Linha fluvial entre Belém e Mosqueiro ‘afunda’ e terminal hidroviário vira "elefante branco"

Dinheiro jogado fora: construído ao custo de R$ 7 milhões, equipamento ficou por conta da Prefeitura de Belém e vai a pique.

15/07/2024 11:06
Linha fluvial entre Belém e Mosqueiro ‘afunda’ e terminal hidroviário vira
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s veranistas que escolhem Mosqueiro para uns dias de sol e calor neste mês de julho já podem se despedir de uma forma alternativa de viagem para a chamada Bucólica: a linha fluvial Belém-Mosqueiro-Belém está na base de “ninguém sabe, ninguém viu”, e, exatamente um ano depois, a viagem de barco desapareceu do radar. Uma fonte da Coluna Olavo Dutra foi quem deu o alerta.


“Efeito Porcina” no terminal da vila, que foi sem nunca ter sido, sob o silêncio da prefeitura/Fotos: Divulgação.


 

“Definitivamente, as viagens fluviais de Belém para Mosqueiro acabaram. No lugar do veículo que deveria ser um catamarã foi colocado um barco que levava duas horas para fazer o trecho, e com o preço da passagem praticado já sabíamos que não iria se sustentar. Então, as viagens acabaram; o terminal hidroviário não servirá de nada e não funciona. Não tem embarcação nenhuma que atraque em Mosqueiro”, denuncia.

 

Sem aviso algum

 

As redes sociais da Prefeitura de Belém estão fora do ar desde o dia 6 passado, por conta da legislação eleitoral, mas a Agência Belém, veículo de informações da prefeitura, continua em atividade, embora somente para “notícias e informações sobre serviços e utilidades públicas”. Não há nenhuma informação disponível sobre o cancelamento da linha. Só para lembrar: mobilidade urbana é utilidade pública e interessa a todos.

 

A linha fluvial Belém-Mosqueiro começou a operar em 14 de julho de 2023, sendo responsabilidade da Prefeitura de Belém, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém, a Semob.

 

A viagem de barco durava cerca de 1h40 e era feita pela embarcação “Solimões”, de dois andares, com capacidade para 208 passageiros sentados, com viagens de ida e volta. O valor da passagem era R$ 10, e, nos fins de semana, R$ 20, com meia-passagem a quem de direito e gratuidade para idosos.

 

Mais do mesmo

 

Em janeiro deste ano, a Semob informou que a linha Belém-Mosqueiro estava paralisada temporariamente, pela necessidade de manutenção e substituição do motor do navio “Solimões”. Disse também que a previsão de retorno da operação seria no dia 3 de fevereiro.

 

Em março, a linha fluvial seguia suspensa. De acordo com a Semob, a previsão de retorno das operações seria no dia 13 de abril. Também segundo o órgão, a suspensão foi devido a questões técnico-operacionais, mas não explicou o que seria feito no período em que as viagens estivessem suspensas. Desde então, não houve mais informações sobre as viagens.

 

Terminal hidroviário

 

Em 1º de maio do ano passado, o novo Terminal Hidroviário de Mosqueiro foi inaugurado. O espaço, próximo à Praça Matriz, na vila, estaria programado para beneficiar 27 mil pessoas da região, incluindo ribeirinhos de vários municípios. Mas não há uma linha de transporte oficial ou não que faça as viagens e o local continua sendo subutilizado ou até mesmo, sem uso

 

O terminal foi construído pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo Federal, ao custo de cerca de R$ 7 milhões, e passaria à responsabilidade da Prefeitura de Belém para administração.

 

Elefante branco

 

As estruturas do terminal são em concreto armado para muro de contenção; cais flutuantes de 20 metros de comprimento; terminal de passageiros; hall cultural e de espera; banheiros; quatro salas institucionais; guarda-volumes; três lanchonetes; salão para alimentação; e guarita de segurança. Sem utilidade, se tornou, como se conhece nos jargões, um “elefante branco” - daqueles grandes e chamativos.

 

No dia da inauguração, foi informado que seria implementada, em caráter experimental, a linha fluvial Belém-Mosqueiro até o final de maio de 2023, mas ele só foi iniciada em julho daquele ano.

 

Viagens penosas

 

Enquanto a linha fluvial desapareceu, os veranistas, ávidos por férias e diversão, amargam horas de viagem na combalida Rodovia BR-316, às voltas com as obras intermináveis do BRT Metropolitano, que era para ter sido concluído e entregue há três anos, mas virou fonte de transtorno a todos e engarrafamentos quilométricos de veículos.

 

Já os que conseguem chegar mais rapidamente à Ilha de Mosqueiro, quando estão em momentos na praia ou na vila, ficam, literalmente, “a ver navios”. 

 

Papo Reto

 

·  Pesquisa Doxa divulgada neste final de semana aponta o cenário da corrida para uma vaga na Câmara de Belém antes das convenções que irão definir os candidatos.


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Os dois maiores destaques são os vereadores Bieco e Igor Andrade (foto), que puxam a lista dos mais citados, embora votos brancos e nulos somam 15,76%  

 

·  Entre os dez primeiros nomes mais citados, três não são vereadores de mandato, embora dois tenham trajetória na política.


·  É o caso de Pio Netto, oitavo, ex-vereador por três mandatos, deputado estadual e secretário de Meio-Ambiente, e Nadilson Neves, sétimo.

 

·  O Instituto baseou as informações nos dados acumulados de cinco pesquisas registradas no TER, gerando amostra de 7.683 entrevistas e citando 214 nomes que pretendem concorrer às 35 cadeiras da Casa.

 

·  É peculiar a atual situação da Diocese de Bragança, nordeste do Pará, com três bispos: um regente - Dom Raimundo Possidônio - e dois eméritos - Dom Luís Ferrando e Dom Jesus Berdonces.

 

·  Com a próxima mudança de Dom Berdonces, que deixa a Residência Episcopal em Bragança para residir em Paragominas, na prática, a planejada e ainda não autorizada pelo Vaticano Diocese de Paragominas está em plena atividade.

 

·  Dom Ferrando reside há anos em Ulianópolis, e os três bispos se dividem na gestão da grande diocese, que se estende da divisa do Pará com o Maranhão, Viseu, até a divisa com Marabá, já na região de Carajás. 

 

·  O que não está claro, de vez que nem a Nunciatura Apostólica, nem o Vaticano confirmam, são as informações extra oficiais dando conta de suposta transferência de um bispo no Pará para uma cidade do nordeste nos próximos meses.

 

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