Belém, PA - Primeiro atleta brasileiro a conquistar uma medalha de ouro em Olimpíadas, Guilherme Paraense, nascido em Belém no dia 25 de junho de 1884, poderá ganhar um reconhecimento à altura do que representa seu feito para o esporte brasileiro. O Projeto de Lei (PL) Nº 723/2024, que tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, pode torná-lo “Patrono do Esporte Olímpico Brasileiro”.

O autor do PL, deputado Raimundo Santos (PSD-PA), resgata na justificativa a impressionante aventura da viagem feita pelo medalhista e a equipe da qual fazia ele parte - a de tiro esportivo, para a Bélgica, em 1920. Registros históricos mostram que todo material levado pelo time brasileiro foi roubado e a conquista histórica na Antuérpia só foi possível porque os norte-americanos emprestaram algumas armas à equipe brasileira.

O foi transformado em documentário: “Ouro, prata, bronze... e chumbo!”, produzido e dirigido pelo jornalista e escritor paulista, José Roberto Torero, autor do festejado livro “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti, em 1995.

Homenagem

Em Belém, a memória de Guilherme Paraense é estampada, desde 2016, na Arena construída ao lado do Mangueirão, batizada de Guilherme Paraense e incrementada com vasto material impresso nas galerias contando a história do medalhista olímpico nascido na capital paraense. Mas, em âmbito nacional, conforme atesta com propriedade o deputado Raimundo Santos, esse reconhecimento ainda deixa muito a desejar. 

Um parente do atleta chegou a escrever que ele só é lembrado “de quatro em quatro anos e em canto de página”, referindo-se ao período de realização dos Jogos Olímpicos, como agora, em 2024, com a realização dos Jogos Olímpicos na França, entre 26 de julho e 11 de agosto.

O ano em curso, por sinal, marca os 104 anos da conquista da medalha de ouro e o 140º aniversário de Guilherme Paraense, que quando disparou o tiro certeiro na prova de pistola rápida em Antuérpia, no dia 3 de agosto de 1920, tinha 36 anos. Além do ouro, ele também conquistou a medalha de prata em pistola livre, também nos Jogos Olímpicos da Bélgica.

Foto: Divulgação redes sociais