A empresa B.A. Meio Ambiente entrou na Justiça e conseguiu
reverter o indeferimento do pedido de impugnação feito ao edital da
Concorrência Pública nº 02/2023, da Secretaria de Saneamento (Sesan), divulgado
pela Prefeitura de Belém, em relação à concessão da coleta de resíduos sólidos
na cidade. A 2ª Vara da Fazenda de Belém acolheu a liminar e suspendeu a
licitação até que seja realizada a análise e julgamento da impugnação
apresentada pela empresa, com posterior remarcação e nova realização da fase
inicial do processo licitatório. À decisão, ainda cabe recurso.
O pedido de impugnação ignorado pela prefeitura, por motivo classificado
como “intempestivo”, em justificativa não aceita pela justiça, não foi apenas
da B.A. Meio Ambiente, mas de pelo menos outras seis empresas, que indicam diversas
irregularidades no processo licitatório que indicará quem ficará responsável
por esse serviço na capital paraense durante 30 anos. Sem contar que este prazo
previsto da duração do novo contrato pode chegar a 60 anos - 30 anos renováveis
por mais 30.
O tema foi publicado com exclusividade na coluna do
jornalista Olavo Dutra, revelando, além disso, que, de acordo com o edital, o
valor pago mensalmente pela prefeitura à empresa que vencer a licitação será
igual ou superior a R$ 33.403.448,45 - algo em torno de R$ 12 bilhões pelo
tempo de contrato.
É exatamente este longo período o motivo da preocupação das
concorrentes para que o processo mantenha a sua lisura, sendo necessário,
portanto, atenção em relação aos seguintes aspectos: falta de compatibilidade
das despesas decorrentes da execução do contrato com a Lei Orçamentária Anual
do Município de Belém; incongruência do edital e seus anexos (valores de
remuneração da concessionária distintos, necessidade de correção); e a ausência
de projeto básico, entre outros.