São Paulo e Brasília, 27 - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite desta quarta-feira, 26, pelo
horário de Brasília, que é "visível" que o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) tentou dar um golpe de Estado e também teve participação no
plano para assassiná-lo. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro
do Supremo Federal (STF) Alexandre de Moraes também seriam mortos, de acordo com
a trama desvendada pela Polícia Federal em novembro.
O presidente, porém, disse que seria "presunção" fazer qualquer
previsão sobre o desfecho do julgamento de Bolsonaro pelo STF. Nesta
quarta-feira, a Corte aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República
(PGR) e tornou o ex-presidente réu por golpe de Estado e outros quatro crimes,
ao lado de sete aliados. "Eu acho que o que é correto é que a Suprema
Corte está se baseando e se manifestando nos autos do processo, depois de meses
de investigação muito bem feita pela Polícia Federal e pelo Ministério
Público", disse Lula.
Na avaliação do presidente, não adianta Bolsonaro ficar "fazendo
bravata" e alegar perseguição. "Ele sabe o que ele cometeu. Só ele
sabe. Só ele sabe o que ele fez. Ele sabe que não foi correto. E não adianta
ficar pedindo anistia antes do julgamento", afirmou. "Quando ele pede
anistia antes do julgamento, significa que ele está dizendo que foi
culpado."
Lula disse ainda que é preciso respeitar o processo legal e o direito à defesa,
mas que, se Bolsonaro for considerado culpado, precisará cumprir a pena.
"E isso vale para todos os 213 milhões de habitantes. Então, ao invés de
chorar, caia na realidade e saiba que você cometeu um atentado contra a
soberania desse país "
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Lula Marques/Agência Brasil