A Eletrobras informou nesta sexta-feira, 8, que concluiu a assinatura de
contrato para a venda do complexo termoelétrico de Candiota, o único ativo a
carvão do grupo, para o grupo Âmbar Energia por R$ 72 milhões (Equity Value). A
transação está sujeita a ajustes e condições precedentes usuais de mercado.
A usina, localizada em Candiota (RS), detida pela companhia de Geração e
Transmissão de Energia Elétrica do Sul do Brasil (Eletrobras CGT Eletrosul),
possui capacidade instalada de 350MW
"Uma vez concluída, a operação será mais um importante marco para a
companhia na busca pela redução de emissões de CO2 e meta net zero em 2030, já
que Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da
Eletrobras", afirma a empresa em fato relevante enviado à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
A empresa destaca que, com base nos valores registrados do Complexo
termoelétrico de Candiota em junho de 2023 e no valor proposto para alienação,
a Eletrobras estima que apenas a transação gerará impacto contábil para a
companhia, negativo de cerca de R$ 56 milhões no terceiro trimestre de 2023.
Outras transações
Em paralelo e seguindo o plano de otimização societária, a Eletrobras deu mais
detalhes sobre a evolução de duas negociações com o grupo Âmbar Energia por ativos
detidos em conjunto com a Eletrobras.
A primeira é a compra das participações de 51% da Âmbar Energia em dois ativos
de transmissão por R$ 574 milhões (Equity Value) nas SPEs Vale do São
Bartolomeu (VSB) e Triângulo Mineiro Transmissora (TMT), detidas em conjunto
com a Eletrobras.
As duas SPEs, VSB e TMT, que terão dívida líquida próxima a zero na data
esperada da finalização da operação, têm receitas anuais permitidas (RAPs)
homologadas para o ciclo 2023-2024 de R$ 49 milhões e R$ 53 milhões e concessões
até out/2043 e ago/2043, respectivamente.
"Reforçamos que essa negociação é fruto de uma antecipação com otimização
e melhorias dos termos de opção de compra e venda dos dois ativos. Nessas
opções, estabelecidas em 2013, a Âmbar Energia detinha o direito de vender suas
respectivas participações para Furnas Centrais Elétricas e a Eletrobras Furnas
detinha o direito de comprar as referidas participações. A CELGpar tem um
período para exercer seu direito de preferência na VSB, conforme termos do
acordo de acionistas vigente", afirma
A segunda negociação trata de uma opção de compra de 51% das seis SPEs não
operacionais de geração eólica do complexo Baleia, em favor da Brasilventos
Energia (BVE), subsidiária integral de Furnas, por R$ 1 (um real).
As SPEs não possuem dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma
ação de cobrança de indenização securitária. Os valores são alvo de discussão e
uma vez estabelecidos, beneficiarão ambos os acionistas (Âmbar Energia e
Eletrobras), uma vez que a efetivação da compra do ativo pela BVE só ocorreria
após a conclusão das discussões e recebimento da seguradora.
Segundo a Eletrobras, as iniciativas seguem em linha com o plano estratégico,
que visa a simplificação da estrutura, reduções de passivos e busca por zerar
as emissões de CO2 até 2030. Vale ressaltar que a Eletrobras segue com diversas
outras iniciativas aderentes ao seu plano estratégico, tais como concluir a
venda do parque térmico a gás, anunciado via comunicado ao mercado de 7 de
julho de 2023.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Eletrobrás/ Divulgação