s veranistas que escolhem Mosqueiro para uns dias de sol e calor neste mês de julho já podem se despedir de uma forma alternativa de viagem para a chamada Bucólica: a linha fluvial Belém-Mosqueiro-Belém está na base de “ninguém sabe, ninguém viu”, e, exatamente um ano depois, a viagem de barco desapareceu do radar. Uma fonte da Coluna Olavo Dutra foi quem deu o alerta.
“Definitivamente, as viagens fluviais
de Belém para Mosqueiro acabaram. No lugar do veículo que deveria ser um
catamarã foi colocado um barco que levava duas horas para fazer o trecho, e com
o preço da passagem praticado já sabíamos que não iria se sustentar. Então, as
viagens acabaram; o terminal hidroviário não servirá de nada e não funciona.
Não tem embarcação nenhuma que atraque em Mosqueiro”,
denuncia.
Sem aviso algum
As redes sociais da Prefeitura de
Belém estão fora do ar desde o dia 6 passado, por conta da legislação
eleitoral, mas a Agência Belém, veículo de informações da prefeitura, continua
em atividade, embora somente para “notícias e informações sobre serviços e
utilidades públicas”. Não há nenhuma informação disponível sobre o cancelamento
da linha. Só para lembrar: mobilidade urbana é utilidade pública e interessa a
todos.
A linha fluvial Belém-Mosqueiro
começou a operar em 14 de julho de 2023, sendo responsabilidade da Prefeitura
de Belém, por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém,
a Semob.
A viagem de barco durava cerca de
1h40 e era feita pela embarcação “Solimões”, de dois andares, com capacidade
para 208 passageiros sentados, com viagens de ida e volta. O valor da passagem
era R$ 10, e, nos fins de semana, R$ 20, com meia-passagem a quem de direito e
gratuidade para idosos.
Mais do mesmo
Em janeiro deste ano, a Semob
informou que a linha Belém-Mosqueiro estava paralisada temporariamente, pela
necessidade de manutenção e substituição do motor do navio “Solimões”. Disse
também que a previsão de retorno da operação seria no dia 3 de fevereiro.
Em março, a linha fluvial seguia
suspensa. De acordo com a Semob, a previsão de retorno das operações seria no
dia 13 de abril. Também segundo o órgão, a suspensão foi devido a questões
técnico-operacionais, mas não explicou o que seria feito no período em que as
viagens estivessem suspensas. Desde então, não houve mais informações sobre as
viagens.
Terminal hidroviário
Em 1º de maio do ano passado, o novo Terminal
Hidroviário de Mosqueiro foi inaugurado. O espaço, próximo à Praça Matriz, na
vila, estaria programado para beneficiar 27 mil pessoas da região, incluindo
ribeirinhos de vários municípios. Mas não há uma linha de transporte oficial ou
não que faça as viagens e o local continua sendo subutilizado ou até mesmo, sem
uso
O terminal foi construído pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do governo
Federal, ao custo de cerca de R$ 7 milhões, e passaria à responsabilidade da
Prefeitura de Belém para administração.
Elefante branco
As estruturas do terminal são em
concreto armado para muro de contenção; cais flutuantes de 20 metros de
comprimento; terminal de passageiros; hall cultural e de
espera; banheiros; quatro salas institucionais; guarda-volumes; três
lanchonetes; salão para alimentação; e guarita de segurança. Sem utilidade, se
tornou, como se conhece nos jargões, um “elefante branco” - daqueles grandes e
chamativos.
No dia da inauguração, foi informado
que seria implementada, em caráter experimental, a linha fluvial Belém-Mosqueiro
até o final de maio de 2023, mas ele só foi iniciada em julho daquele ano.
Viagens penosas
Enquanto a linha fluvial desapareceu,
os veranistas, ávidos por férias e diversão, amargam horas de viagem na
combalida Rodovia BR-316, às voltas com as obras intermináveis do BRT
Metropolitano, que era para ter sido concluído e entregue há três anos, mas
virou fonte de transtorno a todos e engarrafamentos quilométricos de veículos.
Já os que conseguem chegar mais
rapidamente à Ilha de Mosqueiro, quando estão em momentos na praia ou na vila,
ficam, literalmente, “a ver navios”.
Papo Reto
· Pesquisa Doxa divulgada neste final
de semana aponta o cenário da corrida para uma vaga na Câmara de Belém antes
das convenções que irão definir os candidatos.
· Os dois maiores destaques são
os vereadores Bieco e Igor Andrade (foto), que puxam a lista
dos mais citados, embora votos brancos e nulos somam 15,76%
· Entre os dez primeiros nomes mais
citados, três não são vereadores de mandato, embora dois tenham trajetória na
política.
· É o caso de Pio Netto,
oitavo, ex-vereador por três mandatos, deputado estadual e secretário de
Meio-Ambiente, e Nadilson Neves, sétimo.
· O Instituto baseou as informações nos dados acumulados de cinco pesquisas registradas no TER,
gerando amostra de 7.683 entrevistas e citando 214 nomes que pretendem
concorrer às 35 cadeiras da Casa.
· É peculiar a atual situação da Diocese
de Bragança, nordeste do Pará, com três bispos: um regente - Dom Raimundo
Possidônio - e dois eméritos - Dom Luís Ferrando e Dom Jesus Berdonces.
· Com a próxima mudança de Dom Berdonces,
que deixa a Residência Episcopal em Bragança para residir em Paragominas, na
prática, a planejada e ainda não autorizada pelo Vaticano Diocese de
Paragominas está em plena atividade.
· Dom Ferrando reside há anos em
Ulianópolis, e os três bispos se dividem na gestão da grande diocese, que se
estende da divisa do Pará com o Maranhão, Viseu, até a divisa com Marabá, já na
região de Carajás.
· O que não está claro, de vez que nem a
Nunciatura Apostólica, nem o Vaticano confirmam, são as informações extra
oficiais dando conta de suposta transferência de um bispo no Pará para uma
cidade do nordeste nos próximos meses.
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