselho Nacional da Pesca e Aquicultura, o Conape -, onde têm assento representantes da classe produtiva, trabalhadores e consumidores - este sim, com poderes para pautar, debater e deliberar normas e políticas sobre o que é prioritário para o setor.

Tentando legitimar

Soube-se que, horas depois do lançamento do plano, o Ministério da Pesca teria iniciado uma agressiva mobilização para reunir lideranças dos setores pesqueiro e aquícola nacionais com o intuito de tentar legitimar a proposta. "Fazer planejamento, pagando caro, justamente em ano eleitoral não cheira nada bem", avalia um grande piscicultor, na condição de anonimato.