Corrupção

Justiça mantém prisão dos acusados de transportar R$ 5 milhões para compra de votos

Em depoimento à PF, acusados divergiram sobre a destinação do valor apreendido

06/10/2024, 14:30
Justiça mantém prisão dos acusados de transportar R$ 5 milhões para compra de votos

A Justiça Eleitoral do Pará negou neste domingo, 6, o habeas corpus em favor do coronel da Polícia Militar Francisco de Assis Galhardo do Vale (FOTO EM DESTAQUE), preso na em sexta-feira, junto com Ellis Dangeles Noronha Martins e Geremias Cardoso da Hungria. Juntos, os três portavam quase R$ 5 milhões em cédulas sacadas de um banco em Castanhal, onde o trio foi preso. A investigação aponta que o dinheiro seria usado para a compra de votos neste fim de semana das eleições 2024.


No entendimento do Juízo da 50ª Zona Eleitoral de Castanhal, a prisão temporária foi convertida em preventiva pelo juiz Daniel Bezerra Montenegro Girão. Já a juíza eleitoral Rosa Navegantes negou o pedido de liberdade dos três acusados de crime eleitoral, recusando os argumentos da equipe defesa dos acusados, chefiada pelo advogado César Ramos.

 

Entre os argumentos, está o fato de que eles são ‘réus primários’ e não oferecem perigo ao responder em liberdade. Contudo a justiça entendeu que a proximidade das eleições e o contexto de corrupção eleitoral representam “uma grave ameaça à ordem pública e à lisura do processo eleitoral”, diz a decisão.

 

A magistrada também reiterou na decisão o risco concreto de que os envolvidos poderiam continuar com o esquema de compra de votos caso fossem postos em liberdade.

 

Onde entra ‘Antonio Doido’

Nos depoimentos prestados na sede da PF, os presos apresentaram versões diferentes para os fatos. O coronel Francisco de Assis Galhardo disse que os R$ 380 mil seriam utilizados para “pagar os funcionários de sua fazenda” e que entregaria o valor a Geremias Cardoso da Hungria. Este, por sua vez, disse que o valor recebido de Galhardo seria utilizado para pagar os funcionários da fazenda que ele gerencia, pertencente ao deputado federal e candidato a prefeito de Ananindeua, Antônio Doido (MDB). Já Ellis Dangeles Noronha Martins disse não saber em que seriam usados os R$ 4,6 milhões em seu poder.

 

A operação em Castanhal ocorreu após uma denúncia anônima feita à PF dando conta de que Francisco Galhardo faria um saque milionário em uma agência bancária na cidade para fins de crimes eleitorais. Ao chegar ao local, os agentes da PF constataram a veracidade da denúncia e prenderam o trio de acusados em flagrante.

 

Foto: Redes sociais

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