São Paulo, 21 - O governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva publicou um decreto nesta sexta-feira, 20, que
aumenta e institui novas multas para os responsáveis por provocar incêndios
florestais e em outras vegetações no País. A determinação ocorre em um momento
no qual o País registra um recorde no número de queimadas, com o dobro do
registrado no ano passado.
O governo federal está sob pressão em relação à prevenção e ao combate a
queimadas. Nessa semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, havia
declarado que punições mais severas a quem ateia fogo eram indispensáveis e
falou em "terrorismo ambiental", diante de casos investigados por
supostos incêndios criminosos. Ela se referia também à esfera criminal, o que é
tema de projetos de lei em tramitação no Congresso.
A medida institui uma multa de R$ 10 mil por hectare ou fração de terra aos
responsáveis pelo início da queimada em florestas e outras vegetações nativas.
No caso de florestas cultivadas, a penalidade é de R$ 5 mil.
Também foi publicada uma medida provisória que flexibiliza o repasse de
recursos para o combate e a prevenção ao fogo nos Estados e no Distrito Federal
quando em situação de calamidade ou de emergência reconhecida pelo governo
federal. Dessa forma, poderão receber recursos de empréstimos ou doações de
agentes financeiros de crédito, mesmo se estiverem em situações de
irregularidade ou pendência fiscal, trabalhista e previdenciária
Também foi determinada uma punição aos responsáveis pelo imóvel rural que não
adotarem as medidas de prevenção e combate a incêndios florestais determinadas
pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo e órgãos competentes do
Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Nesse caso, poderão ser multados
de R$ 5 mil a R$ 10 milhões.
Além disso, o decreto aumentou de R$ 1 mil para R$ 3 mil o valor da penalidade
para o uso de fogo em áreas agropastoris sem autorização do órgão competente.
No caso de incêndios em terras indígenas, o valor é dobrado. Neste momento,
pela seca e estiagem no País, todo e qualquer uso de fogo está proibido, de
acordo com o governo federal.
O pacote de novas punições inclui, ainda, multas por não reparar, compensar ou
indenizar danos ambientais (o que pode chegar a R$ 50 milhões, segundo o
governo) e para a compra, a venda, o transporte ou o armazenamento de espécies
animal ou vegetal sem autorização (de R$ 100 a R$ 1 mil por quilograma, hectare
ou unidade de medida compatível).
Por fim, nos casos de descumprimento de embargo de obra ou atividade, o teto da
penalidade atual subiu de R$ 1 milhão para R$ 10 milhões, com penalidades a
partir de R$ 10 mil.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil