São Paulo, 07 - O Nobel de Medicina de
2024 foi concedido para os cientistas norte-americanos Victor Ambros e Gary
Ruvkun, pela descoberta do microRNA e seu papel na regulação genética, anunciou
o Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia nesta segunda-feira, 7. Esse
trabalho científico é importante para a compreensão sobre doenças, como o
câncer, e o desenvolvimento de remédios.
A dupla foi responsável por estudos sobre a regulação gênica. Cada célula tem o
mesmo número de cromossomos, portanto igual conjunto de genes e de instruções.
É justamente a regulação gênica que permite que cada célula ative somente as
instruções necessárias e ative o conjunto correto de genes.
Esses pesquisadores descobriram o microRNA, uma nova classe de pequenas
moléculas de RNA - os primeiros resultados de trabalhos nesse sentido foram
publicados em 1993. Hoje, é sabido que o genoma humano envolve a codificação de
mais de mil microRNAs.
Ambros, de 71 anos, é professor de Ciências Naturais da Escola de Medicina da
Universidade de Massachussets (EUA). Já Ruvkun, de 72, é docente na área de
Genética da Escola Médica de Harvard (EUA).
O prêmio é oferecido aos responsáveis por descobertas de grande importância nas
ciências biológicas ou medicina.
Além da medalha e do diploma, os laureados levam para casa uma quantia
substancial em dinheiro, 11 milhões de coroas suecas (em torno de R$ 5,79
milhões).
O prêmio de Medicina vem sendo entregue desde 1901, quando a premiação teve
início, seguindo as diretrizes deixadas postumamente no testamento do químico e
inventor sueco Alfred Nobel (1833-1896).
No ano passado, o Nobel de Fisiologia e Medicina foi para os responsáveis por
criar a tecnologia da vacina de mRNA: a bioquímica húngara Katalin Karikó e o
imunologista americano Drew Weissman.
As descobertas da dupla, fruto da pesquisa em ciência básica, levaram ao
desenvolvimento em tempo recorde de imunizantes contra a covid-19 em 2020. A
vacina foi a principal arma da humanidade para frear a maior pandemia do último
século, com quase 7 milhões de vítimas em todo o mundo (700 mil delas, no
Brasil).
A Assembleia do Nobel, que conta com 50 integrantes, é responsável pela seleção
dos laureados entre os candidatos indicados pelo Comitê do Nobel de Medicina.
Os nomes dos indicados não são divulgados publicamente. O Nobel só premia
médicos e cientistas vivos; não há prêmios póstumos.
Entre 1901 e 2023, 114 prêmios de Medicina foram entregues. Em nove ocasiões, o
prêmio não foi entregue: 1915, 1916, 1917,1918, 1921, 1925, 1940, 1941 e 1942.
Segundo o estatuto da Fundação Nobel, se nenhum dos trabalhos indicados seguir
as prerrogativas exigidas, o prêmio pode não ser entregue. Além disso, durante
a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial foram entregues menos
prêmios.
Lembrando que o prêmio pode ser entregue a até três indivíduos, entre 1901 e
2023, foram premiados 227 cientistas nesta categoria. Deste total, apenas 13
eram mulheres - já incluída nesta lista a bioquímica húngara Katalin Karikó,
uma das laureadas no ano passado.
O mais jovem laureado com o Nobel de Medicina foi Frederick G. Banting, em
1923, aos 31 anos, pela descoberta da insulina.
O mais velho foi Peyton Rous, premiado em 1966, quando tinha 87 anos, pela
descoberta da existência de vírus capazes de induzir a formação de tumores.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Reprodução