Estudantes de Capanema, município do Nordeste paraense, denunciam o abandono das obras de reforma da Escola Estadual D. João VI, cujo projeto já se arrasta há pelo menos dois anos e meio. A empresa contratada pela Seduc, a Secretaria de Estado de Educação, dispensou quase todo os trabalhadores que atuavam nas obras e na, visita realizada pelos próprios alunos ao local, o que se constatou foi um amontoado de entulhos e de ferramentas jogadas aos cantos.
Ainda de acordo com os estudantes, um dos responsáveis pela empresa contratada para a reforma recebeu uma comitiva de alunos e alegou, de maneira informal, que a paralização dos trabalhos tem como motivo o atraso nos repasses que deveriam ser feitos regularmente pela Seduc. A inadimplência do órgão estadual que já causou um rombo superior a um milhão de reais nas contas da empresa. Ainda de acordo com o empreiteiro ouvido, a Seduc também não sinaliza com qualquer previsão de pagamento da dívida.
A responsabilidade pela obra era do então secretário-adjunto de logística escolar da Seduc, Alexandre Buchacra, que, nas palavras dos estudantes, evita novas conversas sobre o assunto por não ter conseguido cumprir a promessa feita no início do ano passado de que a escola seria entregue em fevereiro de 2023. Buchacra também é pré-candidato à Prefeitura de Capanema nas eleições programadas para o ano que vem.
Ainda de acordo com os estudantes, a ideia é realizar um grande protesto nos próximos dias, inclusive com o fechamento de rodovias, para exigir uma resposta concreta das autoridades. A história de luta desse alunos é antiga, já que a primeira condenação das estruturas física e hidráulica do prédio foi constatada pelo Corpo de Bombeiros em 2013. Desde então, a comunidade escolar surfa num mar de promessas que nunca foram, de fato, cumpridas.
Há pelo menos oito anos, todo estudante matriculado na D. João VI passa por anexos e prédios adaptados para assistir aulas em condições nada adequadas. Isso porque após a condenação do prédio, construído há mais de 50 anos, a Seduc proibiu que a estrutura voltasse a ser utilizada.
Entramos em contato com a Seduc, mas até o fechamento dessa publicação ela não se manifestou sobre a denúncia.