A preocupante queda do real fez o dólar atingir patamares inimagináveis, fustigando a inflação e, claro, o absurdo aumentando no custo das importações.
A maior saída de dólares da história do País verificada no primeiro trimestre, ilustra com absoluta eloquência o descrédito internacional que se abate contra o Brasil. Isso, inclusive, acendeu a luz amarela no Banco Central, que prevê "dias difíceis" para o País passível de colapsar em 2027.
Ninguém ignora mais o fato de que o governo enfrenta desafios econômicos colossais, incluindo não apenas essa fuga preocupante de divisas - maiores inclusive que na pandemia do covid-19 -, levando o BC a emitir alertas sobre os riscos à estabilidade financeira e o tímido desenvolvimento econômico próximo à estagnação, os juros ascendentes, o inchaço da dívida pública, o descontrole fiscal, a estagnação da indústria e por aí vai...
Investidores estrangeiros retiraram, só em março, US$ 8,3 bilhões do mercado acionário e dos títulos públicos, em resposta ao pouco caso que a gestão Lula 3.0 faz com tudo que não seja "gasto social", para muitos "eleitoreiro", ignorando completamente a lógica das engrenagens naturais da economia. A desconfiança no mercado, portanto, combina as incertezas fiscais com o aumento da dívida pública, hoje ancorada no modo "como se não houvesse amanhã”.
A preocupante queda do real no cenário global fez o dólar atingir patamares inimagináveis até bem pouco tempo, fustigando a inflação e, claro, o absurdo aumentando no custo das importações.
Ao não racionalizar gastos públicos, potencializando o risco de descontrole fiscal, a relação dívida/PIB segue em trajetória ascendente, ameaçando um colapso de confiança nos títulos nacionais. A flexibilização de regras do arcabouço fiscal, enfim, alimenta dúvidas cruéis sobre o compromisso real do atual governo com o necessário, porém impopular ajuste.
Não foi à toa que o BC emitiu avisos quanto a deterioração do cenário externo e interno, destacando a necessidade de políticas mais duras de controle de gastos. Caso a inflação e o câmbio sigam vigorosos, a tendência será o Copom obrigar-se a elevar mais ainda os juros, ainda que diante de um crescimento raquítico.
Continuar queimando divisas para conter artificialmente a disparada do dólar, não encontra sustentabilidade no longo prazo. Muito pelo contrário: coloca o governo Lula 3.0 está em verdadeira encruzilhada, pois se mantiver gastos elevados ignorando o controle fiscal, o Brasil pode enfrentar uma crise cambial e de crédito ainda mais grave. Por outro lado, se adotar medidas duras de ajuste fiscal, cortando gastos, congelando salários etc., o que não faz sentido na lógica petista, mergulhará ainda mais na rejeição política.
O Banco Central faz sua parte tentando equilibrar os riscos, mas o certo é que a fuga maciça de dólares, fruto da desconfiança do mercado, revela que a situação é mais do que crítica, pois ou o governo anuncia um plano crível de austeridade, ou o Brasil pode entrar em uma espiral de desvalorização cambial e recessão inflacionária sem precedentes.
Ou seja, até membros da equipe econômica do governo já falam em "apagão" no orçamento em 2027, com o governo não reunindo lastro sequer para arcar com serviços essenciais.
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*José Croelhas é economista, consultor, escritor e palestrante.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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