Entre as ofensas, público gritou “pega essa vaia” e “saia daí porque isso é musica de macumba”. Festa seguiu, no entanto, sem transtornos.
Salvador, BA - Com foguetório, chuva e ao som de "O Guarani", de Carlos Gomes, o cantor Carlinhos Brown deu o pontapé sonoro de abertura do Carnaval de Salvador, no circuito Osmar, no Campo Grande.
Logo, a cantora Margareth Menezes, ministra da Cultura, juntou-se ao cantor Lazinho e cantou a música "Faraó", hino carnavalesco de Salvador, sempre acompanhado em coro pelo público com a saudação "ê, Faraó".
Cantando na frente do trio, no asfalto, na altura dos foliões, em seu Camarote Andante, Brown e seus convidados foram acompanhados por percussionistas do Olodum e pela beleza das alas dos blocos afro e afoxés dos Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Malê Debalê, Muzenza e Commanche do Pelô.
Esse ano, o tema do Carnaval são os 40 anos da Axé Music e o que se viu na abertura foi uma coletânea de grandes sucessos do gênero.
"Estou emocionada, é uma alegria estar aqui com vocês", disse Daniela Mercury, mais uma convidada ilustre.
Ela cantou seu grande sucesso "O canto da cidade", que conquistou o Brasil em 1992. "Nós levamos o axé para o mundo", disse Daniela, falando dos blocos afro e lembrando de Neguinho do Samba (1954-2009).
Vaias
Mas quando Brown deu a entender que chamaria Claudia Leitte, o público começou a vaiar, antes mesmo de seu nome ser anunciado. Quando ela começou a cantar, o clima melhorou, e o público se deixou envolver pela performance de Claudia Leitte, cantando junto com ela, que terminou saudada.
No fim de sua participação, ela pediu paz e disse que "música é o que a gente faz de melhor".
"A favela, respeite quem vem de lá", disse Brown para apresentar Márcio Victor, que entrou dando uma indireta a Claudia Leitte. "Quem acredita em Deus e nos Orixás, levante a mão", disse Márcio Victor, que se apresentou logo após a cantora.
Recentemente, Claudia Leitte foi bastante criticada por adeptos de religiões de matrizes africanas por alterar a letra da música "Caranguejo", mudando o verso "Saudando a rainha Iemanjá" por "Só louvo meu rei Yeshua". Na ocasião, a cantora foi acusada de intolerância religiosa.
Padê
Pouco antes de comandar a abertura oficial do Carnaval de Salvador, o cantor Carlinhos Brown fez um ritual para abrir caminhos. A cerimônia foi no largo do Campo Grande, onde fica o circuito Osmar do Carnaval. Brown deu banho de pipoca, colocou milho na rua e queimou pólvora. Chamada de "padê", a cerimônia é uma tradição das religiões de matriz africana.
A expectativa da prefeitura de Salvador é a de que a cidade receba mais de um milhão de turistas e movimente cerca de R$ 1,8 bilhão durante o período de Carnaval.
Foto: Divulgação
(Com a Folha)
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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