A primeira-dama Janja da Silva repreendeu internautas que estavam
cobrando o governo federal pelo pagamento do piso da enfermagem, em uma live
que realizou com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, na noite desta quinta-feira,
27. A transmissão, feita no perfil pessoal da primeira-dama, buscava explicar
mais sobre a nova versão do programa Mais Médicos, mas recebeu uma enxurrada de
comentários pedindo informações sobre o início do pagamento do benefício.
No final da transmissão, Janja disse que iria, contra a recomendação das suas
assessoras, falar sobre os comentários dos internautas e afirmou que o governo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um governo que respeita os
profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo uma comparação, sem
citar nominalmente, da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A
primeira-dama sugeriu que havia pessoas na transmissão "querendo semear o
ódio e a discórdia", e citou uma necessidade de cultivar o sentimento de união
entre os brasileiros.
"Eu só vou dar um toque para o pessoal que está falando da enfermagem, da
enfermagem. Eu acho que, se tem um governo que respeita o SUS e respeita todos
os profissionais do SUS, médicos, enfermeiros, atendentes de enfermagem, todo
mundo que trabalha na área da saúde, é o presidente Lula é esse governo. Não
caio nesse... a gente sabe que tem muito pessoal aí querendo semear o ódio e a
discórdia, mas, se a gente tem o governo que respeita realmente os
profissionais do SUS e todos os profissionais da área da saúde é esse
governo", disse a primeira-dama.
No encerramento da live, a primeira-dama mudou o tom, e disse que os
comentários na sua live eram de brasileiros que estavam fazendo uma cobrança do
governo federal. A primeira-dama disse que o piso da enfermagem "vai
acontecer", mas não deu mais detalhes sobre prazos para a distribuição do
benefício. "Como o presidente Lula diz, é isso mesmo, estão aqui, estão
acompanhando, estão cobrando. Cadê o piso? É isso aí. Vai acontecer, muita
calma nessa hora gente. Tem um país enorme para reconstruir", afirmou.
No último dia 14 de julho, o Ministério da Saúde informou que está trabalhando
para implementar o piso nacional da enfermagem no contracheque dos profissionais
a partir de agosto. Segundo a agência oficial de notícias do governo, foi
realizado "com êxito" um processo de levantamento dos dados de
profissionais e os valores que serão repassados a cada um dos estados do País.
Neste ano de 2023, o piso será pago em nove parcelas.
A Advocacia-Geral da União (AGU) orientou que o cálculo do benefício será
aplicado após se considerar o vencimento básico e as gratificações de caráter
geral, não sendo incluídas as de cunho pessoal de cada profissional.
A liberação do piso da enfermagem foi uma das pautas de Lula durante a sua
campanha eleitoral à Presidência. No dia 12 de maio, o presidente sancionou a
abertura de um crédito especial de R$ 7,3 bilhões para pagar os trabalhadores.
Para ter vigor, a medida precisou ser aprovada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), tendo a liberação do ministro Luís Roberto Barroso três dias depois.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Redes sociais